* Publicado hoje em coletiva.net
Que tempos vivemos, que
tempos! Em meio as trágicas informações sobre a evolução da pandemia, recebo outras, tão desanimadoras
quanto, que me tocam pessoalmente: tenho perdido amigos e conhecidos na média de dois a cada semana.
A causa mortis é o que menos importa no
momento, mas a dor da perda é amplificada pelas impossibilidades da despedida aos
que se vão e da troca solidária de um
abraço com os amigos comuns. O vírus inimigo nos impõe mais essa privação.
As restrições ao trabalho,
frequentemente com ameaças e agressões, daqueles que estão na linha de frente do
jornalismo, é outro efeito perverso
destes tempos controversos. Não falta quem queira transformar liberdade de expressão em uma mera retórica expressão.
Até o Facebook, sabe-se lá com quais
critérios, tem promovido censura em postagens que lhe desagradam. Trata-se,
provavelmente, de mau uso da inteligência artificial, delegando a um robô o
poder e a decisão de censurar, possibilidades pra lá de assustadoras.
E tem ainda a ameaça
permanente da extinção de jornais ou da migração para a plataforma digital, o
que representa sempre o fim de postos de trabalho para os jornalistas e outras
categorias, sem contar os “passaralhos”, como o que passou pela RBS na ultima
semana. A sobrevivência da empresa – e não apenas na área da Comunicação -
passa a ser prioritária em relação aos seus profissionais, porque os chamados
recursos humanos são um insumo caro nestes tempos de perdas e danos. E o que é pior: não tem volta.
A grande revolução pós pandemia já estava em curso e o foco são as relações de
trabalho.
Deixo o aprofundamento do
tema para os especialistas, porque a mim só resta aquela solidariedade que nada resolve e o refúgio
numa taça de vinho, enquanto ainda posso ter vinho para buscar refúgio.
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