segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Um indesejado tri

*Publicado nesta data em coletiva.net/colunas

Um time de futebol vencedor começa pela direção, sustentada em dois pilares:  cuidar das receitas e das despesas e entender minimamente do esporte. No pilar das finanças para garantir os investimentos necessários em termos de estrutura e para qualificar o elenco;  o conhecimento do futebol vai ser fundamental para evitar enganos nas contratações, por exemplo, ou para cobrar resultados da comissão técnica. Consagrados dirigentes da dupla como Fabio Koff, no Grêmio, e Fernando Carvalho, no Inter, tinham este perfil, mas também é verdade que viraram exemplos do chamado “pensamento mágico”, quando tentaram repetir conquistas, caso de Koff em 2013 e 14, ou evitar desastres, caso de Carvalho em 2016 , em circunstâncias  diferentes das dos períodos de glória.

No caso do Grêmio de Romildo Bolzan, vencedor da Copa do Brasil e da Libertadores em 2016 e 17 , o roteiro do insucesso no pilar do futebol foi seguido à risca  nos anos seguintes, mesmo sendo o campeão do superavit,  mesmo tendo feito grandes investimentos no futebol, mesmo  gastando só neste ano R$ 58,8 milhões em reforços  e mesmo pagando bem  e em dia  o grupo de jogadores, que consome R$ 14,5 milhões/mês.  Neste quesito, só perde para os ponteiros da Série A, Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo, fica  adiante de Corinthians e São Paulo e está quase o dobro à frente do tradicional adversário, o Inter (R$ 8,3 milhões).

Com esse nível de investimentos, o que indigna os gremistas em particular, eu inclusive,  e intriga os profissionais do futebol em geral é o que teria levado levou o Grêmio a essa situação vexatória? A resposta, como nos acidentes aéreos e desde já vai o pedido de desculpas pela comparação, é de que  a causa não é singular, mas um conjunto de fatores. O Grêmio perdeu a identidade na forma de jogar, variando de escalação e esquema jogo a jogo; cada técnico – e foram quatro no período e um interino,  com Felipão reeditando a ideia  do pensamento mágico – tentando impor seus conceitos, nem sempre com o apoio dos jogadores e estes divididos em torno da responsabilização  pela queda de produção, ora culpa dos novatos, ora dos cascudos;  leniência da direção quanto às imposições do vestiário; contratações equivocadas; disputa entre a cartolagem por protagonismo para suceder Romildo; enfim, um círculo vicioso que abalou o emocional do grupo e se refletiu no desempenho e nos resultados em campo. Tá bom assim ou querem mais?

Na verdade, essas foram mais consequências da causa principal para a fatura que está sendo cobrada  agora:  o excessivo poder conferido por  Romildo ao técnico Renato Portaluppi. Nenhum técnico em tempo algum teve tamanho poder no Grêmio e, arrisco a dizer, em nenhum clube brasileiro, tanto assim que Renato teria provocado a saída em janeiro de 2020 de pelo menos sete profissionais do departamento de futebol, do preparador físico ao treinador de goleiros, da nutricionista ao fisioterapeuta. Antes havia trombado com o CEO do clube e eventual executivo do futebol, Carlos Amodeo. As contratações indicadas mereceriam um capítulo a parte.

Ninguém, fora da imprensa especializada, sabia quem era o homem do futebol do Grêmio, e olha que pelo cargo passou um ex-presidente, Duda Kroeff. Isso porque o homem do futebol do Grêmio era o Renato, em linha direta com o presidente. Enquanto  o Grêmio conquistou títulos, essa aliança funcionou, e garantiu a Renato a estátua na frente da Arena e a  Romildo  ótimas perspectivas como candidato ao governo do Estado. Como não há bem que sempre dure, a aliança que foi benéfica nas vitórias, foi prejudicial nas derrotas e um ciclo está chegando ao fim.

O Grêmio vive agora sua agonia rumo ao  indesejado tri-rebaixamento, só que a estátua continua lá, incólume, enquanto Romildo sai dessa campanha bem arranhado, inviável para qualquer candidatura. Já o clube, nesse legado de terra arrasada, se prepara para um novo período de grandes dificuldades em que a flauta dos colorados é o menor dos males.

O que fica de lição de tudo isso é que não há imortalidade que resista a tantos fatores adversos, especialmente a uma direção que se mostrou incompetente na gestão daquilo que é a razão de ser do clube: o futebol.

 

domingo, 28 de novembro de 2021

REFLEXÕES RUMO AO REBAIXAMENTO – PARTE 2

1.Grêmio que se cuide para não ter mais rebaixamentos do que  títulos da Libertadores.

2. O risco de queda agora é de 95%, com margem de erro de 5% pra mais ou pra menos...

3. Os gremistas tentam, mas não dá pra colocar a culpa nos outros: arbitragem, VAR, imprensa, gandulas, a pandemia, a CBF, a RBS, a Globo...

4. A culpa mesmo é do próprio Grêmio e dos adversários, que perderam o respeito pelo ex-Imortal.

5. Anúncio da RBS na ZH: “Estamos TRI felizes por celebrar estas conquistas”. Não, não é provocação pelo tri-rebaixamento, mas vai ter quem ache que é.

6. Folha de pagamento do futebol gremista é de R$ 14,4 milhões/mês. Só perde para  as do Flamengo, Atlético MG e Palmeiras, ponteiros do campeonato, e é quase o dobro da do Inter ( R$ 8.3 milhões).

7. Aliás, o co-irmão está mais bem colocado no ranking da folha de pagamento (7º lugar) do que na tabela de classificação (8º lugar...por enquanto).

8. Bem que o Grêmio podia promover um Black December e já se livrar de um  montão nabas.

9. 1E o Renato, hein?! Deixou terra arrasada no Humaitá  e agora enterrou o Mengo na Libertadores.

10. Chega de mobilizador. Precisa-se de organizador!

11. Tricolor deixa a matemática de lado e investe na geografia para saber onde vai jogar no ano que vem.

12.Bom período para conhecer ou revisitar Maceió, São Luis  do Maranhão, Campo Grande, Belém do Pará, Brusque. Criciúma, Novo Horizonte, Itu. Haja ônibus.

12.1. Pior vão ser os trocadilhos com Tombos.

13. Segundona vai permitir que o tricolor conquiste de novo um título que o falso Campeão de Tudo não tem.

14. É fake a informação de que o Grêmio esteve durante todo o campeonato na zona de rebaixamento: depois da primeira rodada era o 14º...pelo saldo de gols (-1).

15. Eleição no Grêmio  no ano que vem promete tanto quanto a de presidente da República.

15.1.O que tem de gente se assanhando...

16.O Conselho gremista mudou o Estatuto do clube em 2019 para permitir mais um período “vitorioso” para o Romildo Bolzan. A história dá cada volta.

17. Por uma semana recuperadora, roguemos com fervor.

sábado, 27 de novembro de 2021

REFLEXÕES RUMO AO REBAIXAMENTO

1.Agora, nem o Sargento Garcia prendendo o Zorro resolve.

2. O Imortal precisa de 10 pontos em 3 jogos...

3.A imortalidade não resiste à incompetência diretiva.

4.Pelo menos  na serie B do ano que vem não terá a Anapolina.

5.Pelo menos 2: não vamos falidos para a Segundona, como o co-irmão em 2016.

6.Onde anda Celso Roth numa hora destas?

7.O Grêmio gastou este ano em contratações R$ 58,8 milhões para 35 pontos até agora, ou cada ponto está valendo R$ 1,68 milhões.

7.1.Foram 10 vitórias, ou R$ 5,88 milhões por vitória.

7.2.Campeão do desperdício.

8.Das postagens alheias: Na Austrália o Grêmio já caiu.

8.1 - E aí, Denis, o Grêmio não ia permanecer na Série A?

- Bah, ia...

8.2.Black Friday nas Casas Bahia: pague 1, leve 3.

9.Não é desejo, mas acho que vão cair dois gaúchos, além do Brasil.

10. Não  me venham com esta bobagem de pedir musica no Fantástico.  O Tadeu Schmidt nem está mais no programa.

11. Pô, logo no dia em que comemorávamos os 16 anos da Bastalha dos Aflitos.

11.1 O velho Marx tinha razão: a história só se repete como tragédia.

12. Será que tem rebaixamento nas prévias do PSDB?

12. Tudo indica que a Faurgs será rebaixada...

13. Sou Botafogo desde pequeninho.

14, Fora o Grêmio, tudo bem!

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

REFLEXÕES EM TEMPO DE #TBT

1. Só pra constar: Grêmio não perde há três jogos; Inter só perde há três jogos.

2.Muita pressão para ressuscitar a CPI da Covid. Não há o que não Aras.

2.1.Típico de peça shakesperiana: Muito barulho por nada.

3.Saudade dos gestos, ideias e sotaque do Renan Calheiros. #sqn

4. Saudade das esganiçadas do senador Randolfe. #sqn2

5. O PSDB, com a prévia,  deu sentido a palavra “partidos”. (Inspirado em Gilmar Fraga, de ZH)

6. O que ocorre primeiro: o resultado das prévias do PSDB ou a filiação do Bolsonaro ao PL? Façam suas apostas.

7.Próxima Mãe de Todas as Batalhas: Contra e a Favor da vinda do touro dourado da B3 para Porto Alegre.

8.Ué, estranho:  ninguém saiu em defesa dos baderneiros do colégio Anchieta!

9.O investimento da Globo agora é em “especialistas” em meio ambiente. Sempre os mesmos. Aquelas  caras manjadas do auge da pandemia estão em stand by.

10. Saudade das aparições do Nhonho no JN. #sqn3

11.A última moda nas redes sociais é postar obituário de pets.

11.1.Daqui a pouco até missa de sétimo dia vão anunciar.

12.O ópio do povo, dependendo dos resultados, vira ódio do povo.

13. Minhas implicâncias: tem cota obrigatória de Galvão Bueno para aparição em comerciais?

14.Renato só tem uma chance de se recuperar diante da torcida do Mengo: conquistar  a Libertadores.

15. “O Grêmio é um fenômeno: utilizou dois  técnicos no mesmo jogo”. (De colorados corneteiros)

16.O Grêmio está jogando tão seguido que é capaz de aprender.

17. Amanhã é a vez da Batalha da Fonte Nova. Não perdam: é o 35º jogo decisivo do tricolor no Campeonato.

18. Se vencer, o Imortal só troca de posição com o Bahia., mas permanece no Z 4.

19. E parece que teremos que fazer  a Escolha de Sofia  entre os gaúchos: Grêmio ou Juventude!

20. Se o Grêmio escapar do rebaixamento será como classificar para a Série A. Vale festa na Goethe!

21. Recomendação para o Black Friday, amanhã: se você tem bom senso, fique longe das lojas!

 

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Objeto de desejo em forma de mulher

 *Publicado nesta data em coletiva.net 

*Baseada em uma história  real 

A declaração atribuída à atriz Paolla Oliveira de que “a prostituição será a única forma de sobrevivência das atrizes da Globo, caso Bolsonaro seja reeleito” revelou-se como mais uma fake news a transitar impunemente pelo território livre das redes sociais. Só que antes do desmentido formal da bela Paolla sei de muita gente que estava disposta a rever sua opção eleitoral para se candidatar ao elenco global feminino que ficaria desgraçado, dependendo do resultado da eleição do ano que vem, se a afirmação da atriz fosse minimamente verdadeira. 

O episódio serviu também para mexer no baú das minhas memórias, do tempo em que militei na radiofonia,  e trazer à tona o ocorrido com um gabaritado repórter daquela época. O moço tinha obsessão  por uma atriz de dotes artísticos e estéticos dignos da revista Playboy dos bons tempos, para a qual, aliás, ela posou com direito àquela foto grande da página central, que ornava as melhores borracharias do ramo. Na real, a loira – ela nascera numa cidade de colonização alemã - era o sonho de consumo de 10 entre 10 brasileiros  e alvo de muitas homenagens, especialmente  pelos mais jovens. O que diferenciava nosso amigo dos  outros  aficionados é que ele começou uma poupança  para fazer frente às exigências da renomada atriz. 

Pelo menos era o que contavam seus companheiros de profissão, exagerando nos dotes, no desempenho e nas tais exigências. O empreendimento não sairia barato! Um ou outro companheiro, dos mais bem situados financeiramente, dava a entender que já havia feito um investimento na musa, em uma viagem ao Rio ou São Paulo durante a cobertura de jogos  da dupla Grenal. 

- E aí, me conta, como foi? É tudo aquilo que falam?, - indagava, sôfrego, o poupador. 

-  Valeu cada centavo!,- respondia o incentivador, e nada mais acrescentava, o que só aumentava a  expectativa do inquisidor. 

O jovem senhor conseguia reservar até uma parte  das magras diárias de sua emissora, privando-se de algumas refeições, visando um objetivo maior: o investimento para a realização de seu sonho, 

A cada escala de viagem o dedicado repórter planejava que seria aquela a melhor ocasião para o encontro com seu objeto de desejo, mas  tudo conspirava para que o intento não se realizasse. Começava pelos telefones que os “amigos” lhe repassavam (“não  tem erro, um primo de um amigo meu acertou  tudo com ela por este número”, ou “este é o número que está valendo agora,  ela teve que mudar porque o anterior estava muito manjado”) e que invariavelmente eram atendidos num açougue, numa padaria e, sacanagem extrema, até numa funerária. “Vai ver mudou de novo o número de contato”, justificavam os cafajestes. Detalhe: eram tempos sem celular. 

O tempo foi passando, a atriz revezando papéis na TV  e novos parceiros na vida privada, tudo acompanhado obsessivamente pelo nosso personagem, enquanto a poupança dele era corroída pela inflação do período  pré-Plano Real,  até  que um dos bandalhos pediu para falar reservadamente com ele. O cínico, devidamente instruído pelos outros sacanas, fez um ar compungido antes de disparar: 

- Amigo, tenho uma informação triste pra te contar. Um parente meu que tem contatos com o pessoal das TVs me revelou que a fulana agora dobrou o preço. Era muita demanda e ainda tem esse negócio da inflação, sabe como é, né?! 

Nosso repórter ficou sem chão diante da “revelação”. A poupança dele estava longe de alcançar a nova régua financeira estabelecida pela atriz. Inconsolável, chegou a pedir uma licença  e avisou  as chefias que, na volta,  não queria mais viajar para o centro do país. 

- Nada mais me atrai por lá..., confessou. 

O tempo é o senhor da razão e o melhor antídoto para as desilusões, sobretudo as amorosas. Com o ex-apaixonado não foi diferente e eis que ele se reapresenta para trabalhar a bordo de um bem conservado Fuca 1300. 

- Investi aquela poupança nessa belezinha, que não é tão exigente, me leva pra cima e pra baixo e não  corro o risco  de ser rejeitado. E usada por usada, sou mais a minha viatura, - justificou. 

E foram felizes por pelo menos cinco anos, quando o  Fuca  foi trocado por um Corcel 2,  também em bom estado de conservação e de manutenção, igualmente, não muito exigente. 

REFLEXÕES PARA UMA SEGUNDA-FEIRA LUMINOSA

1.A torcida para que desse tudo errado no exame do Enem não funcionou.

2.A torcida para que as prévias do PSDB dessem certo não funcionou.

2.1.E os tucanos seguem se bicando de todos os jeitos.

2.2.Ficou mal para a tal FAURGS, que criou o aplicativo eleitoral e é uma entidade privada ancorada na Universidade.

3.Enquanto o Imortal subiu uma posição na tabela, os Vermelhos desceram mais uma.

4.Se o Imortal cair para a série B serei representado na A pelo Botafogo.

5.A seleção do Uruguai é o Grêmio nas eliminatórias sul-americanas.

5.1..E a Venezuela a Chapecoense ou o Brasil de Pelotas.

6.Aguirre na Celeste vai ser  Felipão, Mancini ou Roth?

7.No momento, Galvão Bueno tem mais narrações de comerciais do que narrações de jogos.

8.Acho que é para compensar que o salário dele na Globo baixou para apenas 800 mil.

9.Carla Camuratti ainda dá um caldo.

10.Tô até pensando em criar a Academia Brasileira das Caldáveis e indicá-la para patrona.

10.1.Dessa a Fernanda Montenegro não vai participar.

11.Importante a verificação dos preços hoje para não se chegar à conclusão que na Black Friday os produtos custam a metade do dobro.

12.Não vou estranhar se daqui a pouco aparecerem ofertas de jazigos na Black Friday.

13. “Objeto de desejo em forma de mulher”, coluna de hoje em coletiva.net. Postagem à tarde. Não perdam.

14. Por uma semana luminosa, roguemos com fervor.

 

 

 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Trocadilhação

*Publicado nesta data em coletiva.net

Há quem torça  o nariz para os trocadilhos, mas eu os considero uma arte, que pratico eventualmente, é bem verdade que sem o talento de alguns companheiros. Todos eles são jornalistas, gente acostumada a lidar com as  palavras, suas sutilezas e rearranjos, que vão resultar num inspirado trocadilho ou nem tanto.

Considero o Valtair Santos, repórter esportivo das antigas, como o patrono dos trocadilhistas da tribo da comunicação. A participação dele nas jornadas esportivas da Rádio Gaúcha eram pontuadas de trocadilhos, que variavam dos bem criativos aos absolutamente infames. E assim fez escola e gerou uma infinidade de seguidores entre os jornalistas, dos quais destaco o saudoso Plinio Nunes * que, além de grande conhecedor da língua pátria, era um trocadilhista sagaz e ardiloso, no sentido de que todos os diálogos  com ele desembocavam num jogo de palavras. Era também o caso de outro militante da causa, que igualmente nos deixou tão cedo, o Jorge Estrada, cujo sobrenome já permitia várias nuances e ele abusava delas.

O trocadilho é uma prática simples, mas exige um mínimo de criatividade na troca de palavras e letras que modificam o significado original da palavra, despertando o humor de quem lê ou ouve. Pode ter rimas ou não e, na maioria das vezes, resulta numa contradição, como no clássico  exemplo “gosto de café, a Cláudia Leite”.  Nomes próprios facilitam a trocadilhação, se é que existe o termo, que, aliás, se presta para um trocadilho, só não me ocorre como. No entanto, essa facilidade acaba nivelando por baixo a criatividade que se exige de um trocadilhista máster da nobre arte. Coisas do tipo,  “voce coloca gasolina no seu carro, o Vin, Diesel” , “Uso havaianas, o Tomb, Rider”, “Meu casaco é de veludo, o do Bob Dylan”, “Prefiro Chapolin, o Hugo, Chaves”.  Ai vira besteirol, como estes outros: “O padre bateu o carro dando uma rezinha...”, “a vaca foi para o espaço para se encontrar com o vácuo”, “quando o Papai Noel morrer ele não estará mais em trenós”. Argh! Pra falar a verdade nem sei se os exemplos representam trocadilhos, mas troco em diante assim mesmo.

Apesar dessas indignas produções, mantenho a arte trocadilhesca em alta na minha preferência e, com o perdão dos leitores, encerro com  o clássico dos trocadilhos, o trocadilho do trocadilho, o trocadalho do carilho, ou seria o trocarilho do cadalho?

*Plinio Nunes, falecido este  ano, nos legou uma obra prima, que a Associação Riograndense de Imprensa/ARI viabilizou, editada pela Farol 3 com o apoio da Prefeitura de Gravataí: o livro “À Crase, os meus respeitos!”, um  manual bem didático para consultas não só sobre a maldita crase, mas também sobre a virgula, o hífen e todos os porquês. O livro foi o mais vendido na banca da ARI na Feira do Livro e agora pode ser adquirido pela Farol3 Editores em www.farol3.com.br . Toda a renda da comercialização irá para a família do Plinio.

 

 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

LIGEIRAS REFLEXÕES NO FERIADÃO

1.Toda a segunda-feira devia ser feriado.

2.Sou do tempo em que havia alguma comemoração pela Proclamação da República.

3.Tem ministro que é sinistro, inclusive no nível Supremo.

4.O lado positivo da campanha do Grêmio é que os tricolores estão se aperfeiçoando na matemática.

5.Outra coisa positiva: o RS não ficará sem representante na série B.

6.Pra conferir: o Grêmio sempre perde quando não usa seu tradicional uniforme.

7.Pra conferir 2: o que os astros reservavam para o tricolor no início do ano? Confere com a atualidade, produção?

8. Consolo: o gol do Ferreirinha foi o mais bonito da rodada da série A.

9. Constatação: cada vez mais sabemos que pouco sabemos sobre o coronavírus.

10.Bolsonaro hesita em se filiar ao PL. Acha o partido muito liberal...

11. A Nova Mãe de Todas as Batalhas que se avizinha: Leite x Doria na prévia do PSDB.

11.1.O terceiro candidato vai bicar poucos votos entre os tucanos.

12. Essa questão dos servidores do INEP é um típico caso de INÉPcia do governo.

13. Tá bem, sou a favor da eleição de Fernanda Montenegro...para a Academia Brasileira de Artes Cênicas.

14.Alô, pauteiros e produtores da mídia: tá na hora de deixar a Marília Mendonça descansar em paz.

15. Só falta criticarem o Hamilton por desfraldar a bandeira do Brasil no final do GP em Interlagos.

16. Coluna deste que voz fala na coletiva.net ficou para amanhã.

17. Já estou com saudades da Feira do Livro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Porcello

 *Publicado em 07/11/2021

Tínhamos  mais em comum, o Porcello e eu, do que o nome Flávio Antônio, a vocação jornalística, a torcida pelo Grêmio e a preferência pela cerveja bem gelada. Nossas afinidades datam dos anos 70 do século passado, quando fomos contemporâneos na Fabico, eu um ou dois anos mais adiantado, mas nos formamos juntos em 1977;  frequentamos os setores da dupla Grenal, ele pela Folha da Manhã eu pela Folha da Tarde, participamos das diretorias renovadoras da Associação dos Cronistas Esportivos, depois nos reencontramos na TVE  em duas oportunidades e passamos a conviver na Confraria 1523 e lá se vão mais de 20 anos de confraternizações e mais de 45 de relação com o querido amigo que perdemos  para essa maldita Covid, contra  a qual lutou bravamente.

 O Flávio Antônio Porcello era múltiplo como profissional, um baita repórter, bom de texto e de improviso; um âncora seguro, o diretor de tv criativo, pesquisador e professor reconhecido por seus iguais e festejado por  seus pupilos, e sempre em busca de novos horizontes na academia, mas para nós, seus confrades de pelo menos uma vez por mês no Bar do Beto, o que  vai ficar é o parceiro animado e participativo nos bons momentos e o amigo solidário a quem precisava de apoio. Era o nosso Polenta, o pai amoroso da Paulinha, que herdou a vocação jornalística dele.  “Quando nos encontramos, os problemas ficam do lado de fora”, escreveu ele no livro sobre a nossa Confraria, cujo complemento do título foi de autoria dele – “uma história de parceria e bom humor”, que é uma boa síntese do que o Flávio Antônio Porcello representava. Vai ser difícil reunir novamente a 1523, talvez isso não ocorra tão cedo e quando  ocorrer  naquela mesa estará faltando ele, com o perdão, festivo Polenta, se fui dramático e meloso demais. Prometo em nome dos outros confrades e confreiras fazermos uma bela celebração e lá pelas tantas erguer um brinde à vida e a quem soube desfrutá-la plenamente  como o nosso Flávio Antonio Porcello. Um abraço fraterno à Paulinha, à mãe dona Maria, à irmã Susana, tão guerreiras nesta agonia,  e a todos os familiares e inúmeros amigos do Porcello, entre os quais me incluo, orgulhoso e já saudoso nestes tristes dias. Perdemos um dos bons. Quando a gente perde um parceiro desse quilate uma parte de nós também se vai.

De volta

 *Publicado em coletiva.net em 08/11/2021

Depois do terceiro aviso coronariano em tão pouco tempo, veio o questionamento inevitável: será  que vale o sacrifício? Por dinheiro? Para se sentir útil e ocupado? Por desfrutar de algum poder? Por acréscimo à biografia? A resposta é não, não e  não, dona Prefeitura.

O que resta de caminhada - e não é tanto e será cada vez menos -, não pode ser desperdiçado nesta quadra da vida naquilo  que não dá  gratificação pessoal,  mesmo que seja importante para terceiros ou para as instituições. É uma visão egoísta certamente, mas nos anos finaleiros o primeiro compromisso é conosco mesmo e com os mais próximos da gente.

Estar harmonizado com seus próprios interesses, mesmo os mais simplórios, é o segredo da tranquilidade e a forma de ser feliz na idade em que tantos  outros prazeres e desafios ficaram para trás.  É tempo de viver plenamente cada momento, até voltar a ser criança de novo. Não se trata de conselhos à la Monja Cohen, nem me tomem por pessimista ou chegado a um drama, mas vida real.

Dito isso, entro em campo novamente produzindo meus textos, recontando histórias, fazendo reflexões em frases de efeito, sempre acrescentando uma pitada de bom humor, porque disso não abro mão. E tem as provocações aos Vermelhos esportivos e aos raivosos  ideológicos de todos os matizes. Agora, vocês vão ter que me aturar de volta  na coletiva.net por culpa da publisher Marcia, que insistiu para que eu marcasse presença semanal aqui, mesmo que fizesse anus dulce no início, quando recebi o convite. Às vezes  banco o difícil, mas comigo sempre tem jogo.

Nada, porém, vai mudar minha rotina diária. Tri vacinado, serei visto caminhando todas as manhãs no calçadão de Ipanema, eventualmente na companhia prazerosa do cronista Nilson Souza e menos eventualmente com o prefeito Melo e a Valéria, que mantiveram seus exercícios na madrugada, que não é mais o meu caso.

Continuarei a dar expediente na Morar, a geriatria da qual sou sócio no Menino Deus e onde cuido das finanças e não dispenso o café bem passado da Vanessa, acompanhado daquele pastel ou de uma bem nutrida fatia de bolo caseiro. Sou apreciador de  uma mordomia e também já vou me preparando para uma vaga futura.

Quando essa maldita pandemia permitir, vou voltar a pleno as minhas confrarias,  quem sabe reunir de novo o que restou da antológica Confraria da Caveira Preta, mas com certeza dar regularidade aos encontros da 1523 no Bar do Beto ou nas churrascadas na sede à beira do Guaíba, uma convivência que resultou no livro “Confraria 1523 –  uma história de parceria e bom humor”, que teve o lançamento postergado várias vezes, também por conta das ameaças do coronavirus.

Com os que me são caro por perto, é assim que espero atingir infinita paz no coração. Acho que mereço.

Sobre os textos aqui publicados, chamo a atenção para meu novo mantra: aceito críticas, mas prefiro elogios. Ah, e viva a volta da Feira do Livro à Praça da Alfândega.

 

sábado, 6 de novembro de 2021

RRR: Roteiro rumo ao rebaixamento

 - O Grêmio, sem dúvida, é um dos favoritos para conquistar o campeonato.

- Essas primeiras derrotas não significam nada. Tem muito campeonato pela frente.

- Em seguida o time reage e sai da zona de rebaixamento.

- É só mais uma derrota. Isso é normal no início.

- Afinal, o Grêmio é imortal.

- Se mudar o treinador, a situação muda. Tem muito campeonato ainda.

- O Tiago Nunes se indispôs com o vestiário.

- Agora com o Felipão a coisa vai

- Vitória sobre o Flamengo. Ninguém mais segura.

- Ainda tem muito campeonato pela frente.

- Se ganhar desses mortos do Sport e do Cuiabá, escapa fácil.

- Jean Pierre não dá mais. E tem que tirar o Alisson.

- Volta Jean Pierre e tem que manter o Alisson.

- Tem que prestigiar a gurizada.

- Os cascudos é que vão garantir a virada.

- O time não se adaptou ao esquema do Felipão, mas ainda tem muito campeonato pela frente.

- Fora Felipão, ultrapassado.

- Mas ainda tem muito campeonato pela frente.

- Com 44 pontos escapa. Claro que ainda dá.

- O time do Grêmio não é pior que estes outros do Z4 e os que estão rondando ali.

- O time não tem qualidade, contratou mal.

- Culpa  do Romildo e do Renato.

- Mancini chega e vai propor novo esquema, mais ofensivo.

- O Denis Abrahão é motivador e vai mexer com o vestiário.

- Precisa ganhar pelo menos 9 jogos...

- Ufa, vitória sobre o Juventude. Agora vai

- Será que com 42 pontos escapa?

- O time joga bem no primeiro tempo, mas entrega no segundo.

- As arbitragens estão contra o Grêmio. Coisa daquele colorado do Gaciba.

- O VAR só funciona contra nós.

- E essa mídia vermelha que torce contra.

- Faltam poucos jogos, mas vai dar.

- Tem que torcer contra o Santos, o Bahia, o Sport...

- Cinco jogos em 10...

- A esperança é a última que morre.

- Se ganhar o Grenal escapa.

- ...