sábado, 28 de janeiro de 2017

Contos da Mesa ao Lado: A Maldição de Eros

Este despretensioso conto foi publicado originalmente em 2010, com o título Midas Moderno, mas sem um final. Apesar dos apelos pela contribuição por um desfecho só agora o conto está completo e, por isso, republicado com um novo título, abrindo um novo espaço no ViaDutra, os Contos da Mesa ao Lado.

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Ele sempre sonhara em ter nos braços e depois na cama as mais belas mulheres. Nas caminhadas pela cidade, já fazia uma seleção das que lhe interessavam e buscava a diversidade na quantidade. Altas, baixas, magras, mais cheinhas, loiras, morenas, mulheres com cabelos chapinhados ou crespos, ninfetas e trintonas.  Na dúvida se escalaria para seu elenco fictício, dava preferência para as de bumbum bem torneados. Cada uma das selecionadas merecia um enredo e aí a imaginação corria solta. Com a loira de jeans apertado e cintura baixa, sonhou com uma transa naquelas praias paradisíacas do Caribe. Com a morena de lábios carnudos, imaginou mil situações à beira de uma piscina e depois o clímax dentro da água. A baixinha seria personagem de grandes contorcionismos no banco de trás do carro. A mais gordinha teria o privilégio de um pernoite no motel, onde ele poderia percorrer com calma toda a geografia daquele corpo mais avantajado. Para a moça com carinha virginal, reservava os jogos eróticos menos convencionais e para aquela outra, com jeito de safadinha, se entregaria sem pudores, deixando que ela comandasse a brincadeira.

Estava virando obsessão e eram recorrentes os sonhos de conquistas que, na real, jamais aconteceram. Ele achava mesmo que tinha pouco a oferecer: não era bonito, para atlético não servia e ainda penava com o salário magro que o impediria de fazer uma presença às deusas escolhidas. Faltava-lhe, sobretudo, coragem para abordá-las porque não saberia o que dizer depois do primeiro contato. Assim, sem outros predicados, ele queria ser ungido com os poderes mágicos, como os do Rei Midas, o personagem da mitologia grega que recebeu do deus Baco o dom de transformar em ouro tudo o que tocava. Mas seria um Midas moderno porque o ouro de seu desejo seriam as belas garotas que faziam parte da sua galeria de conquistas potenciais. Bastaria um toque, um aperto de mão, um beijo mais carinhoso, e elas se prostrariam aos seus pés, prontas para se transformarem em escravas sexuais, ávidas para satisfazer todos os seus desejos e fantasias, incondicionalmente suas, e sem muito dispêndio de energia na conquista.

No verão, na véspera do seu aniversário, ele passou a noite sonhando que seu desejo se tornara realidade. Foi um sonho contínuo, onde desfilaram todas as mulheres dos seus desejos e mais algumas que o inconsciente ofereceu – celebridades, amiguinhas de adolescência, primas interessantes, atrizes pornôs e até representantes da realeza européia.  Acordou banhado em suor e exausto, como se tivesse compartilhado a cama com todas elas, uma de cada vez, é claro. Foi um prazeroso, mas cansativo presente de aniversário, pensou. E ainda havia aquela estranha criatura interferindo no sonho, que se apresentou como Eros e que se vangloriava, porque fora deus na antiguidade, de poder mudar a vida dele para melhor.

O sonho fez dele um homem perturbado a caminho do trabalho. Ele queria entender o significado das imagens que povoaram seu sono e nas divagações de uma manhã num ônibus lotado nem percebeu que sua vizinha de banco passou a pressionar suas coxas e se insinuar por olhares e mais movimentos corporais invasivos do seu espaço. Quando percebeu a movimentação da moça, diferente do usual, ficou constrangido e procurou se afastar. Mas a moça, bonitinha nos seus presumíveis 25 anos, insistia em se aproximar mais e mais e ele começou a ficar preocupado. Temia ser acusado de assédio, logo ele que era a timidez em pessoa. E a moça se achegava cada vez mais e ele estava quase fora do banco quando decidiu descer para evitar maiores problemas. Ao levantar, a vizinha de banco veio atrás e desceu junto do coletivo. Agora ele já estava assustado, certo de que estava sendo vítima de um assalto, na pior das hipóteses, ou de uma pegadinha dessas que ridicularizam as pessoas na tv, na menos pior das hipóteses. A moça veio decidida ao encontro dele no ponto de ônibus, mas ele saiu em disparada e entrou no primeiro táxi que encontrou.

Chegou esbaforido ao escritório e foi direto ao banheiro para molhar o rosto e enxugar o suor. O que viu no espelho foi um homem a beira de um ataque de nervos e precisou de alguns minutos para se recompor. Na saída do banheiro esbarrou na estagiária do Departamento Jurídico e antes que pedisse desculpas foi arrastado pela moça para a sala do arquivo. O local era pouco frequentado naquele horário e a moça, uma belezinha de 21 aninhos, não demorou muito para despir-se completamente e avançar sobre ele. Acuado e atônito ele ficou sem reação e se deixou levar pela voracidade da parceira. Entre arquivos e pastas de documentos se entregaram a uma transa rápida, mas intensa. Ao final, sem dizer uma só palavra ela recolocou as roupas e, parecendo plenamente saciada, se despediu mandando beijinhos. “Que loucura foi essa”, ele se perguntou, enquanto recolhia suas roupas e tratava de se ajeitar minimamente para enfrentar o dia de trabalho.

O episódio logo se espalhou, não por iniciativa dele, mas porque a moça não resistiu em compartilhar as emoções do encontro transgressor, logo ela sempre tão recatada. O resultado é que ele passou a ser requisitado para experiências semelhantes por todo o naipe de estagiárias, dos Recursos Humanos às da diretoria, passando pelo Marketing e os Serviços Gerais. A fama de garanhão corria solta e já não havia mais hora nem lugar vedado às peripécias sexuais. Sem dúvida era uma nova fase na vida dele e ele estava gostando até porque seu horizonte de conquistas começou a se alargar. As secretárias da diretoria e de outros setores exigiram espaços na sua agenda e ele os co ncedeu com prazer. Eram moças e senhoras mais sofisticadas e dotadas de bons conteúdos, mas quem disse que elas queriam conversa. Tudo o que elas desejavam era desfrutar dos prazeres que ele proporcionava e para isso não poupavam recursos, proporcionando ótimos jantares, locações nos melhores motéis e viagens e maratonas sexuais nos fins de semana. Ele dava um jeito de atender a todas, inclusive de outras empresas, além das vizinhas e eventualmente de alguma desconhecida, já a fama estava cada vez mais disseminada.

Envolvido nesse reino de fantasias e prazer, ele já não questionava mais porque tudo aquilo estava acontecendo. Achava que devia se conceder o máximo desfrute, afinal, o que antes era obsessão e sonho, agora se tornara realidade. A única preocupação era manter distância de insinuações indesejadas, como a do diretor financeiro, gay assumido, que propôs trocar seus favores sexuais por um carro zero quilômetro. Aí já era demais, como excedeu também a investida da mulher do presidente da empresa, uma matrona plastificada dos seus 60 anos, que passou a persegui-lo de todas as formas e com todas as propostas. Foi difícil desvencilhar-se dela, mas aos encantos da filha, uma loira desinibida beirando os 30, ele n&ati lde;o resistiu, até para ter um ponto de apoio familiar na casa do presidente, caso a mãe, despeitada, resolvesse intrigá-lo.

Eram tantas as pretendentes ao seu toque mágico que ele passou a ser mais seletivo nas suas escolhas. Já não havia diversidade nas que compartilhavam a sua cama. Ele claramente optou pelas mais jovens e mais exuberantes, deixando de lado as maduronas, sem os mesmos atrativos das garotinhas escolhidas, mas mais generosas nas contrapartidas materiais. A seletividade - e ele só se deu conta mais tarde - trouxe dissabores. As rejeitadas passaram a hostilizá-lo. Na seqüência, começaram a espalhar boatos e maledicências a respeito dele e do seu desempenho sexual.

- Aquilo? Foi uma decepção: é muito pequeno.

- Dá apenas uminha e já quer dormir.

- Ouvi dizer que agora está pegando rapazes.

- Achei estranho ele estar usando uma calcinha feminina.

- Só sabe fazer “papai e mamãe”.

- Olha, cheguei a ficar com saudado do meu ex.

 A confraria das rejeitadas era formado exclusivamente por mulheres já com boa quilometragem, experientes nas tramas que só as mulheres sabem urdir, casadas, descasadas e recasadas, enfim, senhoras a que se deve dar crédito e, sobretudo, temer. Ele não fazia ideia da energia negativa gerada pela rejeição e o estrago na sua reputação que isso provocaria. A injusta má fama logo se espalhou, mas ele não estava nem aí porque ainda tinha uma missão a cumprir. Faltava conquistar a recepcionista da empresa que o evitava, mantendo prudente distância física. Era uma morena sem maiores atributos físicos, mas o fato de ela se manter invicta passou a desafiá-lo. 

 Só que agora ela era um homem determinado e autoconfiante, por isso direcionou seus esforços para vencer a resistência da moça. Até que um dia precisou trabalhar além do horário para compensar as escapadas e...

 - Fazendo hora extra?

 Quem perguntava era a morena da da recepção, livros à mão indicando que estava de saída para a faculdade.

 - Não, já estou de saída também.

 Saíram juntos do escritório e no elevador os dois tocaram ao mesmo tempo o botão para o térreo. Foi o recepção, livros à mão indicando que estava de saída para a faculdade.suficiente para que a recepcionista, a exemplo de suas outras colegas, começasse a despir-se enquanto fazia o mesmo com ele, beijando-o de alto a baixo. Dessa vez ele não reagiu e se entregou a transa com prazer, sem se importar com a câmara espiã que espreitava o casal em êxtase no sobe e desce do elevador. Sempre sonhara em transar no elevador e agora estava realizando o desejo, por isso curtiu cada momento.  Quando finalmente decidiram que era hora de chegar ao térreo, o guarda da portaria, mais preocupado em jogar paciência no computador do que vigiar as câmeras de segurança, não prestou maior atenção a eles. Despediu-se da moça e ficou com gostinho de quero mais.

 Mas não houve uma segunda vez, nem terceira nem outras. O seu toque parecia não funcionar mais, pelo menos com a recepcionista. E olha que ele bem que tentou, cercando-a de todas as maneiras. Mas a moça se mantinha irredutível, erguendo uma barreira intransponível entre eles. Tornara-se obsessão para ele reconquistar aquele corpo e repetir os prazeres que o sobe e desce do elevador proporcionara naquele dia do primeiro e único encontro.  O Midas erótico estava perdendo o encanto e ele mesmo já não sentia prazer nas conquistas, tão fáceis e tão descartáveis. Em paralelo, enfrentava a pressão das rejeitadas, que tratavam de miná-lo de todas as formas.  O emprego dele agora estava por um fio p orque a filha do presidente passou a integrar, junto com a mãe, o clube das rejeitadas e pedira o cargo dele ao pai. Envolvido nesse turbilhão, ele maldizia o sonho que o empoderara com o toque do prazer. Como no Midas da mitologia queria voltar a ser o que era antes.

Quando voltou a sonhar com o deus Eros, seus problemas acabaram. Eros atendeu seus apelos, mas impôs um alto preço. A divindade manteve nele o dom de atrair todas as mulheres, mas ao mesmo tempo concedeu-lhe indesejada impotência sexual. As benesses que havia conquistado ficaram no passado e agora vivia atormentado por um mal pior do que o assédio de que era alvo na situação anterior. Ao acordar do pesadelo, resignou-se

- Fui acometido da Maldição de Eros. Tenho todas as mulheres que gostaria, mas não sinto qualquer prazer. Agora sou um midas broxa.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Um monte de histórias bobas e outras histórias

"O livro do vô é um monte de histórias bobas que os amigos contaram pra ele..." foi a manifestação da neta, super sincera e que deu o que falar na postagem no Facebook. Por um lado, alguns detratores aproveitaram a deixa para fazer provocações rasteiras, disfarçadas de elogios à pequena traíra. De outro, apareceram aqueles menos cínicos e mais contundentes que, sim, acharam o livro uma boa porcaria. A estes e aos outros contraponho com pelo menos duas opiniões favoráveis na postagem, gente do calibre da eterna musa intelectual Tânia Carvalho (“Eu ADOREI o livro do "vÔ", que tal?!) e do jornalista e escritor Leo Gerchmann, autor da tríade que resgata momentos épicos do Imortal Tricolor. O livro em questão, o do vô, é o Crônicas da Mesa ao Lado.

No primeiro momento pensei em deserdar a neta, a quem dediquei quando nasceu, há exatos sete anos, um dos textos mais emotivos que já cometi ( http://viadutras.blogspot.com.br/2010/01/bem-vinda-maria-clara.html )- era a primeira da terceira geração dos Brandão Dutra. Não lhe concederia  um lote da minha apreciada coleção de canecas, mas já perdoei a pequena ingrata, até porque acredito que ela foi induzida por pessoa adulta, do círculo familiar.  Vou acabar descobrindo quem é.

Enquanto isso, fico com a posição do generoso Gerchmann que afirma que receber contribuições é ótimo. Sem elas os escritores estariam perdidos, especialmente os iniciantes como eu, mas vale  também para quem já  está na lida há  mais tempo. Que o digam meus amigos Gustavo Machado, festejado autor  de  Sob o Céu de Agosto e Marcha de Inverno, Lucas Barroso que depois do romance Virose lança agora o livro de contos  Um Silencio Avassalador ou o Auber Lopes de Almeida, poeta e cronista com três obras já publicadas – Estética  da Tristeza, Nós e Memórias de Uma Vida Hilária.

Até parece que desviei do tema central deste texto para promover a produção literária dos amigos jornalistas e  é verdade. Por  isso,  preciso destacar também a grata surpresa que foi o livro Sala  de Embarque, de um amigo da juventude, o Leo Ustarroz,  o divertido Pândegas & Galhofas  do não menos espirituoso Paulo Motta, o Afonso Licks com seu resgate histórico Octavio, O Civil dos  18 do Forte de Copacabana. Isso sem falar no que vem por aí, o DezMiolados  em suas versões masculina e feminina. 

Volto a afirmativa da neta e assalta-me  a dúvida, que é a dúvida  de  todos os  que se arriscam a cometer literatura: e se ela tiver razão e tudo não passar de um monte de bobagens? Preciso abrir uma cerveja e refletir a respeito.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Provocações eróticas

A provocação continua. Acho mesmo que estou sendo vítima de uma quadrilha organizada para me desestabilizar. É que todos os dias  meus e-mails pessoais são infestados por  mensagens que relatam maravilhas de aditivos para turbinar  a relação sexual.  Ainda não entendi porque sou alvo deste insidioso marketing erótico. Suspeito que pela faixa etária o algoritmo - ou  será logaritmo? – escolhe a quem direcionar a mensagem. Quanto mais idade,  mais  necessidade de um incentivo químico, deve ser a lógica dos logaritmos – ou será algoritmos? –,  só que no meu caso quebraram a  cara.  Garanto que não preciso e  quando declaro isso publicamente sempre  tem alguém maldoso para acrescentar ...”claro, não pratica mais!”.  De fato, a maldade humana não tem limites.

Apenas a título de ilustração e, reafirmo, só por isso, vale a pena publicizar algumas dessas mensagens provocativas. Exemplos: “Tenha  DUREZA (assim, com caixa alta) que as mulheres  gostam”, postagem de um tal de Jair Ribeiro, que convida para conhecer a erva afrodisíaca  Maca Peruana. O produto deve ser uma maravilha porque promete corrigir a impotência e a disfunção erétil, aumenta a fertilidade, proporciona reposição hormonal natural, com ganhos de energias, força e vigor, isso para resumir os benefícios da Maca Peruana.

Outro exemplo: “Uma noite com mais intensidade e prazer na sua cama”, mensagem de Rodrigo Escobar, parecida com a de da Carolina Correa “Suas noite (sim, maltratando a concordância) com mais intensidade e prazer na sua cama”.  O que não faltam são mensagens apelativas, tipo “Sexoando pra valer sem murchar”, de Rebeca Amaral; “Jamais seja debochado  por falta de desempenho”, de Camila Ribeiro e uma bem direta : “Sua cama vai pegar fogo”, de Salete Duarte. Interessante notar que são todos nomes comuns, como se dessem depoimentos d e usuários  ou beneficiários de um mesmo  produto, comercializado pela mesma empresa.

Já o Rodrigo Duarte apela  para o depoimento do que seria um especialista de credibilidade, o cientista e  endocrinologista Gustavo  Gonzales, de uma  tal Universidade Cayetano Heredia, que trata a Maca Peruana como “milagre dos Andes”, afirmando que “no Peru, muitos homens e mulheres usam a planta para  melhorarem sua vida sexual.” 

Apesar de toda publicidade não me arrisco a usar os produtos anunciados que, repito, aparecem nos meus e-mails para me provocar e desestabilizar.
Alias, é tanto o bombardeio sobre a tal Maca Peruana que não resisto a fazer ilações de mau gosto entre o nome do país de origem da planta e o órgão genital  masculino, reconhecendo que foi uma  bobagem do Peru...
É a minha vingança.


sábado, 7 de janeiro de 2017

Coisas que ainda preciso aprender

Chego aos 6.7 meio lanhado,  aqui e ali, mas inteiro nas funções vitais. Entretanto, estou a dever para o meu dia a dia algumas coisas que nunca aprendi a exercitar e que dificilmente vou incorporar à gama de meus conhecimentos. Esse passivo compreende um rol de coisas simples, prosaicas até, que fazem parte da existência de cada um de nós. É verdade que consegui sobreviver sem elas, se bem que um tanto envergonhado pelo despreparo.

Um exemplo clássico é fazer nó de gravata. Já tentei mil vezes, mas o resultado final fica tão diferente dos arranjos conhecidos que até pensei em patentear o Nó Flávio Dutra, assim mesmo, em caixa alta, como se  fosse nome próprio.  Continuo, porém, sendo um Sem Nó, que só adquire gravata com nó pronto.  Igualmente não consigo dar nó duplo nos cadarços de sapatos e tênis e sou obrigado e cortar os cordões mais longos. A inabilidade manual se estende até a caligrafia, que é incompreensível às vezes até pra mim e que me deu uma trabalheira danada quando tive que autografar o Crônicas da Mesa ao Lado, pois fui obrigado a traduzir, caso a caso, as mensagens que escrevia.  
  
Usar o potencial dos celulares, suas funções e aplicativos, então, nem pensar. Morro de inveja daqueles nerds que sabem tudo e todas as operações dos eletrônicos, enquanto eu me limito as funções de telefone, mensagens, internet e tirar retrato.  Outro dia assisti a minha mulher pagando contas por telefone e descobri que isso é possível, além de outras operações bancárias, mas não me arrisco  com medo de causar enormes complicações ao sistema financeiro nacional e quiçá internacional. 

Gostaria também de saber cozinhar  para preparar do trivial variado à pratos sofisticados, porém, não passo do ovo frito e da torrada, embora seja um competente e elogiado churrasqueiro.

Teria outros projetos a cumprir, alguns deles inconfessáveis, diria escabrosos em alto teor. Mas até mesmo um vô de 6.7 tem direito a sonhar com metas, digamos, diferenciadas. E se, de repente, eu aparecer mais sorridente do que de costume, podem crer que não foi porque aprendi a fazer nó de gravata.