Os principais portais da Internet reservam espaços
para matérias nada a ver sobre
celebridades, tipo “Bruna Lombardi dá receita para se manter bela aos 63 anos”,
ou
então de ocorrências sexuais
extraordinárias, capazes envergonhar
garotas de programa. Exemplo típico do
segundo caso foi publicado UOL, bem recentemente, sob o título "Relatos da bela senhora: 32 amantes, um para cada ano com
marido infiel".
O lide da matéria é precioso e sei de amigos que tremeram nas
bases já no primeiro parágrafo: “Do que
é capaz uma mulher traída? A resposta de Isabel Dias está nas 208 páginas de 32
– Um homem para cada ano que passei com você. Depois de 50 anos e de um
casamento de mais de três décadas, a autora se divorciou e começou a escrever
uma história a partir das experiências sexuais e afetivas nas quais mergulhou
após descobrir ter sido traída pelo marido com quem imaginou uma velhice
tranquila na casa de praia”.
Seguem-se relatos de como a senhora
montou a operação que denominou “Chega da Bandalheira” e detalhes de cada um dos parceiros e dos
momentos prazerosos vividos com eles que, segundo ela, superariam os 32
elencados. “Sai da zona de conforto e
entrei na zona”, brinca.
“Pouca vergonha”, foi o mínimo que ouvi
de alguns contumazes e cínicos puladores de cerca. Em defesa alegam que nenhum
deles teve tantas amantes que
justificassem uma vindita tão rigorosa. É bem verdade que a maioria reconheceu
que a vingadora só passou a oferecer-se em larga escala depois da separação.
“Tecnicamente não seria uma corneada”, consolou-se um deles. Da mesa ao lado, ouvi manifestações
femininas, todas de apoio à revanchista. A surpresa veio de uma reconhecida
liderança municipal de nossas relações, senhora de conduta inatacável, que se
saiu com essa:
- Eu fora! Imagina a trabalheira
administrar essa montoeira de relacionamentos. Um só já incomoda...
Há controvérsias a respeito. O que me
foi dado a ouvir da mesa do outro ao lado, de predominância masculina, pode ser
resumida numa frase: quem desdenha quer comprar. Pior ouvi na sequencia: "Desdenha porque ninguém vai querer pegar..."
Como a disputa começou a engrossar foi a
minha vez de me manifestar: Eu fora! (Mas, cá entre nós: se a moda pega, quem
acaba se beneficiando com tanta oferta das vingadoras será o naipe masculino.)