sexta-feira, 30 de outubro de 2020

REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA OU QUASE EX-PANDEMIA

- Ser contra a vacina é o fim da picada!

1.      O que chega primeiro: a vacina ou a segunda onda da covid 19? Façam suas apostas,

2.      Ouvido na mesa ao lado : "Conheço gente que não precisa de fantasia para participar do Halloween..."

3.      . Da série Lições de Mestre: “O seu adversário de votos é quem pensa como você ou se dirige ao mesmo perfil de eleitor.” (Cesar Maia, pai do Nhonho)

4.      A propósito, quem nomeou o Nhonho como corregedor do governo?

5.      Da série Observações Eleitorais: A pessoa que responde que “o voto é secreto” é porque votou diferente do interlocutor.

6.      Tem candidato aí que vai cair para a Segundona Eleitoral. E tomara que não volte.

7.      Depois da inserção da Tia Carmen na TV, vem a do Missionário Volney. Faz sentido.

8.      Eleição mais furreca esta dos EUA: não tem segundo turno, nem horário eleitoral gratuito e é indireta.

8.1.E grenalizada: os Republicanos são vermelhos e os Democratas azuis.

8.2.Tudo indica que será mais uma vitória dos azuis.

9.      Da série Sou do Tempo...em que o Brasil se chamava Estados Unidos do Brasil.

9.1.Vocês podem não acreditar, mas foi da Proclamação da República até  1968.

9.2.No início, era Brazil com z.

9.3.Flávio Dutra é cultura histórica!

10.  Para o Inter ficou mais fácil ir adiante na Libertadores, porque não terá o Grêmio pela frente.; para o Grêmio ficou complicado superar as oitavas, porque não terá  o Inter como adversário. (Inspirado em Carlos Leão)

11.  Quantas vezes mais vou ouvir na Globo sobre “a prestigiada revista científica (...)” 

11.2. Só  troca o nome. Todas são “prestigiadas”.

12.Realmente a Globo está de sacanagem com a Inglória Maria. Hoje vai ao ar mais um Globo CVC Repórter sobre “lugares maravilhosos e paisagens fantásticas” mas com outra repórter.

12.1. Saudade dos “que lindo!”  e “aí,que delícia!”, da Inglória Maria.

13. No futuro, as Liveanas e as Covidélen terão um motivo a mais para odiar a pandemia.

14.Da Postagem Alheia: “A vacina será obrigatória mas só para quem quiser” (Dilma Roussef)

14.1.Saudades da Dilma! #sqn

15. Lições do Capitalismo: os bancos querem nosso dinheiro cada vez mais próximo e nós cada vez mais longe.

16. Podem contraditar à vontade. Pior é a indiferença!

 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Não estamos sós

 * Publicado nesta data em coletiva.net

Se as séries sobre política, eleições  e poder,  exibidas nos canais de streaming,  refletem a realidade dos países onde foram produzidas, aqui vai um consolo para nós brasileiros: lá fora também tem muita sacanagem e maracutaia  nos altos escalões.  Claro que se trata de um nivelamento por baixo, mas vale conferir os  exemplos de como se dão os enfrentamentos e as negociações no ambiente político em países que, muitas vezes, invejamos  como icônicos no comportamento ético de suas lideranças.

Até vou pular a série “ House of  Cards”,  que trata da ascensão dos Underwoods (Frank/Kevin Spacey e Clair/Robin Wright)   à presidência dos EUA.   As campanhas eleitorais americanas, virulentas e de baixo nível como estamos observando agora, já não servem de modelo pra ninguém há muito tempo e “House Of Cards”, em sexta temporada, apenas radicaliza o cenário.

Vamos aos exemplos de outros países, todos do Netflix, que confirmam a assertiva inicial. “Marseille”, produção francesa de 2016, retrata a história de Robert Taro (o velho e bom Gerard Depardieu), prefeito há 25 anos da cidade que dá nome à série, que descobre a traição do parceiro político prestes a assumir a prefeitura, desencadeando uma guerra pelo poder e controle do município, envolvendo até a máfia. Nada muito diferente do que acontece em várias cidades brasileiras, apenas trocando a máfia por milicianos e/ou outros grupos à margem da lei, que interferem nas disputas político-eleitorais.

Já “O Jornal”, série da Croácia,  diz mais sobre as relações dos políticos com a mídia e outras instituições do que sobre a operação do diário  que dá título à produção. Em duas temporadas, iniciadas em 2016, a série mostra um desfile de políticos corruptos, empresários inescrupulosos, policiais que agem como criminosos,  jornalistas divididos entre a  missão de bem informar ou servir aos poderosos de  plantão e até o envolvimento, nada cristão, da hierarquia católica nos malfeitos que conduzem ao poder. Olha, a série “O Mecanismo”, de José Padilha, vira Sítio do Pica-Pau Amarelo diante de “O Jornal”.

A ótima série “Borgen” (O Castelo, termo coloquial como é conhecido o palácio sede dos três poderes do pais) mostra que existe algo de podre no reino as Dinamarca, com o perdão do clichê. São três temporadas ( 2010/13) sobre a trajetória de Birgitte Nyborg (Saidse Knundsen), líder do partido dos Moderados que, contra todas as probabilidades, torna-se a primeira mulher a ascender ao cargo de primeiro-ministro. Dito  assim, até parece que o mandato dela é uma permanente celebração da boa prática política. Que nada, Birgitte sofre nas mãos das velhas raposas dos outros partidos, a  exigir cargos e benefícios em troca de apoio ( como um Centrão brasileiro),  além da incompreensão da família por inevitavelmente dedicar mais tempo ao governo do que  ao lar. Detalhe: o principal partido de oposição na série, liderado por um editor inescrupuloso, chama-se Partido Trabalhista. Deve ser mera  coincidência com fatos e pessoas tupiniquins. Detalhe dois: a diferença entre a corrupção dinamarquesa, pelo menos no seriado, e a daqui, é de escala. Lá o ministro da Defesa tem que se explicar porque aceitou dois rifles de presente de um fornecedor de armamentos; aqui é grana nas cuecas, malas de dinheiro e desvios de recursos das estatais e da área da Saúde. 

Um personagem tão importante na série como a primeira-ministra é seu assessor de imprensa, Kasper Juul (Pilow Asbaek), que não hesita em manipular jornalistas – especialmente as jornalistas - e informações  para livrar a chefe de situações incômodas. Na verdade, ele é bem mais do que assessor de imprensa: é um conselheiro sempre ouvido nas crises, até porque é um eficaz operador de bastidores e do lado B da política, portanto, uma figura que também se reproduz com este perfil  - e às pencas -  no cenário brasileiro, muitas vezes travestido de marqueteiro.

É preciso reconhecer, entretanto, que “Borgen” revela igualmente um outro lado da atividade política, sempre tão demonizada: a dos bem- intencionados por formação, a dos que escolhem o bem comum como prioridade, a dos que servem e não se servem do que é público,  a dos verdadeiros estadistas, mas que pagam um pesado ônus pela vida pessoal afetada e pelo constante dilema de decidir entre fazer o certo ou  agir com pragmatismo.  A estes está reservada a solidão do poder, as frustrações pelos ideais maculados, a amargura das causas perdidas e o desafio de sobreviver num mundo de permanente pressões e tentações.. Que pelo menos eles sirvam de inspiração aos vocacionados  para a boa política que, com certeza, ainda existem no mundo real e não apenas na ficção.

 

REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA OU QUASE EX-PANDEMIA

 1 Digam o que disserem, nenhum presidente recente fez mais  desfeitas aos verdes do que Bolsonaro.

1.1.Desfeitas às duas representações verdes...

1.2. O homem gosta de viver perigosamente.

2. A nova Mãe de Todas as Batalhas no Planalto: general Luiz Eduardo Ramos x ministro Ricardo Salles.

3. Os filhos do PR ficaram ao lado de Salles. Assim o futuro do general está traçado...

4. “Maria Fofoca”, novo termo do  vocabulário planaltino.

5. Constrangedora, de parte a parte, a entrevista radiofônica com o candidato Delvair, do PCO, nesta manhã.

5.1.O sujeito resgatou os termos “tubarão” e “burgueis”.

5.2. Já o Olívio continua com o mesmo vocabulário clichê de sempre no horário eleitoral.

6. Em termos de vacinas, o pessoal do Butantan é cobra.

7. Os jogos da libertadores na quinta e da dupla no domingo reabilitaram uma velha prática do rádio do RS: o duplex na transmissão esportiva.

8. Constatação incômoda para a esquerda: escrevem bem os colunistas direitosos,

9. Pergunta que não quer calar: qual o próximo assunto polêmico em que o Papa vai se intrometer?

10. Não estaria faltando na grade das programadoras de TV um canal LGTB ? A audiência potencial é crescente.

10.1. O nome fantasia pode ser Arco Iris TV ou TV Diversidade.

11. Maldade com a Inglória Maria no último Globo CVC Repórter: teve que ancorar o programa enquanto outra repórter fazia a matéria de uma viagem.

12. Diálogo da série policial televisiva:

- A senhora conhece alguém que não gostava do seu marido? (o morto), pergunta a detetive.

- Eu, responde a viúva.

 

13. Algumas letras do Sertanejo Universitário ainda estão no nível primário...

14. Da série Lições dos Mestres: “A campanha pode ser criativa, mas será placebo sem estratégia”. (Nizan Guanaes)

15. As críticas ao Renato tem duas razões: o time está mal escalado e ele é bolsonarista.

16. Para os colorados, empate com o Mengo teve sabor de vitória.

17. Por uma semana produtiva, roguemos com fervor.

 

sábado, 24 de outubro de 2020

REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA OU QUASE EX-PANDEMIA

1.A melhor da semana: Quando contarem pro Bolsonaro que os chineses inventaram a pólvora  ele proíbe as armas no país! (gostaria de conhecer o autor)

2 Fico com uma inveja de quem faz estas sacadas.

4. Justiça impugna candidatura à prefeitura de Luiz Delvair, do PCO. Pergunta que não quer calar: quem herdará esta enormidade de votos?

5. Da postagem Alheia: “Só vou aceitar a mesma vacina que for aplicada na rainha Elizabeth”.

6. E já temos uma multidão de “especialistas” em vacinas.

7. Da Postagem Alheia 2: “Se cabe 30 mil numa cueca, quanto cabe em uma toga?”

8. Ditado Moderno: Mais perda de tempo do que sabatina no Senado com indicado ao STF.

9.E surge uma Nova Mãe de Todas as Batalhas: Vacina Obrigatória x Não Obrigatória.

10. Já eu, repito, serei ficha 001 na vacinação.

11.Ditado Moderno 2: Mais ansiosos pela volta às aulas do que professores das escolas públicas. #sqn

12. Minha caixa de correspondência, enfim, lotada...de santinhos de candidatos.

13. Sugestão de slogan de candidato à Prefeitura: Pra tirar Porto Alegre do buraco, vote (...)

14. O que tem de candidato “vem fazer a diferença” nesta eleição! Acho que a maioria vai ganhar a indiferença do eleitor.

15. E o que tem de velhos candidatos da “nova política”!

16. Da Postagem Alheia 3: “Tia Carmem nem foi eleita e já  está sendo acusada de ganhar dinheiro com rachadinhas”.

17.O Inter jogou musto mal em Santiago. E o Grêmio quase se ferraz na Arena.

18. Boca braba para o Inter nas Oitavas de final da Libertadores. E indiada para o Imortal.

19. No Grêmio, Romildo Bolzan devia proibir Renato de indicar contratações.

20.Bobagens revisitadas: Sempre que ouço falar em "ervas finas" imagino ervas educadas em internatos na Suíça...

21. Que saudade do Horário de Verão!

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Grêmio, um desafio à paciência do torcedor

Era eu um aplicado repórter esportivo, nos tempos em que se podia frequentar os vestiários e entrevistar os profissionais depois dos jogos e eis que  me deparo com uma escala grudada numa coluna na parte interna do Beira-Rio. Sempre fui  bisbilhoteiro para os detalhes com potencial de notícia nos ambientes em que circulava. Por isso, passei a anotar discretamente a escala que o técnico Rubens Minelli havia afixado como lembrança aos jogadores daquele grande Inter dos anos 1970. 

Sem fulanizar porque a memória vai me trair, a escala previa que falta na entrada da área devia ser cobrada pelo jogador A; falta à meia distância pelo jogador B; pênalti pelo jogador C;  escanteio no lado esquerdo, pelo jogador D;  no lado direito, pelo jogador E; a base da barreira era o jogador F; escanteios para o adversário, o jogador G ficava na primeira trave; escanteio para o Inter, o jogador H, devia se posicionar  para o rebote e assim por diante, respeitando as características de cada jogador.

Minelli talvez não fosse um grande orientador tático, mas era um artesão na lapidagem de um time, mesmo aquele Inter recheado de craques. O futebol de intensidade que se exige hoje estava começando então, tendo a Holanda de Cruijff como parâmetro,  e o experiente treinador sabia que era no detalhe que muitos jogos se resolviam. Assim, trabalhava o detalhe e colhia bons resultados.

Passam-se os anos, o futebol está em constante evolução, mas os fundamentos não mudam e os confrontos tem, ainda, alta taxa de decisões no detalhe, no lance que foi exaustivamente treinado. Devia, pelo menos, ser assim, mas como saber se os treinos dos clubes são fechados?  A imprensa já não tem acesso ao que é executado em termos de ensaio de jogadas ou de repetições nas cobranças de faltas, como Valdomiro fazia ao final dos treinamentos, até o anoitecer, e que, depois, garantiriam vitórias importantes para o seu Inter.

Lembrei disso quando vi a cobrança de pênalti desperdiçada por Robinho contra o América de Cali, que colocou em risco a classificação do Grêmio em primeiro lugar na chave da Libertadores. Foi o quarto pênalti não aproveitado pelo Grêmio dos nove assinalados pelas arbitragens nesta temporada, ou quase 50% de desaproveitamento. Com isso, chego à conclusão que o time está mal escalado – ou mal treinado -  até para as cobranças de pênaltis e a  posição na tabela de classificação do Brasileiro poderia  ser outra e não o sobe e desce da primeira para a segunda página. Haja paciência. Até quando?

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA OU QUASE EX-PANDEMIA

1.      Parece que a disputa dos clubes no Campeonato Brasileiro não é pelos pontos, mas pra ver quem usa as camisetas mais exóticas.

2.      O senador aquele passou a ser conhecido em Roraima como Chicu Rodrigues.

3.      Naquele Estado, os mandatos no senado lembram um antigo comercial da  Dreher: De pai para afilho desde...

4.       Bah, ainda tem gente que confunde sexo anal com sexo anual...E que acha que sexo oral é falar sacanagem pros parças.

5.      Da Postagem Alheia: “Se não quiser uma cidade suja, não deposite  lixo na urna”. (Mário Sérgio Cortella)

6.      Cresce a probabilidade de a Mais Sinistra Mãe de Todas as Batalhas ser a dos Contra x dos a  Favor da Vacina.

7.      Depois da Cloroquina agora ideologizaram a vacina.

8.      De direita e esquerda a vacina só tem interesse em saber em qual braço vai ser aplicada.

9.      Já eu vou ser ficha 001 na vacinação!

10.  Pergunta que não quer calar: demanda reprimida faz terapia? (By Cristina Dutra Bortolozzo)

11.  Da série Perguntas Impertinentes:  Por que o Nhonho, que opina sobre tudo, até agora não se manifestou sobre o senador do seu partido pego com dinheiro na cueca?

12.  Ditado reciclado: Mais omissão do que o silêncio do Papa sobre as igrejas queimadas no Chile.

13.  Manifestantes chilenos relegaram às igrejas ao fogo do inferno.

14.  Leonardo Gaciba, mais rejeitado do que certas candidaturas.

15.  O que tem de candidato “vem comigo” nesta eleição!

16.  Tese eleitoral: a maioria dos indecisos já sabe em quem não vai votar, mas ainda não decidiu em quem votar.

17.  Interessante:  ainda não vi nenhum  candidato médico com o estetoscópio pendurado no pescoço. Isso é um clássico das eleições.

18.  As mais recentes pesquisas indicam quem não vai ser o próximo prefeito de Porto Alegre.

19.  A que ponto chegamos: a esquerda daqui já se contenta com a vitória do candidato do Evo Morales na Bolívia.

20.  Sábado à tarde na Globo é o Horário Político da família Hulk. Com dois anos de antecipação...

21.  Reflexões de hoje mais apelativas do que nunca, né?

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Meu lugar de fala

* Publicado em 19/10/2020 em coletiva.net

Sempre pensei que lugar de fala era a tribuna, o púlpito, a mesa de bar ou em frente ao microfone. Agora descubro que é um conceito que confere autoridade e legitimidade a uma pessoa para discorrer sobre sua condição social por pertencer a um grupo, seja étnico, de gênero, religioso, político e tantos outros representativos de minorias.  O conceito é sociológico e, se aprofundarmos as explicações sobre ele, vamos adentrar num cipoal de termos acadêmicos, daqueles que adornam e dão status às teses de mestrado.

No Brasil, o termo foi popularizado graças a filósofa Djamila Ribeiro, autora do livro “O que é lugar de fala?”  Desde então,  tem sido muito usado por militantes feministas e dos movimentos sociais em geral, mas está chegando com força nas mídias tradicionais, adotado por comunicadores que querem parecer moderninhos.

“Lugar de fala” é, sobretudo,  uma expressão sob medida para o pessoal do campo de esquerda, só que é entre setores menos dogmáticos dessa mesma esquerda que constato nas redes sociais muitas críticas a quem usa o termo como argumento na falta de outros argumentos. A crítica é que se  tornou a um instrumento de exclusão de quem não é representativo de determinado tema, restringindo o diálogo e o debate.  Alegar “lugar de fala” conferiria uma superioridade moral e intelectual sobre as demais pessoas. É mais ou menos como dizer “você não é gordo, portanto não pode falar sobre obesidade comigo que sou gordo”, atacando a pessoa que está argumentando em vez de atacar o argumento que ela está usando.

O tema é muito sensível nestes tempos de polarização em todas as questões. Por isso, com o legítimo receio de ser rotulado de reacionário, vou me valer do artigo do doutor em Filosofia Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia, para reforçar o uso inadequado e radical do “lugar de fala” (o artigo é “Precisamos falar em lugar de fala”, encontrável na Internet). Para o mestre, assim como a direita fez com o “politicamente correto”, de forma a desqualificar comportamentos de respeito e consideração pelos outros, a esquerda também lança mão de ferramentas conceituais de viés ideológico para uso na luta política e “lugar de fala” é uma delas com destaque, pouco importando as intenções originárias do conceito.

Em seguida, enumera oito argumentos contra o que chama de ferramenta ideológica do “lugar de fala”. Os mais contundentes afirmam que o “lugar de fala” é o novo fundamentalismo político, refúgio dos dogmáticos e intolerantes; que é o lugar do “cale-se” aplicado a todos os que não são como a gente; que é o álibi perfeito para reivindicar monopólio de fala. Em todos os casos, acrescento eu, a posição contrária é taxada de “fascista”.

E conclui Wilson Gomes:  o “lugar de fala” se transformou em mais uma das formas com que a esquerda se autodevora.

Agora, concluo eu, “lugar de fala” vai render, com o perdão da redundância, muita fala ainda, talvez até uma nova “mãe de todas as batalhas” -  Djamila Ribeiro x Wilson Gomes. De minha parte, vou apelar para uma corruptela do termo e  bradar que meu lugar de fala é aqui, no coletiva.net.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA OU QUASE EX-PANDEMIA


 

1.    1.   Interessante: não vi nenhum candidato com final 171 no seu número de  registro.

2.    2.   Pelo que observo nas redes sociais, o grampeador virou personagem na campanha de Porto Alegre...

3.     3.  O caso do senador da cueca é a típica corrupção escatológica.

4.    4.   O filmagem da revista íntima no senador foi liberada para ser exibida, mas só na TV Playboy.

5.     5. Este 2020 será um anus inesquecível para o senador...

      5.1.  ...Mas que foi denunciado porque parecia estar com a barraca armada.

6.      6.O anus está na moda. Título do livro de memórias que o Nelson Motta vai lançar: De cu pra lua.

7.   7.   Trilha sonora no lançamento será na base do Kuduro.

8.    8.  Entretanto, tem quem ache que Kuduro não é gênero musical, mas nádegas sem grana.

9.     9. Da Postagem Alheia: “Médico feliz é o proctologista do senador Chico.,,a cada consulta já retira o pagamento na boca do caixa” (by Andre Freiser)

10.  10.Da postagem alheia: “Depois do PIX governo cria o CUX, novo aplicativo financeiro” 

11.11.  Enquanto estiver sendo liberado, tudo bem para o Robinho. Ele deve começar a se preocupar  com o contrário...

12.  12.;Dependendo, uma nova liberação pode ocorrer só depois de 9 anos!

13.13.  O Grêmio podia aproveitar e, como o Santos, liberar também o seu Robinho...

14. 14.  Certas candidaturas estão como o Imortal tricolor: não decolam.

15. 15. Aliás, o clube está pedindo que o árbitro de sábado VAR PQP...

16.16.  Daqui a pouco vão inventar o Var dos árbitros do Var.

1717..  Por enquanto, o Var do Var são os comentaristas de arbitragem, só que não mudam resultado.

1819.. 18. Tia Carmen parece arrependida de sua vida pecaminosa e aderiu ao PSC – Partido Social Cristão...

19.20.  Sabem por que não atrevo a me candidatar? É que seria tentado a fazer uma rima rica com Dutra no espaço da TV...

20.21  A principal diferença entre a novela e a vida real é que a vida real não tem trilha sonora!

21. 22 O novo programa da Angélica na Globo parece ser programa para a campanha de virar primeira-dama da República.

22.23  Da Postagem Alheia: “ O fio dental é o maior símbolo da democracia, porque separa a esquerda da direita, protege o centro, faz mudar o ponto de vista de casa um e põe o povo todo a olhar para o mesmo objetivo.”

23. 24 Por uma semana ensolarada e produtiva, roguemos com fervor.

 

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

REFLEXÕES EM TEMPO DE PANDEMIA OU QUASE EX-PANDEMIA

 1.Os Correios voltaram a funcionar. Ontem recebi as contas a pagar de agosto.

2. O Narco Aurelio Melo perde tantas votações no STF que já é conhecido entre seus pares como Joãozinho do Passo Errado.

3. No caso da soltura do traficante, o Fux fucks a decisão do Narco Aurélio.

4. Desse jeito, o Marcocaélio vai pra segunda divisão do STF.

5. O pessoal do Rap não vai reclamar pelo uso indevido do seu artístico nome pelo traficante que fugou por culpa do Maconhélio?

6. Aos que são contra as aulas presenciais: até a Escolinha do Professor Raimundo está voltando.

7. Da série  Nomes Que Não Condicionam o Destino: o Adélio não é bispo, o Eduardo Leite não sabe ordenhar e o Ricardo Lewandovsky nunca foi craque de bola.

8. “Vô, tem um troquinho aí pro almoço?”. Estes garis estão muito abusados.

9. Que  coisa: a cueca passou a desempenhar um papel importante na corrupção brasileira!

10. Eis o que disse em sua defesa o senador flagrado com dinheiro no fiofó: “Nádegas a declarar!” (de vários autores)

11. Eis o que disse o policial federal que fez a revista íntima no senador: “Que m...!”

12. O corrupto levou um pé nas nádegas e deixou a vice-liderança do governo.

13. Agora está com o rabo preso.  

14. Era uma abundância de dinheiro.

15.Teriam os reais algum efeito afrodisíaco?

16. Crise x oportunidade: produção e comercialização de cuecas escondedoras de dinheiro e à prova de Policia Federal.

17. Sacanagem com o profexô Luxemburgo: foi demitido na véspera do Dia do Professor.

18..Animais não votam, mas aparecem como grandes eleitores neste ano. 

19. O que tem de defensor da causa animal! Vai faltar votos para tanta gente.

20. O tal do mercado é parecido com certas pessoas que conheço: sempre variando de humor.

21. Hoje é o dia da santa de todos nós: Santa Edwiges, padroeira dos endividados.

Definitivamente, o Brasil é o país da piada pronta!

 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

A volta das reflexões pandêmicas ou quase ex-pandêmicas

  Pela  movimentação que se vê nas ruas, a pergunta da hora é: o que é feito da tal de pandemia?

2.      - Tem gente que fala que pertence a um grupo de risco da Covid como se isso fosse um troféu, credo.

3.    -   As explicações do boçal Narco Aurélio Melo sobre a soltura do traficante é o legítima jus sperneandi.

4.     -  Aliás, o Maconhélio tem a maior coleção de ssss do STF. O que chia o magistrado, entre caras, bocas, gestos e frases de efeito.

5.      - Este primo do Collor está a merecer uma devassa nas suas decisões anteriores. Não existe Corregedoria no STF?

6.     -  Estranho: Narco Aurélio e o Gilmar Mentes, inimigos declarados, aparecem agora unidos na defesa da soltura de traficantes perigosos,

7.      - Ouvido na arquibancada ao lado: “O Grêmio tentou decolar no domingo: o Paulo Miranda abriu a asa e o David Brás deu uma voadora”. (by N.S.)

8.     -  Pelo jeito o Grêmio está precisando é trocar de piloto...

9.      - Os candidatos que dizem “você me conhece” normalmente são ilustres desconhecidos.

10.  - “Povo”, quantas vezes usarão teu nome vão nesta eleição!

11. -  Bah, a propaganda política substituiu as bandalheiras que recebia pelo Whatsapp.

12.  - Aviso aos navegantes: jingle não ganha eleição. Até hoje não consigo lembrar os do FHC, mas recordo sempre o “Lula lá”, duas vezes derrotado.

13. -  Quando ouço as acusações daquele candidato sobre as traições da sua ex-, também candidata, me ocorre que um homem traído é um mero corno; já uma mulher corneada é uma vítima.

14.-   Os programas  eleitorais ficaram tão curtos. Saudade de antigamente! #sqn

15.  - Certas atrizes devem odiar essas reprises das novelas: elas eram tão mais caldáveis antes!

16.-   Da postagem alheia: “Por culpa de mulheres que fingem orgasmo, o mundo está  cheio de homens que acreditam que são tigres”. (copiado de Jô Moreira)

17. - m Aos que reclamaram que não postei ontem fotos quando criança, ofereço duas versões: em todas as fotos apareço peladinho ou ainda não tinham inventado a máquina de retratos.

18.  - Temo que primeira Mãe de Todas as Batalhas em 2021 seja contra e a favor da vacina!

19.  - Da Postagem Alheia 2: “E no final das contas João não  é de deus, Jair não é Messias e Lis não é flor que se cheire”. (não lembro o autor)

20. -  Devia haver um Prêmio Nobel para Trocadilhos: teria candidatos para indicar.

21. -  Meu protesto: o Globo Repórter não tem apresentado mais programas sobre um exuberante pais, de paisagens maravilhosas, onde encontramos pelo menos uma família de brasileiros felizes..Volta, Inglória Maria.

22.  - Daqui a pouco vai aparecer alguém propondo dar outro nome aos buracos negros, alegando que a designação é racista. O que não sabem é que os buracos negros são poderosíssimos, engolindo até a luz.

23.  - Vocês não acham um exagero anunciar como superedição os magros jornais do fim de semana?

24.  - 13 de outubro, Dia do Escritor. Minha saudação aos escritores de verdade,

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Inocentes úteis digitais

 * Pubicado em coletiva.net em 05/10/2020

Os tempos pós-modernos serão conhecidos futuramente como ARS/DRS , antes e depois das redes sociais. A Era Digital,  que logo será assim batizada, remete, de imediato, para o enorme   impacto da redes nas nossas vidas  e da dinâmica que envolve o processo da comunicação digital.  E aí me dou conta de que sou exemplo vivo da mutação (evolução ?)  deste novo mundo.  Há cerca de seis anos cursei um MBA de Comunicação Digital e, desde então, o que consegui aprender naquele ano e meio de curso  já foi superado por outras inovações, outros procedimentos, outros conceitos.  Está certo que eu era um aluno medíocre,  mas mesmo que fosse CDF seria vencido pela evolução digital.  Basta dizer que o Whatsapp, hoje uma potência, recém estava engatinhando e buscando seu espaço naquele período.

A disputa já  não é pelo espaço, mas pelo nosso tempo, nossa atenção. Como, porém,  prestar atenção, se a cada dia surge um novo processo, acompanhado de novos termos, antes mesmo de termos assimilado os vigentes?  Um exemplo é o processo conhecido como Splinternet, que, pelo menos para mim que sou um tanto desatento,  revela outro termo, a balcanização, referência ao ocorrido nos Bálcãs como a fragmentação dos países que integravam a ex-Iugoslávia. Splinternet, junção em inglês de splinter (fragmentação) e Internet, que alguns países passam a adotar, com controle e regulação da web em seu  território. Assim, concebida para ter uma dimensão global, a Internet passaria a funcionar de forma regionalizada. Convém acrescentar  que o  termo balcanização é usado de forma pejorativa, uma vez que as frações resultantes do processo seriam hostis entre si, como ocorreu  nos conflitos dos Bálcãs.

Entretanto, o documentário O Dilema das Redes mostra que as plataformas digitais conseguiram capturar nossa atenção quase de forma permanente, moldá-la indiscriminadamente   e transformá-la num produto vendável. Produção original do Netflix, top 10 entre nativos e imigrantes digitais, O Dilema das Redes desnuda e amplia o que de alguma forma já sabíamos sobre os impactos do Facebook, do Twitter, do Instagram, do Google e similares sobre nós e nossos filhos.

A produção também poderia se chamar Os Arrependidos porque reúne depoimentos de profissionais que criaram ou atuaram nas principais redes conhecidas e agora, cheios de culpas e constrangimentos, revelam as facetas mais   obscuras e até mesmo práticas condenáveis  envolvendo a operação das empresas de alta tecnologia. O documentário começa com uma sentença dramática de Sófocles (“Nada grandioso entra na vida dos mortais sem uma maldição”), prenúncio de  depoimentos e alertas perturbadores, em tom apocalíptico,   que viriam a seguir, tipo:

-  as ferramentas criadas começaram a desequilibrar as relações e o funcionamento da sociedade.

- pesquisas apontam que milhões de americanos estão viciados em seus dispositivos eletrônicos;

- a geração Z, crianças que nasceram por volta de 1996 e começaram a usar as mídias sociais na adolescência, é uma geração inteira mais ansiosa, mais frágil, mais deprimida;

- houve um aumento gigantesco na depressão e na ansiedade em adolescentes americanos começando  entre 2011 e 2013;

- esses serviços estão matando pessoas e causando suicídios; mais de 100 mil garotas adolescentes nos EUA se cortaram ou tentaram se machucar.

- a tecnologia deixou de ter o papel de ferramenta para ser tornar um vício e um meio de manipulação.

- você está sendo programado em nível  mais profundo, implantando  dentro de você um hábito inconsciente;

- eles tem mais informações sobre nós do que jamais ocorreu: tudo está  sendo assistido, rastreado, medido;

-  criam modelos que preveem nossas ações e quem tiver o melhor modelo, vence; cada ação sua é cuidadosamente monitorada e registrada;

- nossa atenção é vendida ao anunciante; nos últimos 10 anos as maiores empresas (do Vale do Silício) estão no negócio de vender seus usuários;

- se você não está pagando pelo produto, você é o produto;

- saímos da era da informação para a da desinformação: as informações falsas levam mais lucro às empresas, num modelo de negócios que lucra com a desinformação;

- “Existem apenas duas indústrias que que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a da software”. (Edward Tufte)

- as redes  buscam três objetivos: o do engajamento, para aumentar seu uso e manter você navegando, o do crescimento, que  faça você convidar outros amigos, e o da publicidade, para garantir que, enquanto tudo acontece,  estejam lucrando o máximo possível com anúncios.

Ao fim e ao cabo o que interessa mesmo é gerar lucro aos acionistas e não valor à sociedade. E assim a mudança que se requer virá pela  vontade coletiva e  regulações governamentais, como propõem alguns especialistas em seus depoimentos,  mas sobretudo por uma nova motivação financeira, como a que provocou agora a degeneração das redes sociais . Neste  caso, qual a garantia de que não vai se estabelecer um novo círculo vicioso, a nos manter como inocentes uteis digitais dos grandes e manipuladores conglomerados? Aí só restará seguir a recomendação do maior  dos arrependidos, o ex-executivo do Google, Tristan Harris : “Se puder  sair das redes, saia”.