*Publicado em coletiva.net em 08/11/2021
Depois do terceiro aviso
coronariano em tão pouco tempo, veio o questionamento inevitável: será que vale o sacrifício? Por dinheiro? Para se
sentir útil e ocupado? Por desfrutar de algum poder? Por acréscimo à biografia?
A resposta é não, não e não, dona
Prefeitura.
O que resta de caminhada
- e não é tanto e será cada vez menos -, não pode ser desperdiçado nesta quadra
da vida naquilo que não dá gratificação pessoal, mesmo que seja importante para terceiros ou
para as instituições. É uma visão egoísta certamente, mas nos anos finaleiros o
primeiro compromisso é conosco mesmo e com os mais próximos da gente.
Estar harmonizado com
seus próprios interesses, mesmo os mais simplórios, é o segredo da
tranquilidade e a forma de ser feliz na idade em que tantos outros prazeres e desafios ficaram para
trás. É tempo de viver plenamente cada
momento, até voltar a ser criança de novo. Não se trata de conselhos à la Monja
Cohen, nem me tomem por pessimista ou chegado a um drama, mas vida real.
Dito isso, entro em campo
novamente produzindo meus textos, recontando histórias, fazendo reflexões em
frases de efeito, sempre acrescentando uma pitada de bom humor, porque disso
não abro mão. E tem as provocações aos Vermelhos esportivos e aos raivosos ideológicos de todos os matizes. Agora, vocês
vão ter que me aturar de volta na
coletiva.net por culpa da publisher Marcia,
que insistiu para que eu marcasse presença semanal aqui, mesmo que fizesse anus dulce no início, quando recebi o
convite. Às vezes banco o difícil, mas
comigo sempre tem jogo.
Nada, porém, vai mudar
minha rotina diária. Tri vacinado, serei visto caminhando todas as manhãs no
calçadão de Ipanema, eventualmente na companhia prazerosa do cronista Nilson
Souza e menos eventualmente com o prefeito Melo e a Valéria, que mantiveram
seus exercícios na madrugada, que não é mais o meu caso.
Continuarei a dar
expediente na Morar, a geriatria da qual sou sócio no Menino Deus e onde cuido
das finanças e não dispenso o café bem passado da Vanessa, acompanhado daquele
pastel ou de uma bem nutrida fatia de bolo caseiro. Sou apreciador de uma mordomia e também já vou me preparando
para uma vaga futura.
Quando essa maldita
pandemia permitir, vou voltar a pleno as minhas confrarias, quem sabe reunir de novo o que restou da
antológica Confraria da Caveira Preta, mas com certeza dar regularidade aos
encontros da 1523 no Bar do Beto ou nas churrascadas na sede à beira do Guaíba,
uma convivência que resultou no livro “Confraria 1523 – uma história de parceria e bom humor”, que
teve o lançamento postergado várias vezes, também por conta das ameaças do
coronavirus.
Com os que me são caro
por perto, é assim que espero atingir infinita paz no coração. Acho que mereço.
Sobre os textos aqui
publicados, chamo a atenção para meu novo mantra: aceito críticas, mas prefiro
elogios. Ah, e viva a volta da Feira do Livro à Praça da Alfândega.
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