sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Os caranguejos de Pequenópolis

O caranguejo B não suportou ver o caranguejo J se sobressaindo no cesto e tentou puxá-lo para baixo. No cesto de Rio Apequenado do Sul é assim: para qualquer caranguejo que consegue ascender tem sempre um bando de outros caranguejos torpedeando a subida.

Rio Apequenado do Sul já foi um grande cesto, mas hoje está dividido entre os que trabalham para subir e os que fazem de tudo para impedir a progressão dos outros caranguejos. Com isso, o cesto foi se apequenando e só o que cresce naquele ambiente é o dissenso, que leva à crise, que vai tornar inviável todo o sistema.

É bem verdade que a história de Rio Apequenado do Sul foi construída de divergências, de grandes refregas entre a caranguejada, mas sempre que os crustáceos se uniram em torno de causas comuns houve progressos no cesto e foi bom para todos.

Agora está mais difícil a convivência porque em breve será escolhido o líder de Pequenópolis, o canto mais importante de Rio Apequenado do Sul. Pequenópolis também já foi grande, mas perdeu espaço por causa dos caranguejos-do-não, uma facção extremamente radical, barulhenta e retrógada, que atrapalhou como pode os projetos que melhorariam a vida no cesto. A eles se juntaram os oportunistas de plantão, os interesseiros de ocasião, os voluntariosos trapalhões e até alguns parceiros sinceros nas suas intenções, mas ingênuos porque não percebem as artimanhas em que acabam envolvidos.

O caranguejo J tenta recuperar o tempo perdido e isso é insuportável para a turma do não, que quer retomar o poder em Pequenópolis, sem medir esforços para boicotar as subidas proporcionadas por J.

Pequenópolis voltará a ser grande, apesar dos crustáceos mal intencionados, porque a maioria da caranguejada já se deu conta de que com esse pessoalzinho ninguém sobe, nem desce, estaciona no tempo e o cesto acaba indo para as cucuias.

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