terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Discrição é tudo - final

*Recomenda-se ler a postagem anterior de Discrição é tudo

Às vezes até mesmo o mais cuidadoso infiel acaba sendo descoberto em pleno dolo. Foi o que aconteceu com M., gerente de uma transportadora, que reuniu condições para uma escapada de fim de semana com a secretária, dona A., moça ajeitadinha mas uma boa bisca. Era início de outono e ele escolheu um hotel charmoso numa pequena praia no litoral norte para os dois dias de sonho. Estava certo de que não encontraria nenhum conhecido. Por isso, tão logo chegou ao local decidiu dar um passeio romântico com a acompanhante na beira da praia, mãozinhas dadas, preparando o clima para os grandes momentos que viriam.

No meio do passeio, a surpresa e o primeiro susto: um ônibus despejava pessoas, com sacolas, bóias, engradados de cerveja, churrasqueiras portáteis, instrumentos musicais e até uma ou duas pranchas de isopor. Era o pessoal do depósito da transportadora, que decidira excursionar, justo naquele dia e naquela praia, para aproveitar os últimos resquícios de calor. A turma da firma se fazia acompanhar das esposas, filhos, sogras, sobrinhos, vizinhos de uns e de outros e um grupo inteiro de pagode.

O gerente e a secretária estacaram diante daquela autêntica farofada outonal. Descobertos pelos subalternos, alguns já turbinados pelo trago, viraram motivo de brincadeiras. “Aí, hein, chefia. Tá bem na foto com a dona A”, e outras inconveniências. O fim de semana acabou ali para o casal de amantes. A carreira da dona A na empresa também e logo ela estava na fila do SINE, em busca de novos desafios. Nosso gerente, como um cachorro ovelheiro, não desistiu de empreender novas conquistas, mas agora prefere levá-las para as cidades serranas, que os farofeiros ainda não descobriram.

Agora vou dar a real pra vocês: de nada vai adiantar a discrição, a cautela e as artimanhas para manter o relacionamento em segredo. Um dia os amantes serão vistos juntos, o caso virá a tona e vai se espalhar como rastilho de pólvora. Então, enquanto isso não acontece, siga o conselho da Marta Suplicy: relaxa e aproveita.

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