sábado, 9 de outubro de 2010

A batalha do segundo turno

Com a ressalva de que sou serrista miitante, atrevo-me a avaliar as campanhas eleitorais do segundo turno. Já aviso que estou gostando do embate, agora taco a taco, sem a chatice do primeiro turno, com os nanicos atrapalhando.

A estrutura dos dois programas é muito semelhante, privilegiando propostas, testemunhais e o recado dos candidatos, reservando para o começo ou o final o ataque à candidatura adversária.

E aí me parece que o Serra está levando vantagem, com um programa mais leve, mais animado – “Serra é do bem” vai pegar – e mais contundente na tentativa de desconstituir a adversária. O esquete das bonequinhas russas se sobrepondo e construindo a carreira de Serra, contra uma boneca vazia de Dilma é cruel e até agora irrespondível. Serra até está simpático e espontâneo no vídeo, apresentando suas realizações, enquanto Dilma parece travada e fala não do que fez, mas do que Lula fez. Sutil e fundamental diferença.

Acho mesmo que o pessoal da Dilma tonteou quando a candidatura não conseguiu se eleger no primeiro turno. Agora partiu para uma estratégia no programa de TV de efeito duvidoso: confrontar os governos Lula e FHC. O eleitor sabe que esse jogo já foi jogado. Agora é Serra x Dilma. Ressuscitou também a disputa maniqueísta de ricos x pobres e logo virá grandes x pequenos, ou seja, o bem contra o mal. Já vi este filme nas campanhas petistas no Rio Grande do Sul. 

No vale tudo do segundo turno é interessante observar a insistência de Dilma na “defesa da vida”, eufemismo anti-aborto, e de Serra em se colocar como ambientalista – ambos cortejando os votos do eleitorado de Marina. Neste caso, Serra também leva vantagem, como indica a mais recente pesquisa DataFolha. De acordo com a pesquisa: 51% dos quase 20 milhões de votos da candidata verde migrariam para Serra, restando 22% para Dilma.

A pesquisa mostra outros dados que favoreceriam Serra na arrancada do segundo turno. Entre os que votaram em Dilma no 1º turno, 91% pretendem repetir a opção, enquanto cinco por cento trocarão a petista por Serra. Para o tucano, 95% dos eleitores renovarão o voto em 31 de outubro, enquanto dois por cento bandearam para a petista.

Dilma ainda leva vantagem com 48% das intenções de voto, contra 41% de Serra, mas o crescimento da petista foi de pouco mais de um ponto, para um salto de quase nove pontos do tucano. O DataDutra, meu instituto particular de pesquisas, analisou os dados e concluiu que a próxima pesquisa vai mostrar Serra no mínimo empatado com Dilma. Como diziam os cronistas esportivos de antigamente, reina grande expectativa.

2 comentários:

  1. A impressão é de que o programa da Dilma permanece o mesmo do 1 turno, e o de Serra mudou, ficou mais dinâmico. A impressão é que a fórmula de confundir o eleitor da Dilma com a imagem de Lula está falindo. As pessoas parecem começar a cansar de ver Dilma na sombra do Lula. Acho que o Serra cresce mais, e a Dilma luta para se manter. A questão é: até que ponto Serra cresce antes do dia 31, ou até que ponto Dilma cai. Mas que esta tendência já iniciou, não resta dúvida. Aguardemos o DataDutra

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