sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Situações extremas - final

*Recomenda-se ler a postagem anterior

Outra história, baseada em fatos reais, envolveu dois repórteres esportivos, rapazes com família constituída, que decidiram dar uma escapada depois da cobertura de um Grenal noturno. Duas amiguinhas foram contatadas, toparam o programa e a noitada se prolongou madrugada à dentro. E aí chegou a hora de voltar para casa. Um dos repórteres, que identificaremos como o Desencaminhador, porque foi o responsável por todas as iniciativas, estava dirigindo o carro para devolver o Desencaminhado ao lar quando pintou o drama.

- Cara, tu estás impregnado do perfume da fulana, acusou o Desencaminhador.
- E agora o que eu faço?, desesperou-se o Desencaminhado, que era uma santa criatura.
- Vamos dar um jeito.

O Desencaminhador, escolado por muitas jornadas, era do tipo prático. A primeira providência foi sujar as mãos do Desencaminhado nos pneus, sugerindo um árduo trabalho de borracheiro. Depois, motor ligado, colocou a camisa dele junto ao cano de descarga e substituiu o perfume da parceira pelos cheiros característicos da máquina automotiva. E assim, vítima das falsetas de um carro velho, o Desencaminhado se apresentou em casa e, mais do que aplacar a fúria da patroa, virou o jogo porque sua aparência era de quem realmente tinha sido solidário no enfrentamento de problemas mecânicos e pneumáticos.

E agora vamos ao caso daquele consagrado músico gaúcho, bandalho de boa cepa, que ficou muito angustiado quando, em viagem pelo interior, deu pela falta de sua aliança de casamento. Ele costumava retirar o objeto na hora do banho e chegou a conclusão que perdera no banheiro da casa onde estava hospedado. As buscas foram inúteis. A aliança provavelmente caíra no ralo e estava irremediavelmente perdida.

De imediato acionou seu anfitrião que providenciou junto a um joalheiro local a confecção, em regime de urgência, de uma nova aliança. Por sorte, nosso amigo ainda lembrava do nome da mulher e da data do casamento, que foram gravados na nova aliança. Ele não poderia chegar em casa sem ela porque precisaria dar muitas explicações e, no entrevero, talvez surgissem desconfianças e acusações sobre suas andanças pretéritas. Estava com saldo devedor na conta corrente matrimonial e agora – que ironia! - poderia se enredar por uma situação em que era inocente. Enfim, retornou ao lar no dia seguinte e foi surpreendido com a reação da esposa:

- Amor, o que é isso aí no teu dedo?

- A aliança de casamento, benzinho.

- Ah é, vem comigo.

A mulher conduziu-o até o banheiro e lá estava a aliança original, boiando na saboneteira. Ao nosso amigo só restou contar toda a verdade, incutindo, porém, na mulher aquela dúvida que consome: “o que será que ele já não aprontou por aí?” Como penitência, passou usar as duas alianças juntas, que era a forma de expressar que aquele corpinho tinha uma dona vigilante.

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