Os diálogos que tenho
ouvido na mesa ao lado vale a pena serem socializados. São verdadeiras aulas de
como as relações humanas ocorrem no dia a dia.
Quando se trata de situações envolvendo o naipe feminino, então, são
joias raras de convivência, verdadeiras lições
de vida como só as mulheres sabem mostrar.
Vamos aos casos
concretos. O caso 1 reúne à mesa três moças solteiras e uma namoradeira. Preste
atenção ao esclarecedor diálogo:
Solteira 1: "Como tu
consegues?"
Namoradeira: "O quê?"
Solteira 1: "Ter tanta
sorte com os homens."
Solteira 2 – "É isso mesmo!.Só
namoras caras legais, tanto que termina e eles continuam sendo teus amigos,
estás sempre bem servida e feliz, e mesmo quando ficas solteira tens quem
acionar em caso de necessidade. Viaja horrores à trabalho e tem até aqueles
"amigos" 100% disponíveis em qualquer lugar."
Namoradeira – "Ah, gurias, sei lá! Acho que é porque eu não
implico com uma barriguinha ou sardas, ou porque ele prefere cerveja e eu
vinho, nem dei nos dedos de nenhum cara quando me disse que gosta de pagode.
Nem pego no pé forçando o cara a ser e agir do jeito que eu idealizo. Aliás, eu
nem idealizo. Vocês é que são muito chatas! "
Solteira 3 - "Eu não sou chata! Eles nem
sabem com o que eu implico."
Namoradeira- "Então tu és mais chata do
que imagina porque sequer dá a chance de o cara te agradar e tu desimplicar!
Chatérrima."
Solteira 1 - "É verdade! Mulheres são
chatas. Por isso eu não gosto de mulher. Gosto de homem".
Namoradeira - "Amiga, tu não gostas de
homem. Se gostasse não estavas encalhada. Tu gostas de algo que não existe."
Quase intervi no debate, mas mantive-me
em silêncio obsequioso para não pensarem que estava tomando partido. Agi da
mesma forma quando presenciei o diálogo seguinte, desta vez envolvendo duas esperançosas
solteiras, uma senhora casada e uma noivinha faceira.
Solteira esperançosa
- "Amiga, bota meu nome na barra do
vestido de noiva pra dar sorte e eu arranjar marido?"
Noivinha faceira - "Eu não! Com esse azar pra homem que tu tens,
se eu fizer isso meu casamento vai acabar sendo uma desgraça."
Penalizei-me sinceramente com a solteira
esperançosa, ainda mais quando a outra solteira e a casada, caíram na
gargalhada diante da cruel resposta da noivinha faceira.
Mas voltei a ter esperança na humanidade
com o terceiro caso, agora envolvendo três moças solteiras, duas casadas e uma
noivinha bem faceirinha. Pelo que entendi, uma das solteiras era a rainha da
rabugice, sempre cobrando das amigas eventuais excessos etílicos, gastronômicos
ou comportamentais. Até que conheceu um cara que passou a exercer forte
influência em seus hábitos, tanto assim que após redescobrir as noites em claro
bem aproveitadas e um fim de semana puxado, digamos assim, ela se entrega agora
a outros prazeres, consumindo à mesa com vontade, enquanto festeja:
Solteira recém convertida à vida - " Coisa boa viver, né? Comer, beber, queimar as
calorias depois!!! Azar que nem durmo mais!"
Solteira desaforada - "Amém! Nunca mais larga esse
cara. Tu és outra pessoa. Agora tu come, bebe, transa e não reclama!"
As outras personagens entram nesse caso
como Pilatos no Credo e, antes que me acusem de machista e invasivo da
privacidade alheia, devo revelar que todas as situações aqui relatadas foram
devidamente liberadas para o ViaDutra.
E pra não dizerem que
estou de implicância com o naipe feminino,
aqui vai um caso ocorrido na mesa ao lado envolvendo um particular amigo
nosso, o Gunther. Conquistador por
excelência, ele conheceu numa casa noturna uma médica deslumbrante, quase uma Mais
Médica de tão deslumbrante. Imediatamente
providenciou com o Odorico das Flores seis rosas vermelhas, que fez chegar à deslumbrante
alvo de suas atenções. A estratégia deu certo
- Gostei das flores,
gostei mesmo. E aí, onde tu moras? Interessou-se a deslumbrante
Apanhado de surpresa,
Gunther apelou para uma meia verdade para não revelar que morava na próspera
Viamão.
- Eu moro na Grande
Agronomia.
A deslumbrante sorriu
amarelo e continuou o questionamento:
- Mora sozinho?
- Não, atualmente moro com meus pais, obrigou-se a
contar a verdade dessa vez, ele que está beirando os 40.
A deslumbrante,
visivelmente decepcionada com a condição do pretendente, deu uma desculpa qualquer
e evadiu-se do local. Ele ainda tentou uma última cartada, gritando enquanto
ela saia.
- Mentira minha...Eu
moro em Viamão, parada 32.
A reação dela foi jogar
as rosas para o alto, sem sequer olhar para trás. E ele ficou a se perguntar:
- O que elas têm contra
Viamão e com quem mora com os país?
Tentei consolá-lo conjecturando
que talvez a especialidade da Mais Médica fosse urologia e quem sabe tivesse
nascido em Unistalda ou Tio Hugo.
- Acho que vou me mudar
para a Grande Partenon, replicou Gunther, já recuperado da inesperada rejeição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário