O cinema argentino tem
um vigor e uma qualidade de dar inveja às produções brasileiras, agora mais
focadas nas neo chanchadas sob inspiração da Rede Globo. Só não entendo porque todo o filme argentino
precisa ter o Ricardo Darin, 58 anos, como principal ator. Desde 1969 quando estreou
em A Culpa até Relatos Selvagens, de 2014, foram 20 filmes e pelo menos uma
direção (O Sinal, no qual é ator também), mais de um filme por ano.
Ainda não assisti à Relatos
Selvagens, do qual falam muito bem , mas dos que já conferi minhas preferencias vão para Um Conto Chinês
e Elefante Branco. Este filme curiosamente inclui no roteiro a relação
conflituosa de um padre da periferia de Buenos Aires, interpretado por Darin, com
o seu arcebispo, que não guarda qualquer semelhança com o
futuro Papa Francisco. Pelo jeito vão gastar o Darin de tantos filmes, pois ele
está envolvido em pelo menos mais 20 projetos.
Tenho uma quedinha pelo cinema
francês e constato que o Darin de
lá, atualmente, é Jean Reno, digno sucessor da linhagem de Alain
Delon, Jean Paul Belmondo, Yves Montand, Gérard Depardieu, se bem que é parelha a disputa
com Daniel Auteuil . Reno, 68 anos e 32 anos de profissão, já atuou em
38 filmes; Auteuil, dois anos mais moço e com 25 de carreira, aparece em 20
filmes e uma direção. Detalhe: Reno é
marroquino e Auteuil é argelino.
No Brasil o
correspondente aos icônicos atores da
Argentina e da França seriam o Selton Melo (30 anos de careira, 26 filmes e 14
series, dirigiu 2 filmes e duas series ) ou o Wagner Moura (23 filmes e 8
séries, uma direção em 14 anos de carreira), mas sobra também para o Lázaro
Ramos (17 anos de carreira, 24 filmes e 9 series). Detalhe2:
Wagner Moura e Lázaro Ramos, ambos baianos, atuaram juntos em nada menos
do que 10 filmes. Com Selton e outros menos votados eles se projetaram
mesmo através das novelas e séries da Globo, o que já estabelece alguma
diferença em relação à produção cinematográfica de outros países.
Mesmo no Rio Grande
tivemos um caso de ator hegemônico. Foi
Werner Schunemann, 13 filmes oficialmente contabilizados, sem contar Deu Pra Ti anos 70 e Inverno, rodados em super
8 e Verdes Anos (de 1984), filme que marcou toda uma geração e que projetou Werner a ponto de transformá-lo
em presença obrigatória em todos os longas e especialmente os curtas aqui
produzidos. São desse período os curtas O Zeppelin passou por aqui, Deus ex-machina, O Velho do Saco, entre
outros. Tudo isso muito antes do
mergulho no arroio Diluvio...
A essa altura vocês
devem estar pensando: “Como entende de
cinema esse Flávio Dutra”. Que nada,
quem entende mesmo é o Renato Martins, do #cenadecinema.
Apenas estava fazendo uma reflexão sobre o motivo pelo qual todos os
filmes argentinos exigem a presença do Darin.
Deu no que deu, o resto é pesquisa no Google.
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