sexta-feira, 10 de abril de 2015

Choronas, gritantes & sussurrantes

Diferente do que a maioria meus detratores espalha,  não sou daqueles que presta  atenção integral  às novelas.  Assisto  a partes das tramas e tiro de uma ou outra cena os comentários maldosos que posto no Facebook. Faço questão de dar esse esclarecimento porque outro dia compareci a um evento noturno e só o que me perguntavam é como eu faria para acompanhar o capítulo daquele dia.  Cheguei a ficar ligeiramente magoado.

Não é esse lado, meus amigos.  A TV pra mim funciona como segunda tela, fenômeno que está se tornando comum e que consiste no uso as redes sociais de forma complementar, comentando o que se assiste na telinha. Só essa explicação já  mostra que tenho um viés intelectual em busca de refinamento  e não sou um mero noveleiro.

Mas  é das bisbilhotadas na chamada teledramaturgia que elenquei  (adoro o termo e já que o assunto é novela...) alguns perfis de nossas mais promissoras atrizes e também de uma ou outra veterana e mesmo atores que mereçam o comentário. Observo, por exemplo, que voltaram os tempos dos novelões mexicanos, com mocinhas sofredoras e choronas.  A melhor da categoria no momento é a personagem Laura, de Nathalia Dill em Alto Astral,  que deixou dois noivos no altar, é sacaneada pelo irmão, o marido é um canalha, não sabe quem é a mãe e ainda por cima é jornalista na trama. Tem mais é que chorar mesmo.  Mas me dá uma um dó ver aqueles olhões marejados de lágrimas, capitulo sim, outro também.

Já as gritonas e gritões  aparecem com um time e tanto em Babilônia, alvo principal da nossa maledicência atual.  A veterana Arlete Salles está pra lá de over no papel da mãe de um prefeito corrupto, mas nada supera as gritarias de Maria Claro Gueiros  quando entra em conflito com os filhos e o marido que a corneia. O cara é um assessor de imprensa, mas não faz justiça aos seus iguais da vida real. E tem ainda os faniquitos da Camila Pitanga e  do Marcos Veras , este contra seus companheiros de morada,  num fajuto papel de chef de cozinha.

Na categoria sussurrantes a rainha é Fernanda Montenegro, que fala daquele jeito que parece cult e civilizado, diferente de outro sussurrante, o Selton Mello, que interpreta os textos como se recém tivesse saído de um exercício de fonoaudiologia. O avô dos sussurrantes é o Carlos Vereza, com uma particularidade adicional: ele está sempre interpretando o Carlos Vereza.


Tem ainda as chatinhas, mas vou leva-las livres porque são todas candidatas à caldáveis premium no futuro,  até porque para tratar dessas abobragens o ViaDutra deve estar sem pauta. É vero!

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