Para que não circulem versões fantasiosas estou deixando a Prefeitura de
Porto Alegre por iniciativa própria e por razões que o prefeito Fortunati
entendeu, sem que eu precisasse dar muitas explicações. Não estou doente, o que
não quero é ficar doente. Costumo comparar o trabalho na prefeitura – acho que
em todas as prefeituras - a um moedor de carne humana em permanente atividade,
24 horas por dia sete dias por semana. Não quero mais servir de antepasto para
essa máquina infernal. Quero poder dormir tranquilo e acordar de manhã sem o
sobressalto de saber quais os rolos e ronhas que enfrentarei no dia e de onde
virão os ataques. Pela experiência acumulada sei bem como lidar com as
pressões, o que me falta agora é saco para o imponderável ou para o deja vu dos
rolos e ronhas. Espero sinceramente que o meu bom amigo Bastos, prestes a
completar 80 anos, tenha mais paciência que eu. Energia não lhe falta. Aliás,
temos mais em comum que a antiguidade, o gosto por eleições e a torcida pelo
Grêmio. Acreditamos firmemente que a boa comunicação começa pelas boas relações
e nisso ele é mestre. Minha única frustração com o Bastos é que sou um dos
poucos jornalistas da cidade que não teve o privilégio de ser chefiado por ele.
Bem vindo, Bastinhos, vem tranquilo que o terreno é fértil e os frutos serão
bons e generosos. Quanto ao futuro, espero ansioso o telefone tocar oferecendo aquela
maravilhosa proposta de trabalho, com pouco estresse e muita grana.
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