domingo, 6 de julho de 2014

A Copa das Contradições

Se tivesse que estabelecer uma marca para a Copa 2014 eu diria que se trata da Copa das Contradições.  Assim mesmo, com C em caixa alta.  Na verdade, começou como a Copa da Desconfiança para se tornar a Copa da Superação e, na sequencia, a Copa do Sucesso.

É a Copa das Surpresas com seleções de pouca tradição apresentando um futebol evoluído e garantindo classificação na primeira etapa, enquanto ex-campeões mundiais voltavam para casa mais cedo.  Mas, contradição dentro da contradição, só os grandes ficaram para a reta final.
É a Copa dos grandes atacantes, mas quem mais está brilhando são os goleiros.  Na mesma linha, foi a Copa de muitos gols, pelo menos na primeira fase, mas a grande novidade tática foi o goleiro-linha da Alemanha, Manuel Neuer, já apelidado de A Muralha de Gelsenkirchen.  E a estratégia inovadora de escalar um goleiro apenas para a cobrança dos pênaltis, no caso da Holanda contra Costa Rica.
É a Copa do rigor quanto ao tempo suplementar de jogo, mas de muita complacência dos árbitros com a violência em campo. É a Copa do avanço tecnológico em apoio às arbitragens e prosaicamente a mesma em que o serviço de som não funcionou no Beira-Rio.

É a Copa em que torcedores de Grêmio e Inter sentaram lado a lado no estádio, sem hostilidades.
É a Copa das exigências e do excesso de zelo da Fifa, e, no entanto, quem comandava a fraude nos ingressos era um diretor da entidade.
É a Copa em que a saída de Neymar da Copa uniu  emocionalmente os brasileiros, enquanto ninguém se solidarizou com o coitado do Fred que está sem jogar desde a primeira partida.
Mas a mãe de todas as contradições ainda está por acontecer, se o Brasil conquistar o titulo com uma das piores seleções brasileiras já formadas. Só não gostaria que a copa das grandes disputas em campo fique conhecida como a copa da mordida do Luizito ou do tostão nas costas do Neymar.

 

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