segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Histórias da mesa ao lado: três em um

Encontro na Feira do Livro minha boa amiga Lem, elegantérrima como sempre,  e antes que consiga cumprimenta-la e tomarmos um cappuccino na mesa ao lado, ela dispara:

- Tenho boas histórias para te contar.

Além de frequentadora assídua do ViaDutra, Lem é uma fonte confiável de  boas histórias. Segundo ela, são causos acontecidos com amigas, mas suspeito que a própria tem sido personagem principal algumas vezes, mas enfim, vale o relato assim mesmo.  Como o ocorrido com a bela loira que a acompanhava numa incursão noturna e que se queixou do garçom, estabelecendo-se um diálogo surreal.

- Era só o que me faltava:  o garçom não para de piscar pra mim.
- Amiga, ele não está piscando pra ti. É cacoete dele.
- Bah, que fase, nem garçom mais me dá bola!

Outra amiga se encantou com o rapaz bem apessoado no pub e,  feito os contatos imediatos, passaram a trocar informações.  Ela, interessadíssima no moço, se apresentou com funcionária pública e ele já estabeleceu afinidades, informando que também era servidor público, de uma estatal de energia.  Em seguida, sugeriu que era de "alto escalão na estrutura da empresa” e que as responsabilidades que pesavam sobre seus ombros másculos não eram pouca coisa.  Como se fosse ensaiado, o celular logo tocou e ele se desculpou;

- Desculpe, mas preciso ir. A  firma precisa de mim com urgência.

E se despediu, mas ficou na frente do estabelecimento, atendendo ao telefone e gesticulando muito.  Sucede que as moças já haviam pagado a conta e, sem que ele percebesse, puderam observar na rua quando o rapaz entrou na camionete adesivada  da empresa e saiu em disparada.  Sobre o veiculo,  uma visão do que significava ser de alto escalão:  uma enorme escada,  daquelas indispensáveis aos consertos bem acima do chão.

- Bem que achei ele muito elétrico, conformou-se a amiga, que naquela noite ficou sem energia para outras abordagens.

Por fim, tem a história daquela outra amiga, bem ajeitadinha nos seus trinta e tantos anos, que se encantou com um vizinho bem mais jovem.  O encantamento se acentuou cada vez que o garoto chegava em casa, sempre transportado por um carrão diferente. Não demorou muito acabaram “ficando” e foi quando a moça descobriu que se tratava de um promissor atleta das divisões de base de um dos grandes clubes de futebol da Capital, mas  com um salário desproporcional aos seus, digamos, atributos, se bem que com  muitos companheiros generosos em suas caronas em carros e SUVs vistosos.  Detalhes, detalhes, segundo ela:


- Qual é o problema? Descobrimos que temos pelo menos uma afinidade:  somos do mesmo time!

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