A já famosa mesa ao lado é uma fonte permanente de
histórias, engraçadas, escabrosas, boas
ou nem tanto. Outro dia ouvi uma senhora irrequieta contar um causo perturbador para dizer o mínimo. A história
envolveria um bom gaúcho que se enamorou de outra rapariga e passou a
frequentar a casa da moça, apesar das admoestações da patroa.
- Emerenciano, jura pra mim que tu nunca vai ter
outra mulher, jura pra mim Emerenciano!!!, implorava a pia senhora, que
frequentava a igreja diariamente com preces em prol da fidelidade do marido.
O Emerenciano até jurava, mas estava incomodado com
aquela situação. Gostava da esposa, mas
era a rapariga que o levava ao paraíso, se me entendem, sem necessidade de frequentar os templos e
rogar aos céus.
Um dia Emerenciano decidiu contar tudo para a esposa.
Começou “costeando o alambrado”, como recordaria depois numa roda masculina no
bolicho.
- Sabe minha véia, homi tem certas necessidades...precisa
de umas cosa deferente na cama...
E revelou seu caso extraconjugal, sem entrar em
maiores detalhes, especialmente quanto aos diferenciais da moça, mas firme na
sua posição. Pra que?! A patroa teve um
faniquito e não parava mais de chorar. Em meio ao vale de lágrimas, brandia:
- Mas tu prometeu, Emerenciano. Tu até jurou,
Emerenciano.
E o Emerenciano firme, mas de saco cheio com aquela
choradeira. Até que apelou para uma saída radical.
- Vem cá, minha véia. Tu prefere que eu te traia com uma mulher ou
vire um fresco como aqueles da Redenção e dê de
bundear?
Confrontada com as duas alternativas, a senhora
estancou o choro e as lamúrias.
- Pensando bem, acho que tu tem razão, Emerenciano.
Fica, então, com a mocinha...mas não deixa os meus parentes e as minhas amigas
da paróquia saberem.
E com esse arranjo viveram felizes para sempre.
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