sábado, 9 de agosto de 2014

Histórias da mesa ao lado:Os Infratores

Noite dessas espichei o ouvido para a mesa ao lado e fiquei sabendo de saborosíssima histórias envolvendo motoristas infratores e agentes de trânsito cumpridores de suas obrigações. Nas fiscalizações noite adentro acontece cada uma.  Como a da motorista flagrada sem carteira que se livrou de um flagra pior ainda. A moça,  acompanhada de um rapaz, se recusou a fazer o teste com o bafômetro, o acompanhante também, e apresentou a documentação do carro indicando que o proprietário era outra pessoa.

- Como a senhora não pode dirigir e o moço aí também não, quem sabe chama o proprietário para conduzir o veiculo.

- Não posso, o proprietário é meu marido. Imagina se ele vem aqui e vê que eu estou com outra pessoa...

Algo me distraiu, talvez uma caldável passando, e acabei não sabendo o desfecho do caso. Diferente da outra história que ouvi. Seguinte: nos tempos em que os Fuscas eram os carros que mais rodavam, o cinto de segurança era de duas pontas, passando sobre as pernas do motorista. Diante de uma situação dessas o agente chamou a atenção do condutor:

- E o cinto, cidadão?

O motora, sujeito simplório, fez um gesto apontando para baixo, o que foi interpretado como uma provocação obscena pelo agente.

- Tá pensando o quê? Além de dirigir sem cinto ainda fica bancando o engraçadinho.

E já estava sacando o  talonário para aplicar uma pesada multa quando o atrapalhado motorista conseguiu demonstrar que estava, sim, usando o cinto, para o  qual apontava.

Mal entendidos cercam também alguns motoristas que se recusam a deixar seus carros na madrugada para fazer o teste do bafômetro. Só que não se trata de contravenção, mas de constrangimento.

- Seu guarda,  vou buscar meus filhos numa festa e estou de pijama.  Fica chato sair do carro com toda essa gente em volta...

Normalmente os agentes são sensíveis ao apelo dos pais, mas não tem a mesma condescendência com aquelas moças mais afoitas  que, sob o efeito de umas e outras, se atiram em direção aos homens da lei, aos beijos e abraços, como um pedido de clemência.  Como aplicadores da Lei, os agentes não são bem vistos e, de repente, aparecem garotas e senhoras prenhes de amor pra dar. O que dá é pra desconfiar da sinceridade das intenções.

A recíproca também existe, como o caso aquele do azulzinho que se tomou de amores pela loira recém multada e passou a mandar mensagens convidativas para o fone da moça. Mas aí já é outra história da mesa ao lado.


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