Todos os anos ele adota o mesmo ritual. Sempre em certa data ele envia a ela um
determinado número de rosas, acompanhada de um cartão com apenas uma palavra
que expressa um numero: Um,Dois, Três...A
quantidade de rosas corresponde ao número escrito no cartão e o conjunto todo
diz respeito aos anos que se passaram desde a
primeira transa deles. “Oito, mas
parece que foi ontem”, escreveu ele no mais recente cartão e despachou-o com
oito rosas vermelhas, justo na data
merecedora da homenagem. Sempre rosas vermelhas, símbolo da paixão amorosa.
No início a moça ficava lisonjeada com as
flores, mas as idas e vindas na relação já
não produzem o mesmo efeito. A contrario, ela
mostra certa irritação com o buquê homenageante, especialmente quando estão apartados. Mesmo assim ele insiste no ritual porque a
data realmente representa um grande momento.
O momento culminante do esforço de meses de um homem determinado a
conquistar aquele coração e aquele corpo. É uma linda hstória de amor, mas não me peçam detalhes porque são escabrosos em certas partes e podem gerar constrangimentos.
Hoje, distanciados há longo tempo e outros
aconchegos depois, ele confessa que ainda sente tremores quando lembra a
primeira noite e o sentimento de dono do mundo que se apossou dele quando se
entregaram um ao outro sem pudor nem culpas. Mas o que mais magoa nosso amigo é
que e todos esses anos nunca recebeu
flores da parceira. “A Celia Ribeiro
garante que mandar flores a um homem é a coisa mais natural, só eu que nunca
recebi sequer uma espada de São Jorge, uma hortência, um copo-de-leite, que
dirá rosas”, lamuria-se.
Para consolá-lo informei que também nunca foi alvo
de mimos floridos e que nem por isso deixo de presentear a amada com belos
buquês.
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