segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Nem pijama, nem chinelos

Definitivamente sou um pessimista e um mau julgador dos meus entes queridos. Imaginava – e escrevi – que deveria receber ou chinelos ou pijama como presente do Dia dos Pais. Até já estava me acostumando com a idéia, levando em conta que tanto chinelos como pijamas tem sua utilidade para um senhor de hábitos caseiros como eu. Mas fui surpreendido pelos meus queridos filhinhos e pela minha santa parceira de mais de 30 anos - afinal sou um pai para ela e não vai aí qualquer conotação freudiana.

Graças a santinha, minha coleção de canecas foi acrescida de um novo exemplar, saudando minha condição de super vovô, que vale também como uma advertência de que preciso assumir essa nova postura, cheia de limites físicos e comportamentais. Da neta Maria Clara recebi uma camiseta customizada com uma grande estampa em que apareço segurando a pequena – ela já com olhar esperto e eu com cara de babão.

Dos filhos veio um abrigo bem transado, com o qual vou desfilar garboso nas minhas caminhadas de fim de semana no calçadão de Ipanema e usar nas cada vez mais raras sessões de academia. (É bem verdade que eu havia insinuado o interesse em ganhar um novo abrigo de presente, mas isso é detalhe).

Recebi, ainda, da pretendente à nora uma preciosa carga de cervejas pretas, alemãs legitimas, que pretendo degustar em alguma ocasião especialíssima. A moça já sabe como me agradar. Tem futuro na família.

Enfim, foi um Dia dos Pais como nunca antes, exceto pela grana preta que gastei no almoço em um restaurante de excelentes comida e serviço, mas preço salgado.

Quanto a outras manifestações relacionadas à croniqueta “Dia de ganhar chinelos e pijama”, quem não é bruxa não tem o que temer...

2 comentários:

  1. Senti que o nobre reclamante sofreu forte pressão doméstica e procrastinou. Lamentável. Sim, teve uma atitude digna ao final do texto. Cita que pagou o almoço que, se formos somar, deve ter custado mais do que toda a lista de presentes. É sempre assim! Na verdade, reclamamos, mas gostamos.

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  2. Como diz o filósofo, "ser pai é padecer num paraíso".

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