segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Reflexões ligeiras sobre a eleição

*Publicado nesta data em coletiva.net

- A disputa presidencial foi entre duas seitas: o Bolsonarismo com “Deus Acima de Tudo” e o Lulismo com “Ele Voltará”.

- Constatação: os resultados foram vitória da política e não do marketing político.

- Louve-se o esforço dos lulistas para não parecerem surpresos com  os resultados; registre-se o sorriso, como se fossem vencedores, dos bolsonaristas.

- Idem no RS entre Eduardo Leite e Edegar Pretto...

- Reversão de expectativas: vitória de Bolsonaro no Sudeste e de Lula no Norte. No caso, vantagem para Bolsonaro.

- Lula  vitorioso no exterior; na Venezuela deu Bolsonaro.

- Bolsonaro fez bancada no Senado, centro de importantes decisões, inclusive no enfrentamento do STF.

- Os grandes derrotados foram - de novo – os principais Institutos de pesquisa.

- A explicação para a  distorção dos dados das pesquisas em relação à realidade pode ser o voto constrangido à direita e à esquerda, que as pesquisas não captam.

- Mas como explicar o tal Intervalo de Confiança das pesquisas eleitorais? As pesquisas que erram e as que acertam tem os mesmos 95% de confiança.

- Que Intervalo de Confiança mais inconfiável !

- Já os analistas televisivos fazem um esforço danado para explicar as distorções das pesquisas.

- As votações da Simone Tebet e do Ciro Gomes mostram que estava certo quem afirmou que a terceira via era mais anseio da mídia e não do eleitorado.

- -Não adianta brigar com os números: o  bolsonarismo elegeu ex-ministros e deputados em todos os estados e todos com grande votações.

- E brigar com Bolsonaro também não ajuda: que o digam ex-aliados como Mandetta, Weintraub e outros bem menos votados.

- As urnas resgataram a Lava Jato com a eleição de Sérgio Moro e Dallagnoil no Paraná.

- O voto também pune:  velhas lideranças como Requião, Álvaro Dias e Romero Jucá foram sepultadas.

- O voto pune também os partidos. O que é o encolhimento do PSDB! E do PTB, do PDT...

-  Toda a campanha tem seu candidato folclórico, como  o Eneás e o Cabo Dalciolo. Desta vez foi o Padre Kelmon, figura tão bizarra e fake que vai virar cult.

- Já pela persistência, Eymael merecia um mandato; e Ciro a aposentadoria.

- O custo do voto: cada voto de Lula custou R$ 1,59 (gasto de campanha de R$ 91.210.452,00 /57.210.752 votos); Bolsonaro ficou em 0,82 (R$ 42.347.391,39/51.060.265 votos).

- O voto mais caro foi o dos eleitores da SoraIa: R$ 57,06 (R$ 34.273.440,72/ 600.637 votos)

- Que susto, pra não usar uma palavra mais chula,  do Edegar Pretto no Eduardo Leite: a diferença entre eles foi de apenas 2.491 votos, que não elegeria nem vereador em Porto Alegre.

- A votação do centrista Leite indica que ele foi vítima da polarização esquerda x direita que tomou conta do país.

- Quem os petistas vão apoiar aqui no segundo turno?

- Mas não  adianta acordo entre caciques  se o eleitor decidir o contrário.

- O Pretto eleito foi o Adão, que herdou o nome do pai e concorreu a deputado estadual.

- Gestos símbolos de campanha: arminha de Bolsonaro, o L de Lula e os dedos nodosos do Olivio.

- Mas, como os jingles, só funcionam para a própria militância

- O carismático Olivio já perdeu para o Lasier e agora para o Mourão em disputas para o Senado.

- O voto útil para o Senado funcionou no RS e elegeu Mourão.

- Agora vem a campanha para valer. Primeiro turno foi aquecimento.  Fortes emoções pela frente.

 

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