Hoje é muito fácil produzir um livro. O processo
industrial está descomplicado e agiliza com qualidade qualquer pretensão
literária. Obviamente até chegar à
gráfica há a etapa de produzir os conteúdos, a edição, a revisão e a arte da
capa para que a obra seja bem atraente, mas com um mínimo de experiência e bom
gosto, mais os parceiros certos, o resultado final pode ser alcançado sem
muito estresse.
As dificuldades começam quando a carga de livros
chega da gráfica. O prazer de manusear
os primeiros exemplares é indescritível, ainda mais para autor estreante, mas
logo sobrevém a questão dramática: quem vai consumir a
obra, num ambiente dominado pela comunicação via redes sociais e de crescente
desinteresse pelos formatos impressos? Ah, tem os amigos e os parentes, o
pessoal da firma, todos a merecer uma cortesia, e quem mais?
Então a solução é vender nas livrarias. Não, não é. As grandes redes não se
interessam por obras de autores estreantes e desconhecidos, mesmo que os livros
fiquem em consignação ao custo de 40% sobre o preço de capa. As outras, mais tradicionais, que vendem livros novos e
usados, alegam que não tem controle sobre o estoque e preferem não se arriscar
e ter que indenizar o autor por extravio dos exemplares. “Existe um buraco negro aqui dentro onde os
livros acabam sumindo”, reconheceu um dos livreiros, cercado por pilhas de
obras. E tem ainda a tal de crise que
restringiu o consumo e o mercado livreiro
não é exceção.
Com a ajuda do amigo Ayres Cerutti consegui romper essa barreira e colocar o Crônicas da
Mesa ao Lado na Nova Roma, da rua General
Câmara. Menos mal que outros estabelecimentos, que classifico como mais
charmosos, também aceitaram expor e vender o livro, sem muita burocracia. São
eles a Palavraria, na rua Vasco da Gama, a Bamboletras , no Shopping Nova
Olaria, a Karolle, na avenida José
Bonifácio e no Santander Cultural e, ainda, a Banca da República, quase esquina
da avenida João Pessoa.
Tenho informações que a venda está acontecendo
tímida mas efetivamente nesses locais, assim como os pedidos para envio pelo
Correio, que já levaram o Crônicas para Brasília, Rio, Sorriso-MT, Arcos-MG,
Caxias, Flores da Cunha e Camaquã, pelo que
lembro. Mais do que isso, o que recompensa é opinião de quem leu, gostou e elogiou publicamente os
textos. Isso não tem preço, isso tem
valor.
Crônicas da Mesa ao Lado começou a nascer aqui no ViaDutra e se materializou para os interessados no dia 28/07,com o lançamento no Chalé da Praça 15, onde o que não faltou foram mesas cheias e divertidas. No dia seguinte fiz este registro:
Emoção de dar calo nos dedos:
Fiquei faceiríssimo com a presença de novos e antigos amigos, autoridades
civis, militares e até eclesiásticas, os Dutras em peso e quase todas as
caldáveis no lançamento do livro Crônicas da Mesa ao Lado. Deu calo nos dedos
de tanto autógrafo. De coração agradeço a todos, até porque vão ajudar a cobrir
o investimento feito, mas agradeço especialmente as manifestações carinhosas e
de incentivo, inclusive dos que não puderem comparecer ao Chalé da Praça
15 na convidativa noite de ontem. Nada mais animador do que saber que tem gente
se divertindo com a Mesa ao Lado. (...) Peço desculpas a todos pelos garranchos
nos autógrafos, não é nada pessoal, apenas que herdei a escrita mal traçada e
já admiti que vou precisar um curso de caligrafia, até para fazer frente ao
próximo livro porque, confesso, gostei muito da brincadeira. Será mais um passo
rumo a Academia Brasileira de Letras, que a ilustração visionária do Linei já antecipa.
Abraços apertados e beijos no coração de todos.
Caro Flávio, parabéns novamente pelo trabalho e pela generosidade de compartilhar conosco tua criação. Como relatas, agora conheces alguns caminhos, que, esperamos, facilitem e estimulem as novas produções. Um abraço, Léo (coeditor do "Na Onda")
ResponderExcluir