* Publicada originalmente em Zero Hora, em 08/08/2015, páginas 34/35
Motivação pode ganhar jogo, mas não ganha campeonato. Campeonato se
ganha com time, grupo e estratégia. Vem aí o Gre-Nal e, mais do que
nunca, a combinação dos três fatores é que vai ser decisiva para determinar o
vitorioso, embora no clássico gaúcho a motivação tenha enorme peso –
para os dois lados.
Time por time, os dois tem lá suas limitações, mas o
Grêmio parece mais ajustado e a posição na tabela está aí para comprovar.
O elenco do Inter oferece mais opções, embora os desfalques previstos de Aránguiz
e, talvez, de Geferson. Mais
opções significam mais possibilidades de decidir o jogo com alguma peça de
reposição. Já o tricolor, ainda vai ter que apostar em Edinho para
suprir a importante ausência de Wallace. Em compensação, terá a volta de Grohe, antes que Tiago leve os
gremistas à loucura com suas bisonhices nas saídas de gol.
Vamos então para a estratégia, o esquema de jogo, as artimanhas que
poderão surpreender, a jogada ensaiada e treinada secretamente, mistérios
de escalação para deixar o adversário desnorteado,
enfim, a hora da verdade, o jogo jogado, a bola rolando. O
Diego Aguirre era mais experiente que o Roger, mas errou tanto que acabou demitido,
colocando o jovem e estudioso técnico gremista em ligeira vantagem diante de um
interino. Nesse caso, a estratégia da direção colorada é arriscadíssima em
semana de clássico e fica a duvida sobre como reagirá o time sem um
treinador na casamata. Mas vale lembrar
que Roger foi bem sucedido como interino no Grêmio, inclsuive com vitória em
Gre-Nal. Ou seja...
Ten ainda o fator local, a Arena cheia de fervor gremista , a empurrar o
dono da casa. Ainda assim, mesmo que o quadro do momento seja
mais favorável para o Grêmio, não me arrisco a considerá-lo favorito para o
clássico. O Gre-Nal tem se prestado para , como se diz no popular,
“arrumar a casa”. Ou, como agora, para definir “o menos pior”,
expressão que tomei a liberdade de roubartilhar do Diego Olivier.
Isso posto, agora um momento confessional: depois de mais de 30
anos atuando no jornalismo esportivo em rádio, tv e jornal, cuidando para que
meu gremismo não aflorasse, fiquei vacinado diante das disputas envolvendo
nossos dois principais clubes. Faço minhas provocações nas redes sociais, mas
quem me conhece sabe que é só pelo espírito provocador, pois já me
flagrei torcendo pelos Vermelhos, discretamente é verdade, em
competições nacionais e internacionais. Porém, esse meu lado harmonioso
não vale para o Gre-Nal: no domingo, cheio de motivação, sou só Imortal.
E se nada der certo, já tenho a saída pronta: vou postar no Face -
“Grenal é o ópio do povo”.
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