Cada história que me contam! Dia desses, sorvendo um expresso com pão de
queijo na Galeria Chaves, um médico que é quase um familiar relatou-me a
divertida relação com sua assistente. Não é o que vocês estão pensando. Tanto o médico como a moça são gente
séria. Sucede que ela ganhou o apelido
de Loura e faz jus se levarmos em consideração que tal perfil ficou estigmatizado e passou a ser
sinônimo de mulher despossuída intelectualmente – burrinha, no popular. E isso ficou mais evidenciado ainda em
recente almoço que tiveram no centro. A moça ficou faceiríssima com as
sobremesas que estavam a disposição no restaurante.
- Arroz de leite e creme de abacate, que coisa boa!
Minhas sobremesas preferidas.
E de imediato serviu-se do creme de abacate
cobrindo-o com a outra sobremesa, o que já é um procedimento um tanto bizarro, para dizer o mínimo. Mas já
nas primeiras colheradas fez cara feia e chamou o garçom para reclamar.
- Moço, este
arroz de leite não tá bom, tá com um
gosto estranho.
- Senhora, isso não é arroz de leite, é canjica!
Além de despossuída intelectualmente, a assistente
revelava-se despossuída de paladar e de noção.
Pelo menos teve autocrítica.
- Agora entendo porque me chamam de Loira.
Outra história me foi repassada pelo Gunther, que
volta e meia transita por este espaço. O
relato, entretanto, nada tem a ver com
suas conquistas amorosas. Dileto amigo
do Gunther estava desempregado e acabou contratado, graças aos esforços do
parceiro, numa assessoria do imortal Grêmio.
Ocorre que o tal amigo era colorado fanático e tinha tatuado
nas costas e nos braços dois ou três distintivos do clube, além de um
Saci de touca vermelha e cachimbo fumegante.
O amigo conseguia esconder esse outdoor dos
vermelhos sob a roupa e mantinha um comportamento discreto quanto a sua
preferencia esportiva. Isso até a
pré-temporada do clube na Serra, em pleno o verão. Num daqueles dias
calorentos, todas na delegação decidiram
desfrutar da piscina do hotel após o
treinamento.
Nosso amigo hesitou, mas acabou se jogando na
piscina, tendo o cuidado de ficar permanentemente coberto pela água e com as costas
e membros tatuados encobertos pela borda da piscina. A atitude, entretanto,
levantou suspeitas de um dirigente do clube:
- Por que tá te escondendo ai nos cantos da piscina.
Levanta que eu quero ver o que tu tá escondendo.
Foi quando se deu o encerramento de uma promissora carreira de
assessor clubístico, o que provocou uma queixa do moço excluído pelo cartola.
- Esse pessoal do Grêmio não tem espírito esportivo.
Já o Gunther, como sabemos, vive metido em aventuras
mais prazerosas que mereceriam um livro de crônicas só para ele. Solteirão
convicto, com situação financeira estável, boa formação intelectual e diríamos
que é um rapagão ainda, embora não cozinhe na primeira fervura, o Gunther
acabou envolvido com uma parceira já cinquentona, mas muito competitiva no
mercado dos relacionamentos. Competitiva e criativa, acrescentaria ele mais
tarde, contando que antes de rumarem à casa dela a senhora passou numa fruteira
e providenciou uma cesta básica de frutas – mamões, melões, morangos, pêssegos, maças e bananas.
Gunther imaginou que as frutas serviriam para uma
salada após a transa e ai mesmo é que se
quedou apaixonado pela parceira “tão dedicada a agradar seu companheiro”, observou ele.
Mas os produtos tinham outra destinação e tão logo ficaram a vontade
ela o fez deitar de decúbito dorsal e o cobriu de alto a baixo com as frutas.
- Eu estava virado num pomar, que foi sendo
consumido lentamente..., relembrou , com um suspiro profundo do tipo “foi muito bom”.
De fato, era uma salada de frutas só que de
características bem peculiares e
saboreada não como sobremesa, mas como aperitivo. O entusiasmo da dupla durante o ato só arrefeceu quando a senhora
sugeriu uma utilização menos nobre para a banana, o que ele repeliu com
determinação.
- Ainda mais que era uma banana caturra, foi a
justificativa para não ser tão indelicado diante da proposta mais ousada.
Mesmo assim o relacionamento deixou boas lembranças
e o casal já esta planejando novo festerê, dessa vez com outros produtos agrícolas, um encontro que
apelidaram de “ a horta dos prazeres”.
- Mas já avisei que é sem cenoura, concluiu o prudente Gunther.
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