Quando comecei em rádio, em meados da década de 70
do século passado, a Guaíba dominava o cenário e trabalhar nela era o sonho de
todos que, como eu, amavam o rádio.
Pois, por essas oportunidades que a vida nos apresenta, acabei sendo contratado
como coordenador de esportes, em substituição ao Antonio Britto que estava
assumindo outras funções na então Caldas Junior. Tinha 26 anos na época e
passei a vivenciar o dia a dia – e, de alguma forma, chefiar - da nata do jornalismo radiofônico esportivo de então: Milton Ferretti Jung, João Carlos Belmonte, Antonio Augusto, Lauro Quadros, Ruy
Carlos Ostermann, Lasier e Lupi Martins, entre outros, um timaço liderado pelo grande
Armindo Ranzolin. E no Jornalismo tinha ainda o Flávio Alcaraz Gomes, o Adroaldo Streck e surgindo o Rogério Mendelsky. Entre idas e vindas, na Guaíba, na Gaúcha , na
Difusora/Bandeirantes e na RBS TV, calculo que convivi com essas feras por mais
de 20 anos.
Não pensem que é fácil trabalhar com gente tão
talentosa, de egos na mesma proporção, ainda mais num ambiente competitivo como
o rádio e a tv. Mas fiz grandes amizades e aprendi um monte com eles . Só não
aprendi a ser desenvolto no microfone e a culpa indireta é justamente dessas grandes
figuras. Imaginava que, diante daqueles
nomes consagrados, “os artistas” como se autodenominavam, não teria a mínima chance de me sobressair,
então decidi que eu deveria investir para ser um competente profissional de
retaguarda. Acho até que alcancei esse objetivo, que me garantiu
empregabilidade por muitos anos depois daquele começo titubeante na Guaíba. Fiz esse nariz de cera não por vaidade, mas a pretexto de contextualizar uma era que está chegando ao fim e cuja mais recente sinalização é a saída de Lasier Martins do programa Gaúcha Repórter. Antes já haviam sido despachados para o limbo o Ranzolin e o Ruy. O Lupi nos deixou muito cedo e o Belmonte estava se aposentando. O Lauro e sua ansiedade ainda resistem no Polêmica e no Sala de Redação, assim como o Milton – que voz! - que apresenta algumas edições do correspondente da Guaíba. O Antonio Augusto, ao que parece, também é outro que não se entrega. Mas até quando? Não vou bancar o saudosista e apelar para o velho chavão “no meu tempo era melhor”, mas apenas constatar que a renovação, mesmo que sofrida, é inevitável .
A verdade é que a esses setentões ou mais ficam a dever gerações inteiras de ouvintes formadas
nos tempos em que o rádio era mais formal, mas tinha mais força e muito conteúdo. E fica também o meu reconhecimento, agora dirigido
especialmente ao querido Laserino, que um dia fez a transição do Esporte para o
Jornalismo e manteve a performance. Vai um beijo no coração.
Como dirias em comentários no Facebook: MB!
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