Ainda hoje encontro gente que se surpreende quando revelo
minha predileção pelo Grêmio. Até já
ouvi uns “jurava que tu eras colorado”.
Será que consegui enganar tão bem nos tempos em que militei na chamada crônica
esportiva, algo como 30 anos de atividades em rádio,TV e jornal? É bem verdade
que eu não tinha a visibilidade – e nem a cobrança permanente – do pessoal de
microfone e de vídeo, mas era prudente afetar uma neutralidade para o público
externo porque o interno sabe quem torce para quem.
Sim,sou gremista, o único numa família de
oito irmãos. Por sorte, minha infância e
adolescência se deram em tempos de Grêmio vitorioso nas décadas de 50 a 60 do
século passado e, assim ,não fui muito vilipendiado pelos outros irmãos.
Hoje posso afirmar, cheio de orgulho, que em nenhum momento
em minha carreira jornalistica a predileção clubística teve influência para
beneficiar ou prejudicar esse ou aquele clube. Talvez até fosse mais severo e exigente com o time do coração. Ou seja, não era neutro, mas
buscava obsessivamente a isenção. Não
posso dizer o mesmo de alguns companheiros com os quais convivi, embora a
maioria estivesse mais comprometida com o seu trabalho e com o veiculo em que
atuava do que pender para esse ou aquele lado. E vamos combinar que isso não
era, e continua não sendo, tarefa fácil
num ambiente grenalizado como o nosso e, por isso mesmo, marcado pelo
emocionalismo.
Agora, me permitam nesses tempos de supremacia das redes
sociais e quando já estou bem longe das redações, extravasar o meu gremismo, o
que procuro fazer de forma bem humorada e, às vezes, provocativa, mas sem
baixarias e sem radicalismos. E aceito numa boa as flautas, sem as quais, o
futebol não teria a menor graça. Mas não perco o sono nem o humor com as
eventuais fases ruins do tricolor, que,aliás, tem sido bem frequentes. Por
isso, podem flautear a vontade, mas aceitem as cutucadas em contrário. Fora desse contexto, vira doença, requer tratamento
e, mesmo o futebol, com toda a sua força e encantamento, não vale o prejuízo.
Um abraço imortal a todos.
Faço minhas, as suas palavras.
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