O caso mais grave é o do programa da Fátima, preparado há quase um ano e que se revela um equívoco monumental, não fazendo justiça ao talento da apresentadora. Uma regrinha básica quando se cria uma nova atração – e isso vale para todas as mídias e para outras formas de entretenimento – é focar no público alvo do horário ou pretendido. Ou muito me engano ou o público das manhãs é constituído de donas de casas e crianças, mas o que vi num dos primeiros programas foi o futebol como tema central. A rigor, o equívoco mastodôntico foi estrear um programa para adultos em horário de público infantil em plenas férias escolares. A coisa é tão tediosa que outro dia uma senhora do auditório foi flagrada dormindo durante o programa. Aliás, a nova mania televisiva são esses mini auditórios, que servem de claque, jurados e cenários, sem o menor critério.
Tenho prestado mais atenção ao Pedro Bial do que a Fátima
Bernardes e conto pra vocês a síntese do programa: muito ritmo, pouco conteúdo;
muito discurso, pouca profundidade. É um tal de entra e sai de convidados e
assuntos que resta pouco recall. Parece
que os luminares da programação global ficaram reféns de uma fórmula que vou
chamar de Jornalismo Revista Contigo e sua variação Revista Nova, ou seja, uma
mistura de temas comportamentais da hora,
alguma coisa pretensamente
polêmica, uma pitada de sexo, a presença
de alguns artistas globais e cantores do hit parade e mais um auditório
adestrado, tudo isso costurado por um âncora famoso . Nessa linha, sou mais o
Serginho Groismann. O resto está mais pra fake e o público, que está
amadurecendo e sabe o que quer, reage com indiferença.
Lastimo a posição em que
ficaram a Fátima e o Bial, mais pelo que representaram no passado e menos pela
guinada equivocada que deram em suas carreiras.
Para não dizerem que tenho má vontade com a Globo, admito que
na teledramaturgia a rede esta acertando em cheio. “ Avenida Brasil” vai entrar
para o rol das melhores novelas de todos os tempos, não tanto pelo enredo, mas
pelo desempenho superior de todo o elenco, exceto o canastrão Murilo Benicio. E
arrisco dizer que o remake de “Gabriela” é tão bom ou melhor que o original,
com aquele luminosidade e cenários baianos, seios e bundas à mostra e, de novo, uma grande atuação de todo o elenco, ai incluída até a Ivete Sangalo como
Maria Machadão. Só implico com aqueles figurinos masculinos que não dispensam o
colete no tórrido sertão da Bahia. Até a novela das sete, Cheias de
Charme, misturança de ficção e realidade,
acertou na fórmula e também vai marcar época.
A essa altura do campeonato, se eu fosse a Fátima e o Bial
pedia transferência para o núcleo das novelas.
Parabéns, concordo com praticamente todas as colocações. Vou pela Via Dutra que é mais seguro!
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