A verdade é que em
paralelo ao evento a casa estava aberta para, digamos, sua atividade fim. E aí
começa a minha decepção. As moças da
casa circulavam com ar blasé, sem esboçar um sorriso sequer, um arreganho
qualquer, um olhar mais convidativo ao público masculino presente ao evento –
alguns bem assanhados com o ambiente. Foi deprimente ver aquelas moças,
todas bem dotadas de calipígios, sentadinhas
comportadas, lado a lado, a espera dos primeiros clientes de uma segunda-feira
pouco promissora. Isso sem contar a decoração brega, que abusa dos neons, das
pinturas de gosto duvidoso e dos painéis com mulheres seminuas.
Talvez o encolhimento
das moças da casa – eu quase usei recato – se deva a inesperada concorrência das
gurias presentes ao evento, belas, altivas, encantadoras, desejáveis, todas
valendo uma incomodação – eu fora.
Talvez, ainda, eu esteja influenciado pela boate Bataclan, da novela
Gabriela, sempre tão feérica e animada, contrastando com esse ambiente quase
lúgubre e essas moças tão desacorçoadas e a ficção superando a realidade.
Num rasgo de
generosidade, ao me despedir do evento, passei pelas moças e, tentando
animá-las, prometi que voltaria no dia seguinte para festar com elas. Só o que recebi de volta foram um ou outro
olhar desinteressado.
Mudei eu ou mudaram os
lupanares? Não sei, mas acho que estava numa barca furada.
O afastamento gradual da distante juventude leva os homens a "descaminhos" perigosos. Tradução chula: a velhice é uma merda.
ResponderExcluir