Vamos lá, amigo, confesse: você está morrendo de inveja do
Cadinho e do Leléco, personagens da novela das 9, Avenida Brasil. Cadinho vive
uma ménage à quatre , um seu Queque moderno como o interpretado por Nei
Latorraca na minissérie Rabo-de-saia. Só
que, embora desmascarado, o Cadinho
conseguiu recompor a relação com as três mulheres, todas elas desejáveis, cada
uma com um tipo de beleza diferente. O núcleo das mulheres corneadas deve estar
sendo bem avaliado nas pesquisas porque o autor tem escrito situações para os
personagens em praticamente todos os capítulos.
Sacanagem sempre dá Ibope.
Outro dia o Cadinho, em interpretação antológica de
Alexandre Borges, explicava como não se confundia, trocando os nomes e os
gostos quando frequentava um ou outro lar: “Só quem não trai e que tem fixação
nisso é que se confunde”, ensinou o bandalho da ficção, reafirmando sua grande
capacidade de amar cada uma e as três simultaneamente. O cara é profissional e, cá entre nós, as
três atraiçoadas sabem que o Cadinho é o cara e que ,apesar de tudo, ele está
ali para lhes dar carinho, atenção e sexo, que é o que as mulheres buscam no seu parceiro .E na novela
ainda é o provedor...Que situação interessante criou o João Emanuel
Carneiro com essa relação complicada em que cada uma das
mulheres é a outra da outra e da outra.
Será que acontece algo parecido na vida real? Não duvido.
De minha parte não sinto inveja do Cadinho. Esse negócio de
estar lembrando as preferências de cada mulher seria um atrapalho na minha
vida, primeiro por causa de minha postura marcada pela austeridade e depois
porque a memória é meu ponto fraco e logo estaria cometendo besteiras.
Já o Leleco, ah, o Leleco. O coitado vive angustiado com a
possibilidade de levar um par de chifres daquela máquina chamada Tessália
(Débora Nascimento) e até mereceria por escalar aquele fortão abobado para
tentar a moça. Ah, a Tessália. O Leleco
não se deu conta de que é um vitorioso, porque tem e casa aquele monumento num corpão, um corpão amoroso, fazendo
carinhas e bocas de ingênua, e de vez em
quando belisca a ex, vivida pela Eliane Giardini, que ainda dá um caldo, mas na
novela tem nome de treinador de futebol – Muricy – coisa mais brochante. Nesse caso, a ex vira a outra e o atual
namorado dela, um gaúcho chamado Juliano Cazarré é quem acaba sendo
chifrado. Que confusão! Pensando bem, não invejo nem um nem
outro. É muito complicado esse roteiro
de infidelidades e, aliás , acho que a novela deveria trocar de nome, passando
a chamar-se Corneada Brasil, com o Murilo Benicio e seu Tufão na comissão de
frente. De minha parte, reafirmo que não teria energia para tanta tentação. Vade
retro, Tessália e Cia.
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