Piada de negrão? Não pode. Piada de judeu? Também não pode. Piadas de gays? É preconceito. Piadas do Joãozinho safado? Cuidado que pode afrontar o ECA. Cantada na colega? Assédio sexual. Exigir responsabilidade? Assédio moral.
Vivemos em tempos de amarras ao políticamente correto. Pelo menos as piadas de sogra ainda não sofrem restrições. Ainda, porque não vai faltar quem advogue que atenta contra os direitos da terceira idade.
Reprimir a espontaneidade e a criatividade popular, a malícia que não é maldosa, hábitos e práticas aculturadas, como sendo incorreções políticas, preconceitos e outros que tais, convenhamos, é uma demasia, é procurar cabelo em bola de bilhar. “Ás vezes um charuto é apenas um charuto”, teria dito Freud, restringindo as interpretações fantasiosas de que o charuto poderia ser um símbolo fálico. Quase sempre uma piada é apenas uma piada, não uma forma de desqualificação e o julgamento que cabe é se tem graça ou não.
Politicamente incorreto, verdadeiramente, é o autoritarismo, a corrupção, a violência, as injustiças, a falta de serviços públicos básicos, o levar vantagem e tantas outras mazelas que infernizam a nossa vida. Em nome do políticamente correto, permitem-se contraditórios.
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