quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Estranha campanha gaúcha e votos de qualidade

A atual campanha política me tonteou, eis que alguns dogmas  caíram por terra.  Tarso Genro, por exemplo, não tem  unanimidade nem na família, mas agora virou simpático, extrapolando o teto histórico do PT na intenção de votos. E cadê a maré vermelha do PT, que tomava conta das esquinas  nas campanhas anteriores?   Rareiam as bandeiras vermelhas com a estrela amarela, agora empunhadas – sem muito entusiasmo  - por militantes (?) remunerados.  Ou é salto alto dos petistas, ou uma estratégia que não consigo alcançar. Talvez seja a confirmação de que Tarso, para não cutucar o antipetismo, tenha optado por manifestações menos ostensivas de forma a se despegar  do seu partido.
E como explicar que os gaúchos, historicamente contrários ao poder central, tenham aderido em sua maioria à candidata oficial? Outra contradição: diferente de outros embates eleitorais, tivemos uma campanha morna, sem a agressividade e o denuncismo que marcaram disputas recentes.   Não entendo mais nada, inclusive essa consolidação de uma terceira via, situação impensável num Rio Grande de farroupilhas x imperiais, maragatos x chimangos, Grêmio x Inter, PT x anti PT. Hoje é Tarso x Fogaça x Yeda!
Estamos perdendo nossa identidade, um certo irredentismo que é a marca dos gaúchos? Deixo a resposta para os cientistas sociais e políticos ou mesmo para os historiadores. De minha parte, vou manter a coerência e a convicção na hora de votar. Para o governo do estado, meu voto vai para Fogaça – 15, o mais integro, o mais sincero nas suas propostas e o mais preparado para fazer do Rio Grande novamente um motivo de orgulho para todos nós. Para o Senado, é Rigotto e só Rigotto. Para a presidência é Serra, um gestor de reconhecida competência, que  vai governar sem o risco da tutela de uma banda podre...
 Para deputado estadual e federal permito-me omitir  minhas preferências:  os escolhidos sabem que meu voto é deles.  E com certeza, são escolhas de qualidade.
 *Em homenagem às guerrilheiras da cidadania, Cris, Dulce, Marília e Terezinha

6 comentários:

  1. Caro Flávio,
    Coerência é uma qualidade que poucos conseguem usar. Faltam a coragem e o conhecimento, que é um dos atributos que Você mais possue. Concordo plenamente com teus argumentos, essa eleição é uma incognita, é uma armação dos partidos para confundir os eleitores, é uma mistura de ideologias (será que elas existem!!!)ou apenas interesses de grupos políticos. Tenho conversado com muita gente durante esta campanha e por incrível que pareça ainda não encontrei alguém que me afirmasse que votaria no Tarso, como também alguém que me dissesse que tenha dado uma informação para qualquer pesquisas de opinião.
    Mas deixa prá lá, vamos ficar com nossa opinião e esperança de que no domingo todos façam dessa eleição uma Democracia Plena e que os eleitos sejam realmente nossos representantes na conquista de um mundo melhor para nós brasileiros.
    Para não ser injusto, gostaria que Tu acrescentasse no teu conceito de guerrilheiras a Teresinha aqui do GP, a esse trio maravilhoso que citasse, a Cris, a Dulci e a Marília.
    Um grande abraço,
    do amigo, maurinho

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  2. Grande Maurinho,
    Bem vindo ao ViaDutra. A casa é sua, ainda mais que convergimos em vários pontos, embora o contraditório também seja permitido. A Terezinha, por justiça, já está resgatada no time das Guerrilheiras.
    Abraços

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  3. Meu Dindo. Queria ter tido a competência para escrever e a perspicácia para sacar isso tudo no conjunto e, neste mar de "equívocos", deixar minha passionalidade tardia de lado (visto que hoje engat 5.8 morrendo de inveja de não ser avo ainda) e chegar neste teu entendimento. Estou, como diz uma amiga minha peruíssima que eu adoro, per-ple-xa. Mas vou votar no Serra e vou de azul, hoje, votar. E te garanto uma coisa: se toda esta manipulação resultar na ida daquela criatura para o maravilhoso palácio recém restaurado, nós, os teimosos, vamos ter de ser muito mais pentelhos do que o habitual. E correr aquela falsa de boleadeira. bj

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  4. Bem vinda ao ViaDutra, querida Maristela. Só quem não conhece essa turma, vota neles. Ainda tenho esperança de que o bom senso prevaleça.

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  5. Tens razão, Flávio. A angústia de minha adolescência e juventude, era acompanhar o processo político sem poder votar. Hoje, respeitamentos o processo democrático, com seus acertos e erros, mas sempre com a possibilidade de amadurecimento para o voto. E se hoje estamos decepcionados, amanhã, vibraremos com a energia dos livres.

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  6. Ah, se todos fossem como as guerrilheiras...

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