segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Pior é a indiferença

*Publicado nesta data em coletiva.net

Aceito criticas, mas prefiro elogios. É o  recado aos meus poucos, mas fiéis leitores, Os autores não escrevem pensando unicamente nesses seus eventuais leitores. Quem afirmar o contrário está enganando ou se enganando, O autor é um egoísta, escreve principalmente para seu deleite. Isso não é tese, é realidade. Pegue o caso dos cronistas da nossa imprensa. Adivinhem qual a primeira página que  consultam ao abrir o jornal? Bingo, aquela onde está publicada a sua coluna. 

Particularmente, sofro de uma boa ansiedade às segundas-feiras quando esta coluna  é editada no  coletiva.net. Desde cedo da tarde fico consultando o portal até aparecer o retrato do autor, encimando o texto que depois será exibido nas minhas redes sociais. E o termo exibido é bem aplicado no caso. E quanto mais exibimento, mais satisfação trazem os elogios e menos gratificação provocam as críticas. .

Chega de enrolação e vamos ao que realmente motivou este texto: o comentário de um leitor sobre a primeira coluna que cometi este ano no coletiva.net –“ Previsões previsíveis e reflexões aleatórias sobre 2022”, publicada dia 3 de janeiro.. Eis o que disse o comentarista de textos alheios: “Que amontoado de asneira”. Fui pesquisar o perfil do sujeito e fiquei lisonjeado: graduado em Historia na UFRGS, com mestrado na PUC. Não tinha idéia de que era acessado por um intelectual deste quilate e, ainda, que interage! Isso tem valor inestimável nestes tempos de poucos leitores. Vou precisar caprichar mais. Uma duvida, porém,  passou a me consumir: o que fazia um  luminar da academia conferindo minhas asneiras, que acho mais direcionadas a um publico menos intelectualizado - e  mais bem humorado. Aviso: estou sendo irônico..

Quase postei uma resposta, mas desisti, preferindo , por um lado, respeitar a opinião sincera do professor e, por outro, não enticar e criar uma polêmica desnecessária. Além disso, reconheço que o texto criticado não era dos mais inspirados, provavelmente por causa da ressaca das festas de fim de ano. E mais: já fui alvo de criticas mais mordazes, como a da minha neta primogênita, a super sincera Maria Clara, que, a propósito de uma produção literária deste que vos fala, desferiu essa pérola: “O livro do vô é um monte de histórias bobas, que os amigos contaram pra ele”. Então, meu caro leitor, estou no lucro em relação ao “amontoado de asneira”. Pior é a indiferença, por isso seja bem vindo sempre, de preferência com elogios, porque, como afirma a escritora norte-americana Susan Wiener, “a maioria das pessoas não se importa com as críticas – contanto que sejam sobre outra pessoa.”

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