* Publicado em coletiva.net em 23.09.19
Acho
que já estou ficando chato na minha cruzada contra os vícios de linguagem dos
repórteres de rádio e tv e mesmo de alguns âncoras. Não tenho culpa se a
audição é o meu sentido mais apurado e a repetição de alguns tiques incomodem este velho e cada vez
mais rabugento jornalista. Outro dia postei nas redes sociais que o que mais
tem aparecido, no momento, entre a garotada da reportagem é o tal de “aí”, muleta
usada às pencas, sobretudo, nas entradas
ao vivo. O Alex Gusmão, experiente
repórter televisivo da Band em Brasília comparou o “aí” uma espécie de virgula
no texto. Uma repetitiva vírgula mal colocada, acrescento eu.
Nos
comentários da postagem, a maioria de jornalistas veteranos, surgiram críticas
a outro campeão de audiência, o “né”, também excessivo até mesmo entre afamadas
ancoragens. A Ligia Tricot, jornalista de TV de reconhecida experiência, lembra
ainda o “qual que é”, que já mereceu até uma coluna deste que
vos fala, intitulada “Um quê a mais” - https://coletiva.net/colunas/um-que-a-mais,306067.jhtml.
Registo mais os modismos do “por conta de” e do onipresente “desconforto
muscular” da meninada do esporte, sem contar o “a gente”, o “bacana” e um
novíssimo e acariocado “cê” substituindo o você.
Já
confessei em outra crônica que também tenho um cacoete, do qual não consigo me
livrar, um “tá” que parece querer validar o que acabou de ser dito, mas como
não sou comunicador de vídeo ou microfone, estou perdoado, tá. Também é
verdade que vivo me policiando, tá.
Será
que a os jovens e promissores repórteres que acompanho tem feito esse exercício
de humildade para limpar dos seus improvisos os “aís” e os “nés”? A empreitada cabe também aos editores do material dessa turma.
Atentos e exigentes, eles, os editores, vão contribuir para que meus já
sexagenários ouvidos sejam menos incomodados. Antecipo agradecimentos.
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