quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Duelo de titãs!

Não resisto e vou dar minha opinião sobre o affair David Coimbra x Paulo Sant’Ánna:  os dois tem razão e nenhum tem razão.  Briga de cachorro grande é assim e, em verdade vos digo, já testemunhei  -ás vezes apartei - muito enfrentamento de superegos.  Por mais de 20 anos trabalhei com as principais prima-donas do rádio e da tv  e nada mais me surpreende. 

Dia de divulgação de escala era dia de guerra, de choro e ranger de dentes na disputa dos melhores espaços nas transmissões.  Dia pós-jogo também era dia de guerra, de disputa de opiniões e de contraditórios não aceitos. 

Certa vez precisei retirar com rapidez um dos contendores da sala antes que recebesse uma máquina de escrever nas fuças.  Faz tempo, como se vê.  A coitada da máquina acabou espatifada no chão.  Tudo porque um havia contrariado a opinião do outro.  Em outra ocasião,  durante um Grenal, os contendores deixaram a cabine para ajustar as contas lá fora no corredor. Só não chegaram as vias de fato porque se deram conta do ridículo da situação. E voltaram à cabine onde se debicaram pelo restante da transmissão.

O que está em jogo nesses duelos de egos titãs é a briga pelos melhores espaços, a primazia da opinião, a necessidade de ser reconhecido, um tanto de preferência clubista interferindo  e uma grande dose de insegurança, que pode ser traduzida assim: “Se a minha posição é contestada é porque ela pode parecer frágil, então preciso reagir à altura”.  Pronto, tá feita a confusão.

E para isso vale tudo, especialmente em se tratando de adjetivos, vide os que o Sant’Anna tem usado contra o David e vice versa.  Interessante notar e isso é uma característica de tais desavenças é que nunca o adversário é citado, mas todo mundo sabe de quem se trata. Não deixa de ser divertido.  Também não falta quem se solidarize com um e outro e os que colocam mais lenha na fogueira.

No caso do Sant’Anna e do David não torço para ninguém.  Tenho afinidades com ambos, que fizeram parte da afamada e momentaneamente desativada confraria da Caveira Preta e considero-os os mais rodrigueanos dos nossos cronistas, tanto pelas temáticas de seus textos como pelo estilo, com aquele viés de dramaticidade, sem contar que os dois são tricolores como o grande Nelson Rodrigues.

Em reconhecimento aos dois  companheiros prefiro acreditar que a batalha da ZH é expressão do lado menos genial dos contendores, algo passageiro, embora reconheça que uma boa controvérsia exige talento e perspicácia, o que não falta nem a um  nem a outro. E vamos combinar:  o conflito, a divergência, o contraditório, esse é  o sal da vida.  Só não exagerem, rapazes.



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