Fico com uma
pena infinita desses jogadores que perdem pênaltis decisivos e passam carregar
nas costas o peso da frustração de uma nação inteira, seja ela representada
pela torcida de um time ou a população de um país. Estou solidário ao italiano que desperdiçou o
pênalti na quinta-feira e junto com a bola fora lá se foi a façanha de derrotar
os campeões e favoritíssimos espanhóis.
Outro italiano, Baggio maculou sua carreira ao chutar nas alturas
a cobrança que deu o tetra mundial ao Brasil, em 1994. O grande Zico também
viveu seus piores momentos em uma Copa, a do México em 1986, ao perder um
pênalti que poderia ter garantido a vitória contra a França e a passagem às
semifinais. Mais tarde a França eliminaria o Brasil de Telê Santana...nos pênaltis!
Dinho e Arce,
dois ícones do Grêmio que Luiz Felipe levou a decisão contra o Ajax em 1985,
também vão carregar para a vida toda a imperícia e o desperdício dos pênaltis
que impediram o tricolor de chegar a mais um titulo mundial.
Infames pênaltis
que provocam frustrações e podem arruinar carreiras, mas benditos pênaltis que
consagram goleiros, como Júlio César, recentemente contra o México, ou Rogério
Ceni, que já defendeu 50 pênaltis e vale incluir Marcos que defendeu 45
pênaltis pelo Palmeiras, embora nada supere o russo Lev Yashin (1929-1990), o
Aranha Negra, que somou 150 pênaltis defendidos, além de 270 jogos sem sofrer
gol. No Grêmio, Victor tomava alguns gols estranhos, mas se consagrava
defendendo pênaltis, como Taffarel na seleção e no Inter.
A história
registra que o pênalti foi criado em 1892, mas a primeira cobrança só ocorreu
no ano seguinte. Desde então vem atormentando cobradores e goleiros. Tanto
assim que Nenén Prancha, o folclórico desportista carioca, teria cunhado a
célebre frase: “O pênalti é tão importante que deveria ser cobrado pelo presidente
do clube.”
De minha parte
prefiro a versão do Irani, um atacante alto, delgado e de chute forte, que
enfrentava com maestria os zagueirões malvados nos campos varzeanos do bairro
Petrópolis. Irani era exímio cobrador de pênaltis, a maioria que ele mesmo
sofria, e indagado sobre qual era a sua técnica, afirmava peremptório:-
- Simples,
miro no distintivo do goleiro e dou uma bicanca. Sempre dá certo.
Nada como a
simplicidade, não?!
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