sábado, 29 de junho de 2013

O pênalti

Fico com uma pena infinita desses jogadores que perdem pênaltis decisivos e passam carregar nas costas o peso da frustração de uma nação inteira, seja ela representada pela torcida de um time ou a população de um país.  Estou solidário ao italiano que desperdiçou o pênalti na quinta-feira e junto com a bola fora lá se foi a façanha de derrotar os campeões e favoritíssimos espanhóis.

Outro italiano, Baggio maculou sua carreira ao chutar nas alturas a cobrança que deu o tetra mundial ao Brasil, em 1994. O grande Zico também viveu seus piores momentos em uma Copa, a do México em 1986, ao perder um pênalti que poderia ter garantido a vitória contra a França e a passagem às semifinais. Mais tarde a França eliminaria o Brasil de Telê Santana...nos pênaltis!

Dinho e Arce, dois ícones do Grêmio que Luiz Felipe levou a decisão contra o Ajax em 1985, também vão carregar para a vida toda a imperícia e o desperdício dos pênaltis que impediram o tricolor de chegar a mais um titulo mundial.

Infames pênaltis que provocam frustrações e podem arruinar carreiras, mas benditos pênaltis que consagram goleiros, como Júlio César, recentemente contra o México, ou Rogério Ceni, que já defendeu 50 pênaltis e vale incluir Marcos que defendeu 45 pênaltis pelo Palmeiras, embora nada supere o russo Lev Yashin (1929-1990), o Aranha Negra, que somou 150 pênaltis defendidos, além de 270 jogos sem sofrer gol. No Grêmio, Victor tomava alguns gols estranhos, mas se consagrava defendendo pênaltis, como Taffarel na seleção e no Inter.

A história registra que o pênalti foi criado em 1892, mas a primeira cobrança só ocorreu no ano seguinte. Desde então vem atormentando cobradores e goleiros. Tanto assim que Nenén Prancha, o folclórico desportista carioca, teria cunhado a célebre frase: “O pênalti é tão importante que deveria ser cobrado pelo presidente do clube.”

De minha parte prefiro a versão do Irani, um atacante alto, delgado e de chute forte, que enfrentava com maestria os zagueirões malvados nos campos varzeanos do bairro Petrópolis. Irani era exímio cobrador de pênaltis, a maioria que ele mesmo sofria, e indagado sobre qual era a sua técnica, afirmava peremptório:-

-  Simples, miro no distintivo do goleiro e dou uma bicanca. Sempre dá certo.

Nada como a simplicidade, não?!



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