Mas meu grande orgulho foi ter jogado pelo menos duas vezes no gramado do histórico templo tricolor. A mais recente aconteceu na década de 80 quando o time do Esporte da Zero Hora enfrentou um time de funcionários e dirigentes gremistas. Não lembro o resultado, mas provavelmente perdemos porque essa era a sina de quem jogava com os times internos do Grêmio, uma vez que todas as partidas eram apitadas pelo funcionário Fogão, que sempre ajeitava o resultado para o dono da casa. Eu tinha a foto do time posado à antiga, antes do jogo, mas não consegui localizar.
Certa vez
seu Álvaro concedeu a honra ao aguerrido Grêmio Esportivo Tupy de disputar uma
pré-preliminar no Estádio Olímpico em um jogo do campeonato nacional de então,
o Roberto Gomes Pedrosa ( Robertão). O Olimpico ainda não era o Monumental, mas jogo principal era já um clássico - Grêmio x Palmeiras. A data: 19
de março de 1967.
A pré-preliminar começava ao meio dia, quando os primeiros
torcedores chegavam ao estádio e para nós do Tupy era decisão de Copa do
Mundo.O Olímpico era o grande estádio da cidade naqueles anos 60 (o Beira-Rio
foi inaugurado em 69) e o nosso adversário seria os infantos do Grêmio, algo como sub
17 de hoje. Imaginem o que isso significava de emoção para a gurizada de
Petrópolis.
O Luciano D' Alascio, nosso treinador, montou um time forte, recrutando alguns guris do colégio Anchieta, e estreávamos um terno de camisetas doado pelo São Paulo, sim o São Paulo do Morumbi, campeoníssimo brasileiro, mas essa história conto outra vez. Interessa saber que entramos em campo cheios de bossa, com este que vos fala na lateral-direita que os modernos chamam de ala.
Minha missão era marcar um ponteiro de cabelo foguinho, forte e veloz, que nas duas primeiras investidas passou por mim como se fosse um raio. Quase gol. Os tricolores haviam descoberto o caminho da roça: era o lado que me cabia defender. E lá se foram mais lançamentos para o foguinho até que, incentivado pelos companheiros, resolvi tomar uma atitude. No ataque seguinte, bola dividida, entrei pra rachar e derrubei o adversário. Mais um ataque e outro dos nossos deu uma entrada que jogou o cara na pista atlética. Em seguida fui substituído porque não ia agüentar muito tempo a pressão do atacante e também porque não tinha tamanho nem força física para enfrentá-lo. Sai debaixo de vaias, foi a glória!
A chinelagem é que nosso terno tinha apenas 11 camisetas e a troca era na beira do campo. Quem entrava jogava com a camisa suada do companheiro substituído, mas a emoção de jogar no templo tricolor compensava até o vexame.
Enquanto isso, torcida do Grêmio, já em bom número no Olímpico, vaiava e vaiava, pois o pau continuava comendo agora nos embates em outros setores do campo. A violência não resolveu muito porque acabamos perdendo por 2 x 1, nosso gol marcado por Cláudio, o Claudinho, que anos depois o Fogaça resgatou das ruas e levou para trabalhar na Prefeitura.
Fim de jogo no vestiário, satisfeitos por não termos levado uma goleada, comentávamos as principais incidências da partida, animadíssimos, quando o seu Álvaro entrou berrando:
- Selvagens! Vocês nunca mais vão pisar no Olímpico, seus animais.
O velho estava possesso com a violência praticada contra seus garotos e não parava de esbravejar. Até que dois ou três dos nossos, os mais fortes e menos civilizados, avançaram em direção a ele para fazer jus a selvageria da qual nos acusava. Seu Álvaro sentiu a barra e, com a pressa que a perna manca permitia, tratou de escapar, debaixo de vaias e desaforos. Estávamos vingados das vaias da torcida e das acusações do treinador. Para comemorar, fomos todos derrubar uma rodada de cervejas na primeira copa do estádio que encontramos aberta.
A escalação do Tupy no histórico jogo, uma clássica formação 4-4-2, conforme descobri nos meus alfarrábios: Piero; Flávio (Nelson), Felipe (Sombra), Geléia e Caio (Manta), Silvio e Pinguinho; Beto (Zé do Burro), Geada (Carlinhos), Cláudio e Alfredo (Caio). Hoje,o único contato que tenho e com frequência, é com o Piero – o gremistão Pierino da dona Tereza, irmão do Beto, já falecido e do Luciano, nosso técnico.
O Luciano D' Alascio, nosso treinador, montou um time forte, recrutando alguns guris do colégio Anchieta, e estreávamos um terno de camisetas doado pelo São Paulo, sim o São Paulo do Morumbi, campeoníssimo brasileiro, mas essa história conto outra vez. Interessa saber que entramos em campo cheios de bossa, com este que vos fala na lateral-direita que os modernos chamam de ala.
Minha missão era marcar um ponteiro de cabelo foguinho, forte e veloz, que nas duas primeiras investidas passou por mim como se fosse um raio. Quase gol. Os tricolores haviam descoberto o caminho da roça: era o lado que me cabia defender. E lá se foram mais lançamentos para o foguinho até que, incentivado pelos companheiros, resolvi tomar uma atitude. No ataque seguinte, bola dividida, entrei pra rachar e derrubei o adversário. Mais um ataque e outro dos nossos deu uma entrada que jogou o cara na pista atlética. Em seguida fui substituído porque não ia agüentar muito tempo a pressão do atacante e também porque não tinha tamanho nem força física para enfrentá-lo. Sai debaixo de vaias, foi a glória!
A chinelagem é que nosso terno tinha apenas 11 camisetas e a troca era na beira do campo. Quem entrava jogava com a camisa suada do companheiro substituído, mas a emoção de jogar no templo tricolor compensava até o vexame.
Enquanto isso, torcida do Grêmio, já em bom número no Olímpico, vaiava e vaiava, pois o pau continuava comendo agora nos embates em outros setores do campo. A violência não resolveu muito porque acabamos perdendo por 2 x 1, nosso gol marcado por Cláudio, o Claudinho, que anos depois o Fogaça resgatou das ruas e levou para trabalhar na Prefeitura.
Fim de jogo no vestiário, satisfeitos por não termos levado uma goleada, comentávamos as principais incidências da partida, animadíssimos, quando o seu Álvaro entrou berrando:
- Selvagens! Vocês nunca mais vão pisar no Olímpico, seus animais.
O velho estava possesso com a violência praticada contra seus garotos e não parava de esbravejar. Até que dois ou três dos nossos, os mais fortes e menos civilizados, avançaram em direção a ele para fazer jus a selvageria da qual nos acusava. Seu Álvaro sentiu a barra e, com a pressa que a perna manca permitia, tratou de escapar, debaixo de vaias e desaforos. Estávamos vingados das vaias da torcida e das acusações do treinador. Para comemorar, fomos todos derrubar uma rodada de cervejas na primeira copa do estádio que encontramos aberta.
A escalação do Tupy no histórico jogo, uma clássica formação 4-4-2, conforme descobri nos meus alfarrábios: Piero; Flávio (Nelson), Felipe (Sombra), Geléia e Caio (Manta), Silvio e Pinguinho; Beto (Zé do Burro), Geada (Carlinhos), Cláudio e Alfredo (Caio). Hoje,o único contato que tenho e com frequência, é com o Piero – o gremistão Pierino da dona Tereza, irmão do Beto, já falecido e do Luciano, nosso técnico.
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