Houve um tempo em que a informação de quem seria a garota da capa da Playboy era tão esperada como o anúncio dos planos econômicos para conter a inflação . Talvez houvesse relação de causa e efeito entre as duas situações, uma impactando fortemente no nosso bolso e o outra compensando com verdadeiros colírios para nossos olhos e provocações para a nossa libido. Ou, no popular, éramos cravados de um lado, mas do outro... Bem, esse negócio de um lado e de outro está me atrapalhando, mas vocês entenderam, né?!
Outro dia um bandalho me mandou por email uma verdadeira relíquia daqueles tempos: ensaios para a Playboy das musas de então – entre outras, Cláudia Raia, Sônia Braga, Sanda Bréa, Vera Fischer, Monique Evans, todas gatíssimas no auge, a eterna Luiza Brunet, a agora pudica Xuxa, sem contar as antológicas fotos de Cláudia Ohana com aquela floresta amazônica de pelos pubianos. Grandes mulheres, bons tempos, outros tempos.
Agora, mais ainda, o photoshop transforma qualquer magrela em beldade
gostosona (até mesmo bichinhos da goiaba, como a Lucélia Santos e a
Hortência) e, além disso, tenho a impressão de que o foco mudou de uns tempos
para cá: os corpinhos mais requisitados são os das brothers do BBB ou
de celebridades de ocasião, como a gandula carioca ou uma eventual
musa de CPI. Sim, musas de CPIs. É que a corrupção não tem freio neste país e o número de CPIs cresce quase na mesma proporção.
A cada uma delas corresponde uma musa, que ganha status instantâneo de
celebridade, tanto quanto o presidente da comissão, o relator, o corruptor principal e o mais agressivo dos inquiridores. Do
pinga-fogo da comissão aos holofotes da revista é um passo, basta ser um pouco
ajeitadinha e querer faturar uns trocados, muitas vezes nem tão trocados.
A primeira das musas de CPIs teria
sido Tereza Collor, cunhada do presidente Collor – como se sabe foi o irmão do
presidente e marido de Tereza quem começou a detonar o mandato de Collor. Deu
no que deu. Só que Tereza não se atreveu a posar nua e nem se sabe se foi
convidada.
Diferente dela, outras musas de CPI não resistiram à fama de pelo menos uma edição.
E nem eram tão musas como a alagoana, se bem que mais encorpadas, como Camila
Amaral eleita musa da CPI dos Correios, ela que nada tinha a ver com o caso,
era somente assessora de imprensa da então senadora Ideli Salvati e figurou bem
despida na edição de outubro de 2005. Podia ser pior: imagina se convidam a Ideli e
ela topa...
A classe dos jornalistas também esteve bem representada por Mônica
Veloso, apresentadora de TV e namorada de Renan Calheiros nas horas vagas.
Ela acabou sendo testemunha chave contra
o figurão num escândalo que “abalou a República” como estampou a Playboy de
outubro de 2007, com a moça na capa, de costas, despindo a calcinha.Mônica Veloso: fotos nada republicanas
E teve ainda o caso da “quase musa da CPI”, Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Marcos Valério, aquele do Mensalão, que pediu R$ 2 milhões à Playboy . A revista recusou depois que um jornal mostrou-a na primeira página, ruiva contra o fundo laranja, pálida, maquilada com mau gosto, vestindo um sutiã de oncinha e sorrindo insinuante cafonice para a câmera. Nem o photoshop resolveria.
Agora chegamos a mais uma CPI, a do Cachoeira, e não demorou muito a
surgir a escolhida para o trono de musa. O nome dela é Andressa
Mendonça, 30 anos, dona de uma loja de
roupas íntimas em Goiânia e mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Loura, olhos claros, corpinho violão e um certo ar de ingenuidade, Andressa foi
o único assunto quente na CPMI no dia do depoimento do contraventor. Em
seguida surgiu a informação de que teria sido convidada para posar nua para a
Playboy. Ela garantiu, porem, que não vai nos dar essa chance. É uma lástima
porque a moça parece ter atributos estéticos que merecem ser socializados.Além disso,
fico imaginando o ensaio - certamente
tendo como cenário uma cachoeira - e a chamada de capa, coisas do tipo “Andressa
revela tudo sobre as visitas íntimas na cela da Papuda”, ou “Cachoeira nada
fala, mas Andressa mostra tudo”.
Aceitam-se sugestões. (Esse Thomas Bastos é um gênio em desviar as
atenções!).
Pra
falar a verdade, nem sei porque estou tratando desse assunto, eis que,
pessoalmente, nunca me interessei muito pelas peladonas maravilhosas,
deslumbrantesm e desejáveis da Playboy.
Sempre dei preferência para as entrevistas, as reportagens especiais e as
piadas da última página...
* Sugestão de Edson Chaves, o Chavinho.
As entrevistas claro. As melhores, a despir o melhor, o mais sensível, o âmago de seus íntimos...
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