domingo, 24 de abril de 2011

Modestas, mas sinceras, sugestões aos legisladores

Meu bom e talentoso amigo David Coimbra aproveitou o gancho da lei do deputado Carrion proibindo o uso de estrangeirismos e publicou um texto irônico e divertido na ZH de sexta, 22/04. Em “Idéias para ganhar seu voto”, David propõe dez projetos proibitivos, que ele entende serem de interesse da coletividade. Entre os projetos, a proibição de bares e restaurantes servirem chope ou cerveja quente, que apoio integralmente, como também apoio e assino embaixo para o impedimento das mulheres não usarem," nunca mais!, calças sem fundilhos, as famigeradas (asc!) saruel”.

Com uma ou outra emenda firmaria junto com o David todas as proposições e, modestamente, me arrisco até mesmo a sugerir algumas vedações mais, a bem da moral e dos bons costumes e, por que não, em prol da preservação da civilização cristã-ocidental, tão fragilizada nesses tempos modernos.

Pediria aos nossos legisladores, por exemplo, a proibição dos rapazes desfilarem em bares, restaurantes e shoppings, com camisas de futebol na companhia de suas lindas parceiras, todas muito fashions. A pena seria perder a parceira para o primeiro chinelão que aparecesse. Chinelagem por chinelagem...

Ao deputado Carrion sugeriria estender a abrangência de sua lei de forma a proibir os inícios de conversas com “veja bem”, “olha só” e “então”. Tudo pelo fim da enrolação, uma boa causa, sem dúvida. Pena: assistir a todas as sessões plenárias da Assembléia Legislativa, com o atenuante de acompanhar pela TV após 15 dias de correição.

Vou procurar um legislador corajoso para propor uma severa intervenção no Facebook, retomando a campanha contra os “hahahaha”, os “rsrsrsrsrs”, os “kkkkkkk” na rede, com um artigo proibindo também os “lindoooo”, os “ameeeiii”, os “mazzzaaa” que infestam os diálogos e empobrecem o vocabulário. Pena: assistir toda a série de programas Soletrando até aprender a escrever corretamente.

Ainda em relação ao comportamento no FB, daria um jeito de proibirem o envio de corações patrióticos ou amorosos, das boas vibrações não solicitadas e daquelas perguntas idiotas sobre a intimidade da gente. Pena para quem desrespeitar a proibição: um mês de bloqueio na rede e, na reincidência, degredo para a Líbia ou a Costa do Marfim.

Por fim, voltaria a propor a Lei do Desarmamento dos Espíritos para fazer frente às palavras e gestos belicosos, que podem não ser tão letais como as armas verdadeiras, mas ferem igualmente e também deixam cicatrizes. Os infratores são normalmente reincidentes e para eles só existe uma pena: a indiferença.

Aceitam-se adesões às nobres causas.

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