domingo, 21 de novembro de 2010

Agruras de estudante

Ao invés de envelhecer com dignidade, como tenho recomendado aos meus iguais de faixa etária, decidi enfrentar um MBA em Jornalismo Empresarial e passei a penar com aulas as sextas e sábados, a cada duas semanas. A turma tem uma predominância de meninas, todas muito bonitas e inteligentes e com as idades das minhas filhas... O naipe masculino é integrado por quatro bravos e, tirante nosso fotógrafo oficial Poti, também são bem mais jovens do que eu.

Apesar dessas diferenças, a convivência tem sido harmoniosa e respeitosa, tanto assim que ninguém ainda me chamou de Tio, nem de Vô. Com isso, me renovo a cada encontro, ainda mais que os professores selecionados são mestres inspiradores. Mas confesso que a jornada em busca de conhecimento não tem sido fácil.

Tudo começa na sexta-feira à noite, quando o desgaste do cotidiano semanal está no ápice. Aí a solução é ligar o piloto automático e ir em frente. Nos sábado, o suplício reinicia às 8h30, mas se não houve uma rodada de chopp na noite anterior, dá para agüentar. O problema é o turno da tarde, especialmente a arrancada depois do almoço. De repente, vem aquele soninho invencível e passo por enormes dificuldades para não sucumbir, porque, estudante aplicado que sou, escolhi sentar nas primeiras filas, cara a cara com o professor.

E tem ainda as muitas leituras extraclasse, textos que exigem muita atenção, e os trabalhos de cada disciplina – não dá para enrolar, o trabalho tem que ter qualidade. Enrolação mesmo só quando os questionamentos são muito complexos frente aos meus modestos conhecimentos. Nestes casos, busco um olhar arguto, mão no queixo, pose de quem está refletindo e, se necessário, emendo um “veja bem”.

Ainda falta um ano para a conclusão do curso e vou precisar de muita determinação para chegar lá. Conto para isso com a paciência dos professores e o apoio dos colegas, mas não custa fazer um apelo maior: dai-me forças, ó Senhor!

5 comentários:

  1. Muito bom, Flávio. Entre uma "veja bem", uma foto, uma soneca e sabe-se lá o que mais haveremos de vivenciar, vamos tocando o curso, parceiro.

    ResponderExcluir
  2. Flávio, estamos juntos nesta barca. Posso te confessar que para mim é um privilégio ter tu e o Poti como colegas de classe. Se não fosse o curso, poderia interagir com vocês apenas em um ambiente de trabalho, o que não é a mesma coisa que em uma sala de aula.

    Estou no meio do caminho, entre os mais novos e os mais "maduros", e neste percurso busco o meu próprio caminho na profissão.

    Teu texto me fez refletir sobre muitas coisas e foi uma inspiradora leitura para um início de semana. Obrigado.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado eu pela convivência e a troca de idéias e de experiências. Isso mas do compensa todo o resto.

    ResponderExcluir
  4. Flávio, acho que a convivência entre as diferentes faixas etárias é que torna o curso ainda mais interessante! Que bom que você é meu colega =)

    ResponderExcluir