segunda-feira, 18 de julho de 2022

Livros, livros, livros

*Publicado nesta data em coletiva.net

Fico bem faceiro quando um companheiro de outras jornadas se aventura a publicar um livro. O público leitor é escasso, a concorrência com autores consagrados é desigual, a edição e impressão exige investimento,  a distribuição do livro é complicada e onerosa, mas observo cada vez mais gente vencendo as barreiras e  publicando seus escritos. Mais do que autores zelosos com as suas obras, criou-se uma geração de reféns da necessidade de colocar idéias, emoções, enredos, cenários e personagens em forma escrita.  É isso, afinal, o que nos move.

Por isso, saúdo a chegada ao mercado dos livros dos jornalistas Júlio Sortica, Ronaldo Sant’Anna e Nelson Adams Filho.  Sortica, companheiro da editoria de Esportes da Zero Hora nos anos 1980, lança  dia 25 seu primeiro livro individual, Pra Doer, revelando-se um promissor poeta, com a apresentação de 76 poemas, sendo quatro em inglês e dois em espanhol, além de crônicas e outros textos literários. Pelo que observo, temos escassas publicações de poesias e a obra do Sortica vem suprir essa lacuna. O lançamento no Chalé da Praça XV coincide com o aniversário do autor e o Dia Nacional do Escritor. Vou marcar presença.

Já o Ronaldo Sant’Anna, que além de jornalista é cineasta e professor universitário (Unisul, de SC) apresenta uma ficção em cima do resgate de  um episódio esportivo que recém completou 50 anos (“Foi casualidade”, esclarece): o jogo entre as seleções gaúcha e brasileira, promovido no Beira-Rio para compensar a ausência de Everaldo, tricampeão no México em 1970, na convocação de Zagallo para o Torneio do Sesquicentenário da Independência. No livro O Dia em que o Rio Grande se Separou do Brasil, um grupo de estudantes universitários se envolve na luta armada contra a ditadura e planeja uma ação durante o jogo, que mexeu com os brios gaúchos e criou um clima tenso antes, durante e depois do encontro esportivo – empate em 3 x 3. Aguardo a vinda do Ronaldo a Porto Alegre para adquirir meu exemplar.

A propósito, aguardo também a prometida cortesia do Márcio Pinheiro do livro-depoimento do Fernando Ernesto Correa, O Lobista – Negócios, política e jornalismo. Tem cada história, cada revelação!

O resgate histórico A Independência dó Brasil pelas províncias de Santa Catarina e São Pedro do Sul é o tema do livro do  jornalista e historiador Nelson Adams Filho, lançado no sábado passado. Por conta de um compromisso familiar, fiquei devendo a presença na Martins Livreiro, onde o Nelson comparece regularmente para ancorar os eventos ali realizados, abandonando seu exílio em Torres. O livro é lastreado em pesquisa documental, que destaca o papel dos maçons no movimento da independência, os temores do príncipe dom Pedro I com a separação de Portugal e adesão tardia, mas importante, de José Bonifácio de Andrade à causa de separatista.  Particularmente gosto da temática e vou me entregar a ela muito em breve.

Ardilosamente trato das publicações dos amigos como gancho para falar de dois livros em que tenho participação e que serão lançados em seguida. Na segunda quinzena de agosto sai do forno o primeiro: G.E. Tupi – Sonho de Guris & e outras histórias de Petrópolis, que divido com meus amigos Piero D’Alascio e Léo Ustarroz, sobre um time de gurizada formado nos anos 1960 e o ambiente do bairro naquele período. Com mais gente divido o DezMiolados 4. Um saga criada pelo editor Auber Lopes de Almeida, que reúne a cada edição 10 cronistas e já lançou muita gente boa. Ainda sem data para ser lançado, mas já me arrisco a resgatar o velho chavão: reina grande expectativa. Por enquanto, é só teaser. 

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