*Publicado nesta data em coletiva.net
Fico bem faceiro quando
um companheiro de outras jornadas se aventura a publicar um livro. O público
leitor é escasso, a concorrência com autores consagrados é desigual, a edição e
impressão exige investimento, a
distribuição do livro é complicada e onerosa, mas observo cada vez mais gente
vencendo as barreiras e publicando seus
escritos. Mais do que autores zelosos com as suas obras,
criou-se uma geração de reféns da necessidade de colocar idéias, emoções,
enredos, cenários e personagens em forma escrita. É isso, afinal, o
que nos move.
Por isso, saúdo a
chegada ao mercado dos livros dos jornalistas Júlio Sortica, Ronaldo Sant’Anna
e Nelson Adams Filho. Sortica,
companheiro da editoria de Esportes da Zero Hora nos anos 1980, lança dia 25 seu primeiro livro individual, Pra
Doer, revelando-se um promissor poeta, com a apresentação de 76 poemas, sendo
quatro em inglês e dois em espanhol, além de crônicas e outros textos
literários. Pelo que observo, temos escassas publicações de poesias e a obra do
Sortica vem suprir essa lacuna. O lançamento no Chalé da Praça XV coincide com
o aniversário do autor e o Dia Nacional do Escritor. Vou marcar presença.
Já o Ronaldo Sant’Anna,
que além de jornalista é cineasta e professor universitário (Unisul, de SC)
apresenta uma ficção em cima do resgate de um episódio esportivo que recém completou 50
anos (“Foi casualidade”, esclarece): o jogo entre as seleções gaúcha e
brasileira, promovido no Beira-Rio para compensar a ausência de Everaldo,
tricampeão no México em 1970, na convocação de Zagallo para o Torneio do Sesquicentenário
da Independência. No livro O Dia em que o Rio Grande se Separou do Brasil, um
grupo de estudantes universitários se envolve na luta armada contra a ditadura
e planeja uma ação durante o jogo, que mexeu com os brios gaúchos e criou um
clima tenso antes, durante e depois do encontro esportivo – empate em 3 x 3.
Aguardo a vinda do Ronaldo a Porto Alegre para adquirir meu exemplar.
A propósito, aguardo
também a prometida cortesia do Márcio Pinheiro do livro-depoimento do Fernando
Ernesto Correa, O Lobista – Negócios, política e jornalismo. Tem cada história,
cada revelação!
O resgate histórico A
Independência dó Brasil pelas províncias de Santa Catarina e São Pedro do Sul é
o tema do livro do jornalista e
historiador Nelson Adams Filho, lançado no sábado passado. Por conta de um compromisso
familiar, fiquei devendo a presença na Martins Livreiro, onde o Nelson
comparece regularmente para ancorar os eventos ali realizados, abandonando seu
exílio em Torres. O livro é lastreado em pesquisa documental, que destaca o
papel dos maçons no movimento da independência, os temores do príncipe dom
Pedro I com a separação de Portugal e adesão tardia, mas importante, de José
Bonifácio de Andrade à causa de separatista. Particularmente gosto da temática e vou me
entregar a ela muito em breve.
Ardilosamente trato das publicações dos amigos como gancho para falar de dois livros em que tenho participação e que serão lançados em seguida. Na segunda quinzena de agosto sai do forno o primeiro: G.E. Tupi – Sonho de Guris & e outras histórias de Petrópolis, que divido com meus amigos Piero D’Alascio e Léo Ustarroz, sobre um time de gurizada formado nos anos 1960 e o ambiente do bairro naquele período. Com mais gente divido o DezMiolados 4. Um saga criada pelo editor Auber Lopes de Almeida, que reúne a cada edição 10 cronistas e já lançou muita gente boa. Ainda sem data para ser lançado, mas já me arrisco a resgatar o velho chavão: reina grande expectativa. Por enquanto, é só teaser.
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