*Inspirado mais ou menos na vida real
Ao acordar, depois de uma noite de sonhos com
Alexia, o professor se sentia feliz com o que acontecera à noite e parecia
exausto pela mesma razão. Começara com um beijo roubado, mas logo consentido,
preliminar do que viria depois, luxuria completa, contato pecaminoso, lascívia,
volúpia, libertinagem, e lá se foi o professor a emendar, em pensamento,
sinônimos para a intensa relação mantida com sua amada. Ele não conseguia se
livrar da mania pedagógica de diversificar todos os acontecimentos com variados
significados.
Não era a primeira vez que transara com Alexia em sonhos e sempre tinha sido uma
experiência inesquecível. Desta vez o que desencadeara as intimidades
fantasiosas fora uma frase pronunciada quando ele fez um elogio às habilidades
dela no empacotamento em meio aquelas imagens confusas que os sonhos registram.
- Sei fazer coisas que o senhor nem imagina!
Ato seguinte ele trouxe a moça para junto de si, beijou-a com sofreguidão e
foi correspondido. Adalberto era capaz de lembrar cada ato da sequência do sono
luxuriante, mas aquela frase martelava na sua mente, para não ser esquecida
jamais:
- Sei fazer coisas que o senhor nem imagina!,
- Uau, se em sonho é assim, imagina ao vivo,- se
flagrou falando em voz alta, após os pensamentos libidinosos.
O dia foi de desassossego pela lembrança, a cada
momento, do sonho com Alexia. Ansioso por revê-la ao vivo, no final da tarde
escapou até o supermercado. Para surpresa dele, ela não estava atendendo na
caixa, mas como empacotadora. Ao notar a surpresa do professor, antecipou-se a
qualquer questionamento:
- Depois eu explico pro senhor.
Mesmo na nova função, inferior à de atendente de
caixa pelo menos na hierarquia do supermercado, ela se portava com garbo e
charme no manuseio dos produtos. E ele não conteve o elogio.
- Tu és muito
habilidosa, garota!
- Sei fazer coisas que o senhor nem imagina,- foi a
resposta dela, só para ele ouvir.
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