sexta-feira, 21 de maio de 2021

Folhetim - A moça do supermercado - Capítulo 11

 * Vagamente inspirado na vida real.

Ao chegarem na casa de Alexia, após a carona sugerida por ela, foram surpreendidos com a presença do seu Monteiro e do motorista-segurança, que atendia  pelo nome Carlão. Mecenas suburbano da família, especialmente da mamis Suellen, o bicheiro  decadente questionou o professor, enquanto mostrava uma arma na cintura e esperava a aproximação  de Carlão, com seu olhar faiscante e corpanzil de armário.

- Cidadão, quais são suas intenções com a Su e a menina?

A primeira coisa que veio à mente de Adalbertinho foi correr para o carro e sair em disparada dali, mas estaqueou  e só conseguiu dizer.

- Eu posso explicar, eu posso explicar!

A voz saiu mais firme do que o medo que estava sentindo permitiria. Com isso ficou animado e fortalecido para  fazer frente à dupla ameaçadora.

- Olha aqui, sou amigo da Alexia, lá do supermercado onde faço minhas compras, e só frequentei a casa à  convite  da dona Suellen,-  fez questão de realçar um dona respeitoso.

- A Su convidou? Como assim?

O diálogo que se seguiu contrapôs o desconfiado e ameaçador  Armando a um seguro e convincente professor. “Nada como a  experiência de enfrentar os marmanjos das escolas públicas para uma situação como essa”,  reconheceu o mestre em pensamento, mas pisando em ovos no enfrentamento.

-  Cidadão, estamos de olho, muito respeito por aqui,- Armando encerrou a conversa e, maneando a cabeça, convocou Carlão para partirem.

- Puxa não sabia que o senhor era tão corajoso. Todo o mundo aqui tem medo do seu Armando e do tal Carlão,- comemorou Alexia.

Ponto para o Adalbertinho.

Ele não aceitou, entretanto, o convite de Alexia  para entrarem na casa, onde seria  servido um café. Tinha lá seus motivos: a lembrança  do café da mamis era de um liquido fraco e morno e, mais importante ainda, não queria provocar o seu Armando em mais uma visita naquele que o bicheiro considerava seu domínio exclusivo. Mais aliviado depois do embate na frente da casa, apenas combinou que encontraria a moça no  dia seguinte, no  supermercado.

- A mamis disse que queria tanto que o senhor nos visitasse de novo,- relevou a garota na visita dele, enquanto mostrava suas habilidades manuais  como empacotadora.

- De novo nisso dai?,- interpelou o professor.

- Se o senhor  me der uma carona eu conto o quê que houve,- sugeriu ela e desta vez pareceu oferecida.

(continua)

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