sábado, 17 de abril de 2021

Folhetim - A moça do supermercado - Capítulo 7

 * Mais ou menos baseado em fatos reais

O professor não resistiu ao convite da mãe da moça do supermercado para um café, acompanhado de bolo de milho, enquanto Alexia tomaria um banho quente e se produziria para o aniversário da amiga Valdirene, a Val.

O café estava fraco e morno e o bolo de milho muito farelento, mas essas pequenas frustrações foram compensadas quando Alexia surgiu pronta para a festa. Estava mais do que deslumbrante. Estava desejável numa mini saia que imitava couro, botinhas da moda e uma blusa clara, de alcinhas, que, a exemplo da mãe, deixava à mostra a parte superior dos seios. Ali aparecia em destaque a palavra Meraki   tatuada em letra cursiva. O professor  sabia o significado daquela palavra grega: paixão. Ficou surpreso que ela, a palavra, aparecesse sobre seios de pouca erudição. Foi então que ele observou a mesma tatuagem sobre os seios da mãe, o que chamou a atenção da jovem senhora:

 

- Vi que o senhor ficou curioso com as tatuagens. Temos outras em comum, como uma Sereia e outras que não posso revelar nem o desenho nem o local,- acrescentou ela, com um risinho maroto, numa fala  que ele não sabia como interpretar.

“Seria alguma insinuação, algum dica de futuro”, pensou, mas desviou os maus pensamentos e ofereceu-se para levar a sua musa, produzida e cheirosa, até a festa da Val. Aí poderia desfrutar  de mais tempo da companhia de Alexia. Despediu-se da mãe de forma cerimoniosa -  “Foi uma  satisfação conhecê-la, minha senhora”,  Até pensou em usar prazer em vez de satisfação, mas achou que poderia ser mal interpretado.

 Na real, estava focado na nova carona à garota. O trajeto foi curto, preenchido na quase totalidade pela tagarelice de Alexia. Mas houve revelações importantes na conversa:

- Vou contar um segredo pro senhor, mas não comenta com ninguém, tá? Aqueles peitos  da mamis tem silicone ali. Foi um presente do  seu Armando, um amigo dela. Ele  está  seguido lá  em casa, nos ajuda muito. As veiz eu penso que ele é como um pai pra mim, o seu Armando, um pai que eu não tive. Foi ele também que pagou este aparelho para os meus dentes.

Opa, havia concorrência no pedaço, e concorrência forte pela afetividade da  moça. Só esperava que as intenções fossem diversas e que as atenções e ações  do tal Armando estivessem direcionadas para Suellen, a mamis.  Quem sabe no futuro até pudessem formar dois casais, com atividades em comum, churrascadas dominicais e jantares em bons restaurantes ou mesmo na Pizzaria do Bob, aquela da “melhor pizza do pedaço”,  para mostrar ao motoboy andrajoso quem tinha levado a melhor? Suellen e Armando, Adalbertinho e Alexia, que tal? Pensou lá consigo: ”Dava até para formar uma banda, Três A e um S ou  AAAS”.

O pensamento boboca foi interrompido pouco antes de  chegarem na casa de Val, quando Alexia pediu para descer uma quadra antes,

- Vão pensar que eu sou criança, chegando na festa com uma pessoa mais velha.

Aquele “pessoa mais velha” doeu muito, mas houve compensação, um beijo de agradecimento, de amigos, no rosto, deixando um rastro de emoção e perfume.

O professor acreditou que havia avançado um pouquinho mais nos seus objetivos.

(continua)

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