Nestes tempos de operações quase diárias da PF e de
delações aperreadas, todo o cuidado é pouco.
Quem é do ramo da construção civil ou que tem alguma afinidade com os
malfeitos que o juiz Moro e sua equipe investigam sabe bem disso e, por
consequência, como se comportar sem ostentação.
O
temor chegou a tal ponto que conhecido empresário ficou em pânico ao observar
um helicóptero se aproximando da sua casa na praia, num condomínio classe A do litoral gaúcho. Ele preparava na
churrasqueira do pátio um assado com as melhores carnes disponíveis no mercado
e aquele helicóptero cada vez mais perto, atucanando o pobre homem.
-
É o Japonês chegando -, pensou com seus espetos.
Imediatamente
gritou para a mulher:
-
Amor, traz logo aquelas costelas que vou trocar pelos grelhados para não dar na
vista, mas traz logo e os pãezinhos e os salsichões também, pelo amor de Deus. Vou fazer um churrasco de pobre.
Não
fiquei sabendo se o churrasqueiro conseguiu iludir os ocupantes do aparelho com
a troca dos cortes de carne, afetando um despossuimento que não condizia com a realidade, até porque
o helicóptero devia estar a serviço de outra missão, menos investigativa.
Quem
me relatou o episódio jura que foi assim mesmo que aconteceu e que o envolvido
não guardava qualquer relação com a Lava Jato.
Foi aí que pensei cá comigo: quem não deve não teme. E fiquei imaginando um nome para a operação
da PF, se fosse o caso, algo como Grelha Quente ou Espetada Litorânea, mas
poderia ser também Operação Salchipão.
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