sábado, 26 de março de 2016

Operação Salchipão

Nestes tempos de operações quase diárias da PF e de delações aperreadas, todo o cuidado é pouco.  Quem é do ramo da construção civil ou que tem alguma afinidade com os malfeitos que o juiz Moro e sua equipe investigam sabe bem disso e, por consequência, como se comportar sem ostentação.

O temor chegou a tal ponto que conhecido empresário ficou em pânico ao observar um helicóptero se aproximando da sua casa na praia, num condomínio classe A  do litoral gaúcho. Ele preparava na churrasqueira do pátio um assado com as melhores carnes disponíveis no mercado e aquele helicóptero cada vez mais perto, atucanando o pobre homem.

- É o Japonês chegando -, pensou com seus espetos.

Imediatamente gritou para a mulher:

- Amor, traz logo aquelas costelas que vou trocar pelos grelhados para não dar na vista, mas traz logo e os pãezinhos e os salsichões também, pelo amor de Deus.  Vou fazer um churrasco de pobre.

Não fiquei sabendo se o churrasqueiro conseguiu iludir os ocupantes do aparelho com a troca dos cortes de carne, afetando um despossuimento  que não condizia com a realidade, até porque o helicóptero devia estar a serviço de outra missão, menos investigativa.

Quem me relatou o episódio jura que foi assim mesmo que aconteceu e que o envolvido não guardava qualquer relação com a Lava Jato.  Foi aí que pensei cá comigo: quem não deve não teme.  E fiquei imaginando um nome para a operação da PF, se fosse o caso, algo como Grelha Quente ou Espetada Litorânea, mas poderia ser também Operação Salchipão.


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