Criança não mente, por isso é um perigo. Foi a conclusão a que chegou meu amigo
Gunther ao saber do ocorrido com um parceiro da chamada Grande Agronomia. O sujeito resolveu levar o filho, um piá de
seus 7, 8 anos , na festa de fim de ano da firma. O pai, exibido como só ele, apresentava o
guri para todo mundo, especialmente às chefias, certo de que estava
agradando. Até que, reunido com o grupo
dos companheiros mais chegados, decidiu questionar o menino e por a prova o
quanto constituíam um lar feliz.
- Conta ai pro pessoal com quem é que a mamãe fica
quando o papai não está em casa, - perguntou, levantando a bola para que o filho
respondesse algo do tipo “é comigo, papai”.
Mas o guri parece que não entendeu a tabelinha do
pai e naquela ingenuidade da infância saiu se com esta resposta:
- Quando o papai não está em casa, a mamãe fica com
o Dindo. Mas daí eu vejo pouco porque daí eles ficam todo o tempo no quarto e daí eles
me mandam jogar bola com os amiguimhos..
Não precisa dizer que acabou ali a festa para os
dois. Gunther conta também que não foi preciso uma comissão de inquérito para a
senhora confessar que, sim, se
refestelava frequentemente com o Dindo,
um simpático e espadaúdo vizinho,
escolhido a dedo pelo próprio pai,
com a aprovação entusiasmada da mãe,
para a nobre missão de apadrinhar o menino.
Vida que segue, o Dindo mudou de cidade, o casal se
recompôs, a traição foi perdoada, mas como nas antigas histórias em que o sofá
levava as culpas e era retirado da sala, o menino nunca mais frequentou as mesmas festas do pai, além de receber uma
missão especial:
- Meu filho, fica de olho na rapaziada da
vizinhança.
Ao saber do desfecho, Gunther não se conteve:
- Certas coisas só acontecem na Grande Agronomia.
Que sina!
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