Não lembro quando e como começou a brincadeira, mas a verdade é que atualmente a República (ou
Reino?) de Bulhufas é uma realidade e não uma abstração. Os mais altos
interesses desse país, que tem o tamanho da nossa imaginação, são articulados
por um grupo de intelectuais, jornalistas, publicitários, servidores públicos,
reunidos numa tal de Confraria do Cachorro Quente.
A confraria já aceita – de muito bom grado – reforços
do naipe feminino, um contingente constituído especialmente de esposas e
companheiras que vem controlar o que seus inconfiáveis entes queridos “ estão fazendo
sei lá o que nos tais encontros...”. Mas
o que une a todos, de verdade, é a campanha em prol da eleição do nosso líder,
o publicitário, signatário e nunca autoritário Paulo Motta à presidência de
Bulhufas.
A campanha
ganha corpo no Facebook (em Bulhufas vai
ganhar outro nome Facebulhufa) sob o slogan “Paulo Motta, o homem que entende
Bulhufas” e tem se prestado a rimas ricas e pobres com o sufixo “ota”. Nosso líder, embora o passado um tanto
obscuro aqui e ali, é homem de palavra e prometeu que cada um dos confrades
ganhará seu Ministério. São mais de 300 Ministérios para distribuir e faltará gente
para ocupar tantos cargos, por isso seremos obrigados a importar ministros dos países
vizinhos – Uruguai , Rio Grande do Sul e Brasil; Argentina fora.
Resta uma questão em aberto: Bulhufas será mesmo uma República ou um
Reino? Nosso líder desconversa sobre o assunto, mas nos bastidores maneja para
virar rei, dando início à dinastia dos Motta. Se não vingar tal projeto pensa
em se candidatar à Papa sob o nome de Gaúcho Primeiro, um tributo aos
colonizadores de Bulhufas.
Brincadeiras à parte, minha tese – como vocês sabem,
adoro uma tese - é que Bulhufas nada
mais é que uma projeção bem humorada daquele desejo que a maioria de nós
cultiva, consciente ou inconscientemente, de resgatarmos a República de
Piratini, desfazendo nossa parceria tão desigual com o Brasil. Esse irredentismo aflora com força no 20 de
Setembro e só não vai adiante por absoluta inviabilidade. O que resta, então, é cultuar os chamados ideais farroupilha de
igualdade, liberdade e fraternidade. Se
for feito com bom humor, como em Bulhufas, melhor ainda.
Agora, se me permitem, parafraseando os gaúchos,”
ah, eu sou Bulhufas”.
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