Gostaria de ter acesso a ela para saber das suas
motivações. A imprudência teria sido o
resultado radical de uma desilusão amorosa, tentativa de suicídio, fim de uma balada pra lá de Marrakech, estava
apertada para ir ao banheiro, enfim, como explicar uma maluquice dessas? A mídia
que cobre tais fatos fica a dever um perfil mais detalhado desse pessoal.
Confesso que sou meio desorientado no trânsito e
cometo, volta a meia, algumas barbeiragens como trafegar na
contramão na zona urbana, em trechos curtos,é bem verdade. Mas dai a sair estrada a fora pela esquerda, jamais. O que me impressiona é o grande número de motoras
que tem desafiado toda a qualquer noção de segurança e bom senso dirigindo na contramão,
sempre em estradas movimentadas, quase
sempre em alta velocidade e invariavelmente em estado que deixa os bafômetros
todo eriçados.
A triste constatação é que agora ampliou-se o perfil dos transgressores,
antes jovens em busca de novas emoções, hoje senhores e senhoras que estariam
acima de qualquer suspeita. Retomo o
questionamento: o que está por trás da
maluquice?
Talvez seja um compartilhamento com o poeta Drummond e seu verso (“Vai, Carlos! ser gauche
na vida”) ou um tributo ao sertanejo universitário de Paula Fernandes ( “Fui
capaz de abrir mão do meu rumo/Pra seguir na tua direção/Foi você quem errou o
caminho/E andou na minha contramão”). Na real, não tem justificativa poética ou
musical que sustente ir ao encontro do perigo, talvez mortal. Ainda sou mais o
aviso do Maluco Beleza:” Eu já estou calejado/Não quero mais andar na contramão”.
Vale para o trânsito e para a vida.
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