segunda-feira, 13 de maio de 2013

A pior profissão do mundo


Não existe pior profissão do que técnico de futebol.  É mais estressante do que controlador de vôo, mais exigente do que operador de bolsa de valores, mais vulnerável  do que policial em ação, mais preocupante do que médico de UTI. Cada um na sua função está sempre se deparando com situações limites e tem que estar preparado para reagir a elas.  O treinador de futebol vive isso a cada jogo, quando sua capacidade é avaliada e julgada, e ainda tem que lidar com o emocional do esporte que sempre se sobressai sobre o racional.

A rotina deste profissional é feita de imposição diária de sua liderança sobre o bando de primas-donas que são os jogadores de futebol, um grupo constituído, na maioria,  de vaidosos, desleixados, todos se achando craques e a prontos para brigar, sem qualquer escrúpulo, por  uma das poucas vagas no time titular.  Ou então acomodados, sem comprometimento, o que também é ruim.

E tem os dirigentes inconfiáveis, fazendo tudo para aparecer, que mais atrapalham do que ajudam, com honrosas exceções que justificam a regra.  E tem a torcida pegando no pé,  xingando de “burro, burro”.  Não dá pra sair a rua depois de derrotas sem ouvir as gracinhas dos torcedores adversários e a cobrança da própria torcida. 

E tem a mídia especializada  para qual nada nunca está bom, se intrometendo na escalação e desqualificando o trabalho. E o que dizer sobre  aquelas perguntas imbecis depois dos jogos?  E tem a perseguição dos árbitros que querem aparecer mais que os outros profissionais.  E tem os tribunais esportivos, um bando de ressentidos que aplica severas punições por qualquer coisinha.  E tem o departamento médico que não recupera o craque e os  preparadores físicos que não colocam os jogadores em condições,  gente inconfiável .  E ter que enfrentar esse ambiente hostil  longe de casa, do apoio da família e dos amigos mais chegados. Que dureza!

Agora me responda: você já viu treinador desempregado por muito tempo, a não ser por vontade própria? E o que dizer dos salários, quase sempre cinco dígitos antes da vírgula? Quero essa dureza pra mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário