“Fátima Bernardes deixa o JN. E daí?” Bastou postar esta despretensiosa mensagem no Facebook para que, em minutos, aparecessem mais de uma dezena de comentários e outras tantas curtições. A maioria dava conta do seu desconforto com a relevância que adquiriu na mídia a troca de âncora no principal telejornal brasileiro. De fato, quando quem processa a informação ganha mais importância que a própria informação e vira notícia e manchete é porque há algo de errado no reino da comunicação. Nada contra a Fátima Bernardes, uma apresentadora correta e de grande empatia com o púbico, formando um casal telejornal nota 10 com o Bonner, no ar e no lar. Até por isso foi apropriadamente apelidada de Ótima Bernardes pelos Cassetas.
Mas vamos combinar que a troca da Fátima pela ascendente Patrícia Poeta não mexe um milímetro com o dia a dia dos brasileiros e mereceria no máximo uma nota discreta nessas revistas dedicadas a esmiuçar a vida das celebridades. Só que a Rede Globo se movimenta por outra lógica, como se fosse meio e mensagem, e dispensa tratamento de artistas aos seus âncoras jornalísticos. Tanto assim que a dança das cadeiras no JN mereceu entrevista coletiva e a promessa de um programa especial na segunda-feira, na despedida da Fátima. Certamente correrão lágrimas e é capaz de a dona Maria, lá das grotas, chorar junto, mesmo sem entender nada, pensando que a cena faz parte da novela
Agora permitam-me revelar que a Patrícia Poeta me deve, em parte, essa nova fase na sua carreira. Calma que eu explico. Nos tempos em que era atuante no ramo televisivo por duas vezes tive a chance de contratar a recém formada estudante de Comunicação da PUC. A primeira vez por indicação do Flávio Porcello, professor da moça e expert em reconhecer talentos femininos e depois pelo Sérgio Martins, que fora casado com a Patrícia Poeta. Nas duas vezes vacilei e a promissora profissional seguiu outros caminhos. Sorte dela, pois acabou se consagrando na Globo. E a mim só o que resta é ser alvo das chacotas do Sérgio Martins, sempre nos encontramos nos eventos: “Duas vezes, Flávio Dutra, duas vezes...e tu mosqueou”. Eu mereço!
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