segunda-feira, 30 de junho de 2025

REFLEXÕES JUNINAS FINALEIRAS

1. Mas bah, faltam dois dias para começar a outra metade do ano.

2. Falar em quadrilha nesta época tem assustado muita gente à esquerda, à direita e ao centro. Calma, gente, é quadrilha de festa junina.

2.1. Mas chama a atenção a proliferação das quadrilhas no Nordeste...

3. Falar nisso, o que gosta de uma boca livre este pessoal dos programas da TV.

3.1. Sempre está no ar um programa sobre festas típicas, com direito à culinária da região.

4. O Mengo entrou pelo Kane contra o Bayern.

4.1. Não, não insistam. Não vou repetir aquela bobagem “se é Bayern é bom”.

5. Que fase do Inter: Z4 no Brasileiro; 18º lugar no Brasileiro Sub 20; 17º no Sub 17; eliminado no Brasileiro Feminino; Inter Miami eliminado no Mundial de Clubes.

5.1. E a temporada está só na metade.

5.2. Pior: o Flamengo focado agora no enfrentamento da Libertadores.

6. Torcida brasileira é maioria nos EUA. País rico é outra coisa.

7. Será que a eliminação do Flamengo vai diminuir o ufanismo da Globo com os clubes brasileiros contra os europeus no Mundial?

8. Acho um charme o nome dessa cidade que sedia jogos do Mundial: Charlotte! Nome de personagem de filme inglês.

8.1. Entretanto, não houve jogos em cidades com nomes escatológicos: Chicago e Boston...

9. Nem Brizola, nem Lula, nem Bolsonaro conseguiram o feito do protocolo dos EUA no caso de tempestades: detonou no sábado à tarde a programação da Globo.

10. Patético o choro de Dias Tofolli ao votar pela responsabilização das bicg techs.

11. Choram os contribuintes brasileiros pela decisão de Dias Toffoli de livrar a JBS de uma multa de 10 bilhões.

12. O clima no RS é para os fortes, aliás, os muito fortes.

13. A terceira idade é mais sofrida no inverno! A pobreza também.

14. Israel e Irã cantam vitória na guerra. Na verdade, só houve derrotados em mortos, feridos, destruição e prejuízos bilionários.

14.1. Se alguém pode cantar vantagem é o Trump. Agora se sabe realmente quem manda e desmanda no nosso mundinho.

15. Quem se importa com essas notas protocolares, dos presidentes ao papa, sempre que há um conflito entre países?

15.1. A maior hipocrisia é do Putin, invasor da Ucrânia, condenando as ações de Israel contra o Irã.

16. O Irã contra Israel e os EUA parece aqueles guris nanicos nas brigas depois das aulas: “Me segura que vou dar neles.”

17. Redes sociais, quantas defesas hipócritas nas tuas postagens; quantos comentários raivosos; quanta bobagem sem noção.

18. Sabem o que o Facebook tem de melhor? É ótimo para felicitar aniversariantes e para os aniversariantes agradecerem...

19. Postagem em causa própria: “As árvores mais antigas dão os frutos mais doces”. (Provérbio alemão).

20. Postagem em causa própria 2: a coluna semanal em Coletiva.net apresenta hoje um instigante texto sobre tema da hora: “Essa tal de governabilidade”

21. Pode dizer: “Reina grande expectativa!”

segunda-feira, 23 de junho de 2025

A gangorra e o futuro da dupla Grenal

*Publicado nesta data em Coletiva.net

Peço licença ao Rafael Cechin, especialista em esportes aqui na Coletiva.net,  para também dar meus pitacos nessa grande área. Pois, agora que as atenções esportivas estão voltadas para o Mundial de Clubes, vale uma reflexão sobre uma das características mais marcantes do grenalizado futebol gaúcho:  a gangorra que move os nossos dois principais clubes a cada ciclo ou temporada. Parece combinação: quando um deles está por cima, o desempenho do outro pende para baixo.

Desde o início da profissionalização, o futebol gaúcho vive desses ciclos, do sobe e desce de Grêmio e Inter. Tivemos a era do Rolo Compressor Colorado, nos anos 1940 e 50, seguida da hegemonia gremista, após a inauguração do Estádio Olímpico, com o futebol estilo Osvaldo Rolla, na segunda metade dos anos 1950 e depois em boa parte dos anos 1960, até que o Inter reconquistou o futebol gaúcho em 1969 e seguiu vencendo nos anos 1970, inclusive com conquistas nacionais. Daí à projeção continental pela Copa Libertadores  e depois à presença no Mundial de Clubes foi questão de tempo e acúmulo de experiência para a dupla, enquanto se revezavam no predomínio do futebol gaúcho.

A hegemonia tricolor nos últimos anos foi ameaçada pela retomada do título gaúcho pelo Inter agora em 2025, mas parece que os vermelhos já perderam o gás, como refrigerante depois de algum tempo aberto, para usar uma corneta recorrente em relação às campanhas do técnico Roger Machado. A gangorra, então, está assim no momento: o Inter patina no Campeonato Brasileiro, dentro do Z4, enquanto o Grêmio se distancia da zona do rebaixamento, com pontuação de primeira página da classificação.

Entretanto, o que devia preocupar mesmo os dirigentes da dupla é que nossos clubes estão ficando muito para trás nas conquistas atuais e projeções futuras, em relação os principais centros, Rio, São Paulo e Minas. A situação é tão crítica que qualquer equipe das séries inferiores ou até mesmo sem divisão ou, ainda, clubes desconhecidos dos terceiros e quartos níveis do futebol sul-americano, fazem frente aos outrora poderosos do extremo sul do Brasil. Pior ainda: as pretensões de um ou outro se limitam a vaga na Libertadores ou Sul-Americano ou, o que é mais lamentável, a escapar do rebaixamento no Brasileiro.

As direções de Grêmio e Inter entraram num círculo vicioso do qual não conseguem sair. O diagnóstico de más gestões já é conhecido, enquanto as dívidas e os déficits só crescem.  Desperdiçam os poucos recursos, contratam mal e não formam times competitivos, sem times competitivos não ganham títulos, que garantiriam novos recursos para melhor contratar, globalizar a marca, conquistar mais sócios e torcedores, etc.etc

Se eu tenho a solução para os nossos clubes? Não, não tenho e nem é este o papel do analista. Consultem os especialistas, façam benchmarking, debatam virar SAF, vendam pros árabes, apelem para o papa, o escambau.  Só não dá pra continuar cometendo os mesmos erros de sempre. Este amadorismo das direções em uma atividade que está altamente profissionalizada vai levar Grêmio e Inter a serem o Vasco ou o Santos amanhã, ou pior, o Ameriquinha, e aí só vai restar a ambos a parte baixa na gangorra.

sábado, 21 de junho de 2025

REFLEXÕES EM TEMPO INVERNAL

 1. Abin Paralela monitorou, por engano, comerciante homônimo ao ministro Xandão.

1.1. Quem disse que o Brasil não é para amadores?

1.2. E mais: foram monitorados 5 senadores, 13 deputados e 28 jornalistas.

1.3. Isso é fichinha diante do vazamento de 16 bilhões de senhas do Google, Apple e Facebook.

2. Sou bem chinelão mesmo: não fui monitorado pela Abin Paralela e nem entre as 16 bilhões de senhas a minha foi vazada.

2.1. Se bem que quem estiver entre os monitorados da Abin Paralela deve ficar em alerta.

2.2. O que foi feito do conteúdo dos monitoramentos? Bah, olha o risco de quem deve e teme, se o material cair em mãos indevidas!

2.3. Pensando bem, já não quero ser monitorado...

3. O melhor CC do serviço público é o de ministro do STF: não necessita de concurso, nem notório saber, tem muita mordomia e precisa apenas de um QI poderoso.

3;1; QI, no caso, Quem Indica.

3.2. Acho melhor parar de enticar com os togados...

4. Mutações constantes entre os brasileiros: ora são infectologistas, ora juristas, ora cientistas políticos, ora educadores, ora treinadores de futebol, ora comunicadores, ora entendidos em geopolítica, ora em cotação do petróleo, ora em energia atômica...

4.1. Eita povo de múltiplo este!

5. Ditado da Hora: Mais inconveniente que Lula em fotos de presidentes.

6. Ditado da Hora 2: Mais calado que Lula diante de mais um aumento na taxa de juros.

6.1. Nos EUA, Trump imita o Lula, mas o Lula do tempo do ex-diretor do Banco Central e chama do presidente do FED de “estúpido”.

7. Ditado da Hora 3: Mais repetida que matéria sobre tapetes coloridos no Corpus Christi.

8.  De olho na TV: fomos contemplados com uma safra de delegadas bem caldáveis.

8.1 Naipe feminino da reportagem da RBS TV também em alta: belas e competentes.

9. De olho na TV 2: impressão minha ou o cabelo do Bonner branqueou mais ainda de um tempo pra cá?

9.1. Mais um pouco vira o Bugio Branco, apelido que o Brizola deu ao Cid Moreira.

9.2. Aliás, o Bonner está de folga do JN Acho que foi para pintar os cabelos,

10. Da série Grandes Questões Gramaticais: Por que só o P e o B são precedidos do M?

11. Odiosa discriminação contra as outras letras do alfabeto.

12. Podem debater à vontade, mas o VAR trouxe mais emoção aos jogos. Nada mais emocionante do que aqueles minutos que precedem a decisão do árbitro!

12.1. Em alguns casos, a decisão é uma VARgonha.

13. E o Botafogo, hein! Determinadas coisas, pro bem e pro mal, só acontecem com o Fogão.

13.1 Se bem que tem Jesus no time.

14. Que coisa boa ver jogo bom, né!

15. Bem-vindo inverno! #sqn

quarta-feira, 18 de junho de 2025

REFLEXÕES SEM PONTO FACULTATIVO EM DIA PLUMBEO

1. Quem disse que não tem mais animais nos circos? Flagraram um baita gato no Mirage Circus, aquele ao lado do Beira-Rio.

1.1. Há quanto tempo o circo do Marcos Forta energia da rede pública?

2. Abriu vaga na Academia Brasileira de Letras, Quem será a bola da vez da Rede Globo para a vaga?

2.1. Merval já prepara os habituais elogios ao escolhido(a).

2.2. “A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e um morto rotativo”. (Millor Fernandes)

3. Da série a palavra mais modernosa da língua portuguesa, segundo os reflexivos leitores: disruptiva, mitigação, ressignificação, robusto, potente, análogo...

4. Manifestações nas ruas, esporte preferido dos americanos. Ou, o melhor dos americanos são as passeatas.

4.1. O melhor dos brasileiros, como sabemos, são os memes.

5. O que o Trump e o Lula têm em comum? Ambos sonham com o Prêmio Nobel da Paz.

5.1. No passarán!

5.2. Sei quem não vai ganhar o Nobel da Paz: Netanyahu

6.  Cada vez que banco central americano mexe na taxa juros FEDe a economia dos EUA.

7. Constatação: não existe banco bom. Se existisse, seria Bomco!

8. Os três poderes no Brasil são 5: Executivo, Legislativo, STF, MP e PF.

9. A campanha politica para 2026 já começou e está a mil,  só que travestida de pré-campanha.

10. Masoquismo é assistir ao Mundial de Clubes e ter saudade dos jogos da dupla Grenal.

10.1. Mundial de Clubes tem dois Inter...nenhum daqui.

11. E o Grêmio, hein,  é um caso sui generis: tem dois estádios e não tem nenhum.

12. Da postagem alheia: Menino Ney, primeiro caso de jogador que atua em home office

13. Só tem uma coisa pior que restaurante cheio: restaurante cheio, com mesa de aniversariante.

14. Essa é repeteco: Insensível é o sujeito que não chora nem com gás lacrimogênio.

15. Bobagem da mesa ao lado: "Indigestão é administrar uma aldeia indígena? "

16. Sou apresentado: "Esse é aquele que escreve aquelas bobagens no Facebook". E eu que pensava que eram coisas interessantes....

17. Em causa própria: por que os idosos são menos tolerantes ao frio?

18. Por um feriado reflexivo, roguemos com fervor.

 

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Consegui!

 *Publicado hoje em Coletiva.net

Já relatei aqui as dificuldades que enfrentei para saber se meus contracheques da aposentadoria tiveram descontos indevidos. (https://coletiva.net/colunas/meu-inss-sqn,454943.jhtml)  Depois de várias tentativas infrutíferas de acessar o aplicativo Meu INSS e pelo menos uma dezena de ligações para o 135, consegui, afinal, a resposta. E consegui pelo modo que não levava fé: uma agência do Correios, empresa que, como se sabe, está quase falida por má gestão. Antes, uma das ligações pelo 135 foi atendida e respondida pela voz digital, dando conta de que todas as posições estavam ocupadas e que a previsão para que obtivesse a informação desejada levaria 92 minutos. Repito: 92 minutos! Claro que desliguei e desisti de vez de apelar para os canais oficiais de contato indicados pelo INSS.

Decidi, então, esperar um tempo para evitar a correria dos primeiros dias e fui procurar a agência do Correios, próxima da minha residência. É onde habitualmente faço a expedição dos livros que são solicitados por fiéis leitores de outras cidades. Sou conhecido dos funcionários, que, diferente dos gestores da empresa, garantem a boa prestação de serviços. Dessa vez, fui atendido por uma senhora que não conhecia, mas também muito prestativa e, em menos de dois minutos, estava de posse do comprovante da operação. Em seguida, a atendente fez questão de expressar o veredito:

- Está escrito aqui que nenhum desconto de entidade associativa foi realizado no seu benefício nos últimos cinco anos.

Fiquei aliviado, agradeci a gentileza, mas considerei se não seria vantajoso caso tivessem feito alguns descontos, garantindo uma poupança mesmo que forçada, só que nem o governo sabe como e quando vai restituir o que foi extorquido pelas associações golpistas, Prefiro torcer para que menos beneficiários do Instituto tenham sido lesados e torcer mais ainda para que fraudes como essas não se repitam.  Sou um incorrigível otimista.

 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

REFLEXÕES PÓS-DEPOIMENTOS NO STF E VITÓRIA DA SELEÇÃO

1. Se depender do depoimento de ontem, Bolsonaro devia ser absolvido.

1.1. Se depender das provas e do Xandão, Bolsonaro será condenado.

2. Ditado da hora: “Mais cínicas que as amabilidades entre Bolsonaro e Xandão”

3. Pintou um personagem novo nas redes sociais: o torcedor de depoimento.

3.1. E vale a versão do que foi visto e por quem foi visto e sempre com viés ideológico.

3.2.  E o quê se preparam para seus 15 minutos de fama os advogados dos depoentes!

4. Mas o que se esganiçam os narradores diante de um gol da Seleção Brasileira!

5. Quantas vezes ainda ouviremos que o Brasil carimbou o passaporte para a Copa? (inspirada em I.M.)

6. Pergunta que não quer calar: como agirá o governo Trump com os estrangeiros que querem assistir aos jogos da Copa nos EUA?

7.  Como a primeira-dama é quem mais viaja no avião presidencial, sugiro que ele seja rebatizado de AeroJanja ou JanjAir

8. Curiosidades: nas Ilhas Canárias não tem canário: nas ilhas Virgens, a mesma coisa: não tem nenhum canário (copiado de Rosangela Mileski)

9. Aquele evento que é uma fria deve mudar o nome para programa de povos originários.

9.1. Já sei, já sei, foi politicamente incorreto.

10. Na Alemanha, os times que conseguem resultados na base da sorte é porque nasceram com a Bundesliga pra lua.

11. A vacina mais eficaz contra a corrupção é votar bem.

12. Nas como saber antes...?

13. Pedido de vistas, quantas sacanagens jurídicas em teu nome.

14. Está quase na hora de colocar minhas pantufas de Homem Aranha.

15. O que é feito daquele pessoal falastrão da OMS?

16. E onde anda o ex-ministro Mandetta?

17. Vale o repeteco: amanhã é o dia de fazer a felicidade das floriculturas e dos motéis!

segunda-feira, 9 de junho de 2025

A maldição de Gabiru

*Publicado nesta data em Coletiva.net

A má fase do Inter tem um responsável: Gabiru. A tese é do meu bom amigo Carlos Wagner, colorado, premiadíssimo repórter e escritor, que vem de lançar seu mais novo livro, “A história perdida das benzedeiras gaúchas”. O homem conhece as mandingas e trata a situação do seu time do coração como A maldição de Gabiru. Ele identifica no descaso das direções do Inter com o jogador que marcou o gol mais importante da história do clube a causa dos infortúnios vermelhos. No ciclo atual, enumera Wagner, são  cinco  jogos sem vencer no Brasileiro, namoro firme com o Z-4,  um time inteiro no departamento médico e, ainda, a sina de enfrentar o Fluminense pela Copa do Brasil e o poderoso Flamengo no caminho da Libertadores. É a chamada tempestade perfeita ou mais uma manifestação da Maldição de Gabiru.

Incisivo, o meu parceiro de confraria e caroneiro habitual, lembra que depois de conquistar o Mundial em 2006 e a Libertadores de 2010, já sem Gabiru no grupo, o Inter nunca mais conquistou um título importante.  Aliás, completo eu, as duas participações coloradas na competição foram marcadas por personagens dramáticos: o improvável goleador Gabiru contra o Barcelona e, em 2010, o goleiro Kidiaba, do Mazembe, e sua coreografia que virou meme.

- Era o Gabiru e não o Fernandão que merecia uma estátua no Beira-Rio, - esbraveja Wagner,

Outro companheiro, que assistia à indignação mandingueira, interveio com um gracejo, talvez para acalmar o Wagner, dizendo que o Inter até propôs erigir uma estátua para Gabiru, mas este, depois de ver o resultado da que fizeram para Fernandão, teria renunciado à homenagem.

Brincadeiras à parte, prefiro debitar as más fases coloradas à incompetência das direções  na formação de times que criam expectativa para a torcida, mas não dão a resposta esperada, investimentos duvidosos em craques superados, desvios de recursos que resultaram até em condenação de dirigentes e como fator externo, mas não menos importante, o calendário  que penaliza os clubes de menor capacidade financeira para ter grandes e qualificados elencos e, assim, fazer frente à maratona de jogos.

Entretanto, vou ficar mais atento às campanhas do Inter e conferir se a tese do Wagner tem um mínimo de fundamento.  É como dizem os castelhanos: "Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay".

A propósito, o que é feito do Gabiru?

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Informação x Publicidade

 *Publicado nesta data em Coletiva.net

Previsão:  em futuro não muito distante todos os programas de TV e de rádio serão um grande comercial, cercado de algum conteúdo. Constatação: em nome da sustentabilidade financeira de seus projetos, os veículos eletrônicos passaram a misturar, sem constrangimento, a publicidade com o editorial.

O distinto público fica confuso, sem saber se o que esta sendo anunciado faz parte da temática do programa ou são informações de interesse do patrocinador, assumida e validada pelo veículo.  Sim, eu sei que os patrocínios garantem as programações no ar, os investimentos necessários e os empregos dos profissionais, mas sei também que as empresas viraram o fio nesse processo, em alguns casos, para sobreviverem, em outros porque o que interessa mesmo é faturar e a credibilidade a gente vê depois,

Exemplos não faltam, mas vou me permitir omiti-los, sabendo que é regra geral a prevalência da publicidade. Qualquer feira do agro ou festa típica no interior e lá estão as emissoras com seus programas de ponta e seus principais comunicadores. Idem em relação aos eventos turísticos.  Nessas ocasiões, em que âncoras e repórteres se esforçam para agradar os anfitriões, prenhes de elogios ao motivo da presença na festa ou evento, as autoridades e lideranças empresariais ganham espaço, falam de suas realizações e projetos, além de retribuírem os elogios recebidos.  É função dos veículos dar cobertura às realizações das comunidades, o questionável é o tratamento chapa branca e interesseiro dado a presença no acontecimento festivo ou empresarial. Na maioria dos casos, a presença só ocorre se for patrocinada.

Até a poderosa Rede Globo – ou principalmente ela - se rendeu aos merchandisings descarados em seus programas, ampliando as possibilidades antes restritas  apenas às novelas. As ações comerciais vão engordar, além do faturamento da emissora, os bolsos já bem aquinhoados dos principais comunicadores envolvidos, que pelo menos se esforçam no ar para fazer jus à grana extra. Por enquanto, os telejornais e o pessoal do Jornalismo não participam desse esquema.

Até lembro que tempos atrás havia um certo pudor dos profissionais com a chamada pauta 500, aquela de interesse mais do departamento Comercial do que da redação, e com o “toco”, certos  mimos que os patrocinadores e as fontes enviavam ao pessoal dos veículos para estreitar as relações.  Hoje, lamento informar, o constrangimento foi pras cucuias e muitas vezes o “toco” é saudado com entusiasmo quando chega ao seu destino. Ou seja, contaminou geral.

Tento não me investir em corregedor da mídia, mas a verdade é que já foram superados todos os limites do aceitável em termos comercialização, ferindo ainda mais a já desgastada credibilidade dos veículos de comunicação e, por consequência, atinge também o Jornalismo na sua essência.  

domingo, 1 de junho de 2025

REFLEXÕES JUNINAS COM ALGUNS REPETECOS

1. E já chegamos a 1º de junho. Até aqui tudo bem! Mesmo?

2. Vem aí a alegria das floriculturas e motéis: o Dia dos Namorados.

3. Passei a medir as temperaturas em graus Fahrenheit para ter a sensação de mais calor.

4. A única coisa boa no frio é o vinho, de preferência um tinto encorpado.

5. É tanto protagonismo do Alexandre de Moraes no STF que o presidente Barroso parece que virou rei da Inglaterra.

6. Outro dia até ouvi o Barroso numa nova função:  elogiando as gravatas e echarpes que o STF vai oferecer de brindes aos visitantes.

7. A propósito, o STF deveria ser o VAR da constituição. Deveria.

8. A propósito 2: a Globo abre tanto espaço para os magistrados que até parece a TV Justiça.

9. Tempo extra em jogo ruim é tortura para o espectador.

9.1. E não estou falando só dos jogos do Grêmio.

9.2. Tortura maior só a narração daquela moça da Globo.

10. Um Inter se deu mal na decisão da Liga dos Campeões da Europa. Levou  de 5 x 0 do PSG.

11. Não vale a flauta tricolor porque a camisa da Inter de Milão é quase igual a do Grêmio.

12. Ménage a trois é uma forma de bissexualidade? Ou seria trissexualidade?

13. Ditado da hora: Mais devagar que aluno de autoescola no trânsito,.

14. Sou do tempo em que havia jornaleiros nas esquinas.

15. Temo que daqui a pouco nem jornais teremos mais...

16. Acho muito elegante, chique mesmo, quando entrevistam alguém identificado como “Economista-chefe da...”

17. Bah, e quando anunciam que vão falar com o Secretário do Tesouro! Sempre imagino que vai aparecer um sujeito fantasiado tipo pirata do Caribe.

18. A capacidade humana para pensar bobagens é como a burrice: não tem limites.

19. Até amanhã, dia de coluna semanal em Coletiva.net, com um tema da hora: Informação x Publicidade.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

O relógio chinês

 *Publicado nesta data em Coletiva.net

- Só falta falar, - exclamei, maravilhado com o relógio cheio de funções, um dos mimos recebidos pelos meus 7.5.

- Mas ele fala, porque recebe ligações do celular,- esclareceu meu filho Rafael, doador do complexo registrador do tempo e algo mais.

Sou do tempo em que os relógios marcavam as horas, os minutos e os segundos e, no máximo, o dia da semana. A gente precisava dar corda para ele não desregular e de vez em quando acertar os ponteiros, literalmente. 

Já cursei um MBA de comunicação digital, mas continuo analógico, ou imigrante digital para ficar na terminologia dos geeks (agora já estou me exibindo), por isso sou obrigado a confessar minhas limitações no mundo digital, onde se insere o mimo recebido.

Entretanto, não me rendi à barreira tecnológica, ao contrário, me senti desafiado a decifrar os meandros do relógio, que parecia desdenhar da minha inabilidade e  incompreensão para o funcionamento dele. Sim, só podia ser desdém a mensagem que passei a receber dele quando participava de reuniões, algo como “muito tempo sentado, está na hora de se movimentar”.

Resiliente diante da situação, fui ao manual na tentativa de expandir meus conhecimentos. Inútil tentativa: as letras eram tão pequenas e em idiomas que não domino - sânscrito, cirílico, aramaico? -, que acabei desistindo. Mais tarde, acabei descobrindo que se tratava do certificado de garantia da peça. Descobri também que essas modernidades não vêm mais acompanhadas daquela cartelinha com as instruções sobre o uso, que devem ser procuradas num app ou no site do fabricante, aumentando as dificuldades para os imigrantes digitais, também conhecidos como analfabetos digitais.

Apelei novamente ao meu filho, que fez a conexão do relógio com o celular para um dispositivo de saúde, que controla a pressão, batidas do coração, registro de exercícios e até bem estar emocional e o resultado é que agora estou sem saber acessar as funções tanto no  relógio como no celular.

Por fim, entreguei os pontos e passei a usar os ditos cujos nas suas funções originais, porque constatei que o relógio e celular ficaram mais inteligentes e eu menos,

Depois de todos os fracassos nas empreitadas com o relógio-mimo, fui verificar a origem do enigmático equipamento e não deu outra: Made in China. Ou seja, os chineses não satisfeitos em terem o amplo domínio da Inteligência Artificial, partiram para a perversa humilhação aos pobres mortais que utilizam suas quinquilharias. Provavelmente estão registrando todos os meus dados para alguma ação malévola no futuro. Ou me confundirem com o Trump para alguma retaliação aos tarifaços. Chamaria isso de assédio digital, a merecer repúdio e penalidades das outras lideranças mundiais.

Aos familiares, um apelo: não me presenteiem mais com essas gerigonças; voltem aos vinhos, aos pijamas e às camisas azuis.